Capítulo 7

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 Galpões de vendas e trocas de mercadorias - Porto na área industrial de Gusu.

A pessoas se movem pelos galpões calmamente, a poucas dela por causa do horário e eles podem facilmente seguir aonde pretende ir sem ter que encarar algum tipo de fila, haviam chegado a tarde mantendo-se em uma pequena conveniência não muito longe dali, esperando que a noite a cair para poderem se aproximar dos galpões.

Ambos permanecem atentos ao seu redor, mesmo que seja noite é possível ver alguns dos homens do ministério rondando por ali, checando a área para evitar algum tipo de tumulto ou roubo feito por gangsters que também ficam naquela região, algumas pessoas o encaram de discretamente murmurando entre si de maneira baixa antes de seguirem seu caminho. Norami mantém uma expressão séria assim como Cheng, eles desejam ser rápido e cair na estrada antes mesmo do amanhecer, dormir em algum hotel nos bairros mais baixos não era um opção agradável e muito menos aceitável, o lugar fora da área industrial está contaminada por gangsters e gente do ministério, seria atirar no próprio pé tomar a decisão de passar a noite, o melhor era apenas sair dali o mais rápido possível.

— Oh, o bom e velho rapaz de olhos violetas — o vendedor murmura feliz — Faz um tempo desde que te vi por aqui, esteve ocupado?

— As bebidas duraram mais do que imaginei dessa vez, não havia motivos para voltar aqui tão cedo — sorri de maneira amigável — Vou querer o de sempre, duas caixas azul e seis da vermelha, por favor.

— Você tem um bom olho para bebida, essas são as melhores da região e é possível fazer várias combinações de drinks com elas — o velho conta às caixas e depois a garrafas, tudo lento demais — A velhice tem atrapalhado, estou conseguindo até mesmo me perder nos números hoje — rir.

O velho era a primeira contagem, desculpando-se enquanto volta ao início, repetindo o mesmo erro duas vezes. Norami pode notar uma movimentação na direita atrás de suas costas, dois homens se movem em direção aonde suas motos permanecem estacionadas, sumindo por alguns segundos antes de retornar ao seus lugares.

— Cristo — o velho diz — Mais uma vez errei. Sabe, tenho tanto tempo nisso, acho que está na hora de parar. Uma boa aposentadoria me cairia bem.

— Uma hora outra temos que descansar — o sorriso de Cheng se mantém em sua face, mas com certa impaciência agora, o velho não está realmente errando — Talvez essa seja a sua hora.

— Ainda preciso de uma boa grana para isso — ele finalmente passa para a próxima caixa — Apenas me dê um tempo, e termino com isso.

Cheng apenas assente, sentindo um leve toque em seu braço dado por Norami, ele se vira para poder encará-la, a mais velha aproxima-se para sussurrar algo em seu ouvido não perdendo olhar que o velho dá rapidamente em sua direção, errando propositalmente a conta das garrafas no processo.

— Tem algo estranho — Norami diz — Aqueles caras — sinaliza de maneira discreta para dois homens parados à sua direita — Estavam perto de nossas motos, a dois segundos atrás.

— Eu também sinto que há algo de estranho aqui — olha para o velho — Ele nem sequer está contando, apenas volta a contagem do zero, como se tivesse nos atrasando.

— Pague pelas bebidas e vamos embora — afasta-se, suas mão pousando sobre sua cintura.

Mais uma vez o velho recomeça a contagem, sendo interrompido por Cheng dessa vez, que empurra uma alta quantia de dinheiro em sua direção, recebendo um sorriso cínico como resposta.

— Não precisa contar, eu mesmo faço isso no bar amanhã — o encara —Eu confio que o senhor mandará tudo corretamente.

— Está com pressa, meu rapaz? — pergunta, voltando a contar as garrafas após guardar o dinheiro — Me sentiria realmente mal, por falhar com seu pedido. Afinal, é meu cliente há tanto tempo.

Em instantes o lugar parece ser cercado, a homens por todos os lados rodeando o galpão onde eles estão, os encarando discretamente enquanto acham que estão distraídos com a ladainha do velho a sua frente. Norami move-se em seu lugar, trocando seu peso de uma perna para outra, esperando que Cheng termine, sua mente processa rapidamente a situação em que eles estão e ela se sente calma para agir quando precisar.

— Me desculpe, mas preciso ir, então apenas despache as caixas para o bar amanhã — afasta-se suavemente — Qualquer coisa, posso voltar aqui.

— Olhe só, apenas mais uma caixa e terminamos — aponta para a última caixa — São 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7...

A contagem para no sete, o velho cai para trás antes que possa terminá-la. Cheng atira dentro de sua boca, o sangue escorrendo para o chão em segundos, rapidamente a gritos e som de tiros ecoam pelo local, Norami e ele estão atrás das caixas de bebidas correndo agachados com suas armas em punhos procurando uma saída segura dali, as motos estão longe e provavelmente foram danificadas para que não conseguissem sair dali tão fácil, uma emboscada na parte mais distante da cidade e com a mínimas chance de fugas, os vermes do ministério pareciam ter noção da existência miserável deles depois de tanto tempo, e agora queriam eles vivos ou mortos.

— Merda — Cheng recarrega sua arma — Estamos fudidos, deve está cheio desses cara por aí, como vamos sair daqui?

— Calma, já estivemos em situações piores — Norami diz — Temos que chegar à parte de trás do balcão, de lá podemos alcançar as cidades baixas. Vai ser mais fácil escapar por entre os becos da cidade e alcançar a cidade alta, se chegarmos lá temos mais chances.

— O que está pensando, ir a casa Carmesim? — a encara — Tem certeza que ela vai querer nos ajudar? Eu tenho leve dúvidas sobre isso.

— Confie em mim, é isso ou morrer aqui — respira fundo — O que me diz? Vai querer correr ou desperdiçar todas nossas balas aqui?

— Certo, estou confiando em você — suspira — Vamos nos separar, vá para direita e eu para esquerda — move-se suavemente para frente, preparando-se para correr — Nos encontramos em frente a casa Carmesim. Se um de nós não chegar lá, não volte para procurar.

Norami assente e Cheng corre logo em seguida, alguns homens disparam em sua direção mas ele desliza facilmente por entre as caixas, sumindo na escuridão na parte mais funda do balcão, os som de tiros ecoando novamente pelo o lugar. A mais velha permanece parada, esperando o momento certo para correr, antes ela precisa avisar Wei sobre o que está acontecendo, segurando seu celular em suas mãos o aproxima dos seus lábios e grava uma mensagem de áudio, o abrindo assim que termina para retirar o chip e destruí-lo fazendo o mesmo com o celular que é arremessado contra o chão, uma pequena prevenção para caso ela fosse pega em meio aquela fuga.

— Eu posso vê-la! — um dos homens grita — Por aqui...

Ela atira contra ele o derrubando antes que possa terminar o que tem a dizer, correndo logo em seguida cobrindo-se atrás das caixas que permanecem espalhadas pelo galpão, os passos soam realmente alto quando finalmente alcança a parte de trás do lugar e passa por uma janela caindo na rua estreita, levantando-se rapidamente para continuar correndo.

— Espero que você esteja bem longe, Jiang Cheng — murmura para si mesmo, rolando para desviar-se de um tiro que passa próximo a sua perna — Talvez eu não tenha tanta chance assim, merda! — grunhe alto pelo impacto de uma barra de ferro em suas costas.

Cheng atravessa a rua estreita pelo lado esquerdo, seu rosto está ferido pela breve luta corporal que teve com alguns dos capangas do ministério, a cidade não está muito longe e ele consegue vê-la enquanto segue correndo incansavelmente, os passos dos malditos ainda soando em suas costas.

— Eu definitivamente, não vou morrer aqui — alcança a cidade baixa.

Mensagem de voz:

Norami - 23: 50.

— Wei, se está ouvindo isso, preciso que saia do seu apartamento e vá para a merda de um lugar seguro. O ministério nos encontrou!!

Youngblood - WangXian.Onde histórias criam vida. Descubra agora