Jovens e as Suas Responsabilidades

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Eram por volta das 18:40h, e do lado de fora da residência dos Dawson's, podia-se ouvir o Maverick de Emilly, parar rente á calçada de casa. Ela descia do veículo, na compainha de sua mochila e alguns livros em mãos, juntamente com o molho de chaves do chaveiro de Frajola. Fora quando novamente aquela impressão constrangedora de estar sendo vigiada por de trás dos ombros a alcançou por mais uma vez:

- Emilly! - Exclamava um garotinho que estava á poucos metros de distância da mesma

- Ah! - Suspira assustada, levando uma das mãos ao centro do peito - Meu Deus... Tommy! - Emy dispara um sopro aliviado e cômico - Você acabou de me provar que não tenho a menor chance de morrer devido a um ataque no miocárdio. Ufa...

- O quê isso quer dizer?

- Deixa pra lá... - Respondeu ao se recompor - Agora me conta, o que faz aqui? Já deveria estar em casa não acha rapazinho?

- Meu pai deixou eu dormir na casa do Harry hoje... Eu estava indo pra lá agora quando eu te vi do outro lado da rua e vim falar com você.

- Entendi... Mas, me fala, no que eu poderia ajudá-lo hoje?

- Sabe o que vai acontecer mês que vêm não sabe? Vai ser o melhor dia do ano!

- Está falando do Halloween não está?

- E que outro dia seria melhor do que poder assustar as pessoas e ganhar doces por isso?

- Muito convincente a sua tese Tommy... Mas sim, sei exatamente do que está falando, e não se preocupe, já falei com a sua mãe, e sim, vou levar você e a Caroline pra pedir doces...

Esse comemora.

- Porém... Não quero ouvir da sua mãe que você passou a noite toda se empanturrando de doces ouviu? Senão serão duas pessoas á levarem bronca, eu e você.

- Tá' bem, tá' bem... Eu vou me controlar. Tchau Emy - Subiu a sua bicicleta seguindo até o final da rua

- Tchau Tommy... Cuidado. Ah! Avisa a sua mãe que eu estou quase terminando a fantasia da sua irmã.

- Tá' legal! Tchau Emy! - Exclamou

Emilly passa pela porta de casa, e chegando aos batentes da porta da sala de jantar, encontrara com o seu Tio Patrick e sua Tia Lucy durante a refeição noturna.

- [...] Aonde estava até essa hora? - Perguntou o seu tio, utilizando dos talheres durante a refeição

- Na casa da Lisa tio... Eu tinha avisado ontem que estaria estudando lá com as meninas, depois eu fui até uma a loja de itens artesanais pra comprar as coisas que faltavam pra fantasia da filha dos Mumford's.

- Seu tio deve ter esquecido querida... Por que não vai lavar as mãos para jantar com a gente? - Indagou Lucy gentilmente

- Vou sim Tia... - Respondeu a mesma num sorriso

Com as mãos lavadas, e longe de seu material escolar. Emy se assentava a mesa de jantar, servindo-se de uma apetitosa e caseira refeição feita pelas mãos talentosas de Lucy.

- [...] E então meu bem? Como foi o seu dia hoje? - Perguntou a Tia, servindo um copo de chá gelado para Emilly

- Foi bom... Além das aulas, eu tive uma reunião com o Conselho de Classes hoje... E depois, como eu mesma disse, fui a casa da Lisa com a Amber, me encontrar com as meninas para estudarmos, afinal, teremos provas durante a semana que vêm

- É impressionante como apesar de tão jovem, você tenha uma vida repleta de responsabilidades e as administra tão bem... Certamente, na sua idade e no seu lugar, já teria ficado louca... - Lucy aos risos pondera aos mesmos

- É bom que os jovens da idade da sua sobrinha, ocupem suas mentes com responsabilidades que estejam além de ir pra escola Lucy... Assim, eles aprendem desde cedo que a vida está muito longe de ser uma colônia de férias

- E eu tenho ciência disso Tio... Não é atoa que estou envolvida em boa parte dos projetos da secretaria da escola. E isso não é de hoje ou desse ano.

- Se tratando de uma futura estudante de direto, arcar com as responsabilidades e os deveres com o que é correto, torna-se no mínimo fundamental. Ou básico eu diria.

Emilly, repousa os olhos sob Patrick por alguns instantes no intervalo em que fazia a mastigação daquela comida.

- [...] Caso o contrário, você acaba tomando as decisões erradas, essas que farão com que você se arrependa pro resto da vida - Conclui

Após dar uma última golada no copo de chá gelado, limpar em gestos delicados os cantinhos da boca com o auxílio de um guardanapo, Emilly pede a permissão dos tios para se retirar da mesa, e se direciona ao seu quarto.

Aonde lá, reclusa em sua cama rodeada por alguns recortes em tecidos, Strass, lantejoulas e uma caixa de costura, ela cantarola "I Say a Little Prayer - Aretha Franklin"

"A vitrola ligada, reproduzia aquela canção ao lado da luz de um abajur de cor amarelada, repousado por sobre a mesinha de canto da casa, não tão distante da antiga máquina de costura que trabalha enquanto os dedos negros e delicados de unhas pintadas de vermelho deslizam sob o tecido de um vestido rodado azul celeste com pequenas e delicadas margaridas brancas de miolo amarelo espalhados pelo o seu todo.
O aroma do assado com legumes da mamãe passeia por toda a sala, seus cabelos longos e ondulados que descem a altura da cintura caem perfeitamente sob suas costas encobertas por uma Pashmina bordada".

Aquela canção, ecoava quase como um sussurro meigo que vagava por àquela lembrança que transportou a mente de Emilly para algum lugar no passado.

"Naquele instante, o barulho do molho de chaves do papai abrindo a porta surge, ecoando pelo recinto daquela lembrança"

Emilly volta repentinamente de sua momentânea viagem no tempo. Ela sente o incômodo do encontro da ponta da agulha contra o cantinho de sua unha, que ao penetrar, lhe fez sangrar pequenas gotas de sangue, as mesmas, que deslizam pelo dedo indicador da moça.


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