A vitrola da cozinha estava ligada, "It's Gonna Take a Miracle - Deniece Williams" era sonóricamente ecoada pelo recinto, a bancada da pia estava parcialmente desocupada havendo espalhada aleatoriamente um rastro sólido e embraquecido de farinha de trigo enquanto Diana sovava àquela massa homogênea num cantar aprazível aos ouvidos durante o refrão daquele clássico atemporal.
- Quer me ajudar? - Pergunta observando os pequeninos dedinhos apoiados na beirada da pia á altura de resplandecentes e dóceis olhos castanhos
Com o auxílio de um balde voltado com a boca para baixo, Diana o põe de frente as pernas, colocando aquela garotinha com os pés pôr de sobre o mesmo e de frente para o seu avental acinturado rosa de babados branco nas mangas e na barra. O toque de suas mãos rente às dela enquanto amassavam a massa, eram pacificamente macias e tão acaloradas quanto o seu corpo, aquela pele negra e aveludada que a encobria com os braços em seu eixo como uma delicada e aconchegante manta de bebê.
Seus cabelos á altura das costas eram volumosos, seus cachos emanavam um perfume sútil de rosas, alguns grampos prendiam as mechas do contorno do seu arredondado rosto para trás, suas bochechas eram viçosas e acaloradas, seus lábios, rubros e amendoados.
Elas cantavam juntas o refrão daquela música e a garotinha toca a ponta do nariz de sua mãe demarcando o toque embranquecido da farinha nessa, e a mesma agindo igual, ri com a filha.
- Estou fazendo certo mamãe? - A garotinha aponta em meio aos sorrisos
- [...] Está sim meu amor, mas agora coloque mais um pouquinho de farinha nas mãos e continue sovando a massa enquanto a mamãe vai ver se o recheio da nossa torta está pronto
Parecia algo vago, ou normal aos olhos de quem via, mas pequenas coisas simples e aparentemente sutís, momentos passageiros com as pessoas que amamos, são assim, monótonos e baratos para uns, mas inestimáveis em seu valor e significativos num nível extremo para outros, como estar na cozinha de casa, em um dia quaisquer da semana, fazendo a famosa torta de frango cremoso da mamãe, embaladas ao som de uma doce canção favoritada pelas duas.
- Amor... - Dizia uma voz distante aos ouvidos encobertos pelos fones do Walkman de Emilly, que cochilava com o rosto debruçado sob ombro de Sam, coincidentemente ao ouvir a mesma faixa reproduzida em suas lembranças - Chegamos.
Emilly volta os olhos á janela do ônibus escolar de Hawkins, notando esse sendo estacionado á uma placa indicativa de boas vindas, com os dizeres:
"Sejam Bem-Vindo
á Carpenter's Wood "- Esse lugar é incrível... - Balbuciou consigo, deparando-se com a fauna á sua volta assim que descera da condução
- É, é sim... Algo me diz que a gente vai se divertir muito aqui. - Ponderou Samuel, abraçando-na por trás
- Emy! - Chloe e Amber a chamam num aceno ao longe
- Eu vou ir até às meninas. - Disse
- E o meu beijo?
Ela lhe avança um selinho nos lábios, e logo se afasta do mesmo indo numa corridinha amena até às garotas.
Os alunos desembarcaram. E seguindo as instruções dadas pelo Profº Bowers de Filosofia, este que os acompanharia durante aquele final de semana, pegaram suas bagagens e seguiram coordenados pelo mesmo ao Hall Principal de entrada, onde lhe seriam passadas mais algumas instruções.
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❝NᎧTHING єlsє M₳TTᏋⱤՏ❞
FanfictionEstamos em Hawkins Eu sei... Esse nome desperta diversas coisas que podem remeter á sua mente quando ditas, certos acontecimentos instigantes que estejam relacionados á coisas particularmente estranhas. Literalmente, "Coisas Estranhas" Mas que fique...