Youngblood - WangXian.

Capítulo 25

 Atitudes frias e um poucos distantes, nada que com um pouco de esforço pudesse atravessar, a expressão de desinteresse lhe dava ainda mais motivação para investir naquele pequeno desejo egoísta, claro que tudo dentro de um limite onde o dono daquelas belas orbes violetas não tivesse o desejo de fugir, pela primeira vez em sua vida estava impondo algum tipo de freio em suas ações, seu irmão definitivamente faria dele uma piada se visse ou soubesse de algo como aquilo.

Xichen tinha milhares de hábitos ruins, o tempo tinha lhe dado muitas pequenas características desagradáveis para aqueles que gostariam de jogá-lo ao lado da escória, seu cinismo e seu senso de humor um pouco questionável costuma irritar seus inimigos, até mesmo Wangji parecia perder a paciência com o excesso de ego que ele esbanjava em qualquer situação, confiança e um alto ego eram talvez seus maiores defeitos, ainda mais para alguém que sempre faz as coisas do seu jeito e deixa uma má impressão aonde vá, entretanto aquele era seu charme pessoal e poucas pessoas pareciam entender isso além dele mesmo, seus poucos casos que duraram uma noite e nada mais serviam como um exemplo para o quão incompreendido ele era, mas aquilo não importava muito, seus interesses sempre foram bem específicos e um pouco ousados demais para que pessoas simples entendesse.

Jiang Cheng era totalmente seu tipo, aquele homem tinha atraído sua atenção como um imã com polaridades compatíveis, apesar de que qualquer abertura estivesse sendo cortada como uma faca sobre a carne macia preparando o jantar, ainda mantiveram-se persistente e firme na decisão de conquistá-lo da maneira adequada.

Entretanto, estava curioso para saber o que se escondia por trás daquela máscara de indiferença, queria realmente saber como sua expressão se tornaria quando o tivesse abaixo de si, sendo completamente sincero, apenas queria vê-lo fora daquela face habitual tão séria e repleta de certo tédio, os pensamentos sujos que formavam-se em sua mente sempre eram incontroláveis, não era muito difícil de se imaginar tendo ele em seus braços mesmo que fosse apenas por meros segundos, controlar seus impulsos apenas por desejar fazer tudo com certa calma parecia demais para alguém com uma fama tão ruim quanto a dele.

— Veja bem, Cheng — rodou uma caneta que havia pego sobre a mesa em seus dedos — Provavelmente ouviu sobre mim por aí, eu não sou alguém que tem uma boa fama como já sabe, acredite quando digo que a maioria dessas coisas não são verdade — era um pequena tentativa de amenizar a situação.

— Oh, mesmo? — inclinou-se levemente sobre a mesa — Nem mesmo quando falaram que você arrastou um cara pelas ruas da cidade, ou quando disseram que atirou nos membros de três homens em plena luz do dia no centro de Gusu, ou quando afirmaram que viram você pendurar um cara para fora da janela de seu apartamento — ergueu uma sobrancelha — Posso citar outras se quiser.

— Reformulando o que eu havia dito, uma pequena parte disso que falam sobre mim, não são verdades — sorriu — Quanto ao resto, não posso negar. Tenho meu próprio jeito de fazer as coisas.

— Se o problema fosse só sua má fama, mas o problema está em você todo — o encara — Admito, você é bonito, muito bonito. Mas eu também não tenho um bom histórico a ser compartilhado, e acredito fielmente que ele apenas piorará caso eu decida me envolver com você.

— Estou realmente ofendido — colocou sua mão direita sobre seu peito — Mas feliz pelo elogio — colocou a caneta sobre a mesa — Não serei um problema você, posso ser para todos nessa cidade, mas jamais para você.

— Você tem uma dívida e isso é o único que nos mantém em contato, se pagar a dívida nunca mais precisará me ver, por mais que demore, em algum momento terá que me pagar — suas palavras soam simples — Entretanto, não sou paciente e quando eu perder minha paciência, vou atirar em você e pegar meu dinheiro.

Interessante, verdadeiramente interessante. Xichen permaneceu em silêncio, olhando diretamente para a face encantadora de Jiang Cheng, seus limites pareciam estar sendo excedidos naquele pequeno momento, mas realmente interessante que alguém pudesse dizer com tanta facilidade que o procuraria para cobra-lo de algo, ninguém costumava ter tamanha ousadia ou coragem.

Um pequeno estalo de sua língua e ele colocou-se de pé rodeando a mesa, puxou a cadeira do Jiang e o cercou sobre ela, antes mesmo de terminar seu primeiro movimento teve uma arma apontada para seu peito, não havia hesitação ou algum temor de mãos vindo do outro, apenas uma reação calma demais.

— Wow, você realmente atiraria em mim? — deslizou sua mão pelo queixo de Cheng — Sinto que não posso duvidar disso, e qualquer passo em falso acordarei no paraíso.

— Pelo menos, você sabe disso — sorriu minimamente — Eu tenho coragem, Xichen. Muita coragem e você também tem, não está sequer tentando se afastar. Pelo contrário, continua tocando meu rosto.

— Quer uma prova de minha coragem? — sussurrou, seu rosto bem próximo ao do outro.

Não havia porque esperar por uma resposta, por isso apenas seguro a camisa de Cheng, amassando o tecido entre seus dedos antes de juntar seus lábios, um beijo agressivo e repleto por certa luxúria, mal importava para o fato de que provavelmente poderia levar um tiro aquele beijo era tudo que queria para manter aquele desejo egoísta vivo.

Suas bocas pareciam encaixar-se tão bem, a forma que Cheng também parecia gostar daquela sensação o fazia desejar dá-lo muito mais do que aquilo, mesmo que não pudesse, devia apenas se contentar em tê-lo o correspondendo tão avidamente enquanto o puxava pela gravata de seu terno para mais perto, e com os leves arquejos e arfares que escapavam por entre seus lábios.

— Você realmente não tem medo de morrer — Cheng murmurou contra sua boca, abaixando a arma logo em seguida — Não sei se isso é coragem ou loucura.

— Chame de desejo — piscou, afastando-se — Vivi por muito tempo, e morrer beijando esses lábios não me parece ruim — jogou uma pequena quantia de dinheiro sobre a mesa — Estou pagando minha dívida, mas não se livrou de mim.

— Eu tinha quase certeza de que não me livraria de você tão fácil — pegou o dinheiro sobre a mesa, jogando algumas moedas para Xichen, que o encarou confuso — Seu troco.

E mais uma vez ele riu, aquele homem conseguia ter o melhor de si.

— Vá comigo ao baile? — pede mais uma vez — Lhe garanto que estará seguro — diz de maneira firme.

— E você, estará seguro? — ajusta-se sobre a cadeira — Todos estarão lá, principalmente os vermes do ministério, você e seu irmão muito menos parecem que vão estar seguros neste dia. Na verdade, não entendo bem o que seu irmão está tentando fazer.

Às vezes nem ele mesmo conseguia entender bem o que seu irmão pretendia fazer, só restava aceitar como um bom irmão mais velho que era.

— Não pense muito nisso, estarei completamente bem — deixa um cartão sobre a mesa — Estarei ainda melhor, se estiver ao meu lado. Tem dez dias para me dar uma resposta, até lá, Jiang Cheng.

Ele curva-se mais uma vez antes de sair, seguindo pelo pequeno corredor até que esteja no salão novamente, seus olhos encontram-se brevemente com os de Norami que bebe um drink tranquilamente, por alguns segundos pode ver claramente aquele breve reflexo daquela bela mulher sorridente tão parecida com ela.

Um breve aceno que é respondido da mesma forma pela outra, e ele deixa aquele lugar para trás, olhando para o relógio em seu pulso.

— Ainda me resta tempo para cuidar daquilo — segue pela rua — Sinceramente, terei um excelente dia.