Capítulo 23

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Elegância, crueldade e frieza.

A elegância esconde não só a crueldade como também a frieza, era realmente difícil olhar para aquela mulher de gestos tão leves e calmos, para logo em seguida afirma que ela foi capaz dos atos mais cruéis para estar onde está hoje, afinal a falsa gentileza encobria com facilidade as mãos delicadas manchadas com sangue daqueles que foram tirados de seu caminho, o sorriso suave era a máscara perfeita para atrair e seduzir os tolos que acham que podem ter tudo porque possuem poder, quanto mais se aproxima, mais você pode ver que tudo naquela mulher é apenas um reflexo falso espalhado em um casa repleta de espelhos, dificilmente você saberá quem é a pessoa real e até que descubra pode ser facilmente esfaqueado e deixada para morrer enquanto sangra, a última coisa que verá é aquela imagem elegante, sorrindo calmamente enquanto o assisti definhar.

Jiang Yan Li era um claro exemplo de crueldade, elegância e frieza, tudo em uma combinação harmoniosamente perfeita, a dona da casa carmesim sempre foi conhecida por ser uma mulher requintada, mas fria, gentil mas cruel, antes mesmo de se tornar dona do único território neutro dentro de Gusu onde as ordens do ministério jamais pode ser aplicadas, Yan Li tinha gravado seu nome com o sangue de muito homens importantes da cidade alta, todos bons samaritanos aos olhos da sociedade que tiveram o desprazer de cruzar com essa mulher sanguinária e implacável, um encontro que jamais se repetiu duas vezes, ela sempre fez questão de garantir que isso nunca aconteceria mais de uma vez.

Como sua fortuna foi feita sempre foi um mistério, nem boatos eram possíveis de ser ouvido sobre aquilo. Yan Li era discreta, silenciosa e minuciosamente perfeitamente em cada execução, jamais perdendo a elegância assim como seu irmão novo Wei Wuxian, naquilo ambos eram completamente iguais mesmo que não dividissem algum tipo de parentesco sanguíneo, com o passar tempo a bela mulher elegante não se tornou apenas temida, mas também respeitada e venerada por aqueles que a procuravam pedindo ajuda.

A única pessoa que realmente foi capaz de fazê-la desejar nunca ter o conhecido, foi Lan Wangji, aquele homem de olhos dourados era o único que ela desejava manter-se distante.

Xichen conhecia bem a fama que seu irmão havia deixado por aí, assim como conhecia a fama que Yan Li tinha construído ao longo tempo para manter-se onde está hoje sem ser incomodada, colocar seus pés ali era na verdade um imenso ato de coragem de sua parte, afinal aquela bela mulher não tinha nenhum tipo de consideração por sua pessoa, o mais velho dos Lan também tinha deixado uma boa fama pela cidade ao passar dos anos, ele jamais seria bem vindo ali.

— Doce Yan Li, acredito que não é um prazer me ver novamente — sorri, bebendo do copo de whisky que havia acabado de ser servido — Mas da minha parte, é mesmo um prazer revê-la.

— Vamos nos poupar um do outro, Xichen — ajeita sobre o banco de frente ao bar — Os motivos pelos o quais lhe trazem aqui, são sempre algo desagradavél assim como sua presença. Eu ouvi sobre os boatos do baile que os Lan desejam fazer aqui, mas não entendo porque não foi seu tio que veio me procurar.

— Os boatos se espalharam bem rápido, estranho que não chegaram inteiros a você — cruzou suas mãos abaixo de seu queixo — Sei que quer recusar, afinal as ordens que são dadas em Gusu, não se aplicam em seu território.

Yan Li o encarou, bebendo tranquilamente de seu drink, os olhos afiados pareciam que lhe deixavam um breve aviso, mas Xichen apenas ignorou. Estava ali apenas por um pedido de seu irmão.

— Se sabe disso, porque está aqui? — deixou seu copo sobre a mesa — A minha resposta claramente será não, e acredito eu, que você não tem nenhum bom argumento que me faça mudar de ideia.

— Na verdade tenho — riu suavemente — Mas antes de tudo, caso sua resposta ainda seja não, pode ir pessoalmente questionar a pessoa que deu a minha pessoa essa ordem — seus dedos deslizaram sobre um balcão, um pequeno selo azul com um emblema de nuvens entre eles, no centro a demarcação feita em traços requintados de um "W".

— O que isso significa? — encarou o selo — Xichen...porque está carregando por aí o selo de seu irmão? Não sou ninguém do ministério para me mostrar isso.

— Bom, essa é a questão — o girou sobre o balcão — Wangji que está organizando o baile e ele que pediu para que você cedesse gentilmente sua casa.

O selo caiu sobre o balcão, o W parando para cima brilhando por alguns segundo no reflexo da luz que permanecia ligada, Yan Li encarou aquele pequeno pedaço de metal, desejando acabar com aquele homem que lhe sorria tão cinicamente enquanto esperava por uma resposta sua.

— O que seu irmão pretende? Juntar todos aquele lobos em apenas um lugar para caçá-los? — o perguntou, segurando selo em suas mãos — Isso é patético, até entendo os motivos de seu tio e sempre deixei que ele o fizesse por uma mera consideração, entretanto o ordinário Lan Wangji fazendo um evento tão grande quando há tanta comoção na cidade, isso não faz o menor sentido.

— Ah Yan Li, você sabe como ele é — dá de ombros — Ele é um homem controlado, não mata e não tortura pessoas de maneira aleatória, para toda causa existe um motivo, não é mesmo?

Não há uma resposta. Xichen sabia exatamente o que se passava na cabeça de Yan Li, a mesma pergunta que todos em Gusu e na cidade alta estavam se fazendo, o que exatamente Lan Wangji planejava com aquele baile? Por que fazer aquilo agora? E por quem ele está fazendo isso? E tudo que ele conseguia pensar, é que como um verdadeiro gênio, seu irmão havia conseguido o que queria desde do inicio quando teve aquela ideia absurda, atrair a atenção de todos apenas para si, como um verdadeiro assassino que vigia suas vítimas antes de executá-las.

— O importante é que o baile aconteça, o resultado do que vier depois é apenas um fato — termina seu whisky — Mas tenho certeza que não quer encontrar com o meu irmão, afinal de contas...ninguém quer, nem mesmo o maldito psicopata que assumiu o ministério.

— Ele arrastou um dos representantes como se fosse um brinquedo de criança — bate o selo sobre o balcão — Acha mesmo que alguém quer, encontrar-se como um homem assim?

— Realmente, Wangji às vezes exagera — ri novamente, como se a melhor das piada tivesse sido contada naquele momento — Me diga sua resposta, ainda tenho coisas para fazer.

— Eu farei o baile, mas diga a aquela escória que qualquer prejuízo será pago por ele — levanta-se — Agora saia daqui e não volte até o dia do baile, e depois disso, não volte nunca mais.

— Certamente, Jiang Yan Li — curva-se, deixando um papel sobre o balcão antes de começar a se afastar — Ah, é mesmo — para e se vira para ela — Eu adorei conhecer Jiang Wanyi ou eu deveria chamar de Jiang Cheng? — sorri — Passar bem, minha cara.

Ela realmente desejou poder esfaquear aquele maldito até a morte, enquanto o via se afastar em direção a saída. Um suspiro longo e frustrado escapou por seus lábios assim que encontrou-se sozinha em seu escritório, o papel deixado por Xichen está aberto e jogado em cima de sua mesa.

— O que diabos vocês estão fazendo, Wei e Cheng? — bateu seus punhos sobre a mesa — Porque de tantas homens na face da terra para chamar a atenção, logo a dos Lan — o som de batidas da porta, atraem sua atenção.

— Senhorita Jiang — XingCheng diz — Precisa de algo?

— Sim — murmura — Comece a organizar a casa para um baile que acontecerá daqui há dez dias, quero tudo perfeito. Para o nome do anfitrião coloque Lan Wangji.

— E acompanhante? — segura um pequeno bloco de notas em suas mãos.

— Para acompanhante — encara o papel mais uma vez — Coloque...Wei Wuxian.

Youngblood - WangXian.Onde histórias criam vida. Descubra agora