Youngblood - WangXian.

Capítulo 21

— Você soube? — Guang Shan o pergunta — Há boatos que Wangji está organizando um daqueles bailes, onde todos são convidados a ir, até mesmo o pessoal do ministério — deixa alguns papéis sobre a mesa — Será daqui a duas semanas, pelo o que pude ouvir.

— O que exatamente aquele verme está comemorando? — o encara — Afinal de contas, não há um motivo para festas ultimamente, Gusu parece estar voltando ao ponto inicial e ele está organizando bailes, isso é minimamente interessante.

Guang Shan limita-se a dar de ombros, voltando sua atenção novamente aos papéis enquanto o observa rodar uma caneta entre seus dedos perdidos em pensamentos. Um baile em um momento como aquele? O que exatamente o maldito psicopata estava tentando fazer? Chamar sua atenção e distraí-lo do verdadeiro propósito? Ele sabe de sua aproximação com Wei, ouviu de alguns de seus homens sobre a visita ao restaurante comandado pelo outro, a conversa íntima que tiveram como se fossem amantes ou algo parecido, sorrisos, trocas de olhares e demais detalhes que não fez muita questão ouvir, realmente quis ir até o verme Lan e lhe perguntar qual era sua verdadeira face naquele instante, porque procurar mexer com o motivo de sua obsessão e toda sua loucura quando a outros peixes no mar? Talvez Wangji estivesse testando sua capacidade.

— Alguns de nossos homens a mando de Yewan estavam vigiando Wei Wuxian — coloca a caneta sobre a mesa — Eu pensei que tinha sido claro sobre minha ordens, nada de se envolverem com ele.

— Precisamos ter certeza do que ele está planejando — o olho de soslaio — É apenas uma medida de segurança, isso é ainda mais necessário agora que Wei parece ter algum tipo de ligação com o Lan.

— Que tipo de ligação, Guang Shan? Eu ouvi sobre isso, mas gostaria de saber sua opinião — sorri, encostando sua cabeça entre suas mãos.

— Não sei bem, alguns disseram que Wangji tem um interesse massivo em Wei Wuxian, isso desde do roubo — engole em seco — Alguns afirmam, que eles...já até se beijaram e desfrutaram de alguns momentos juntos.

— Oh, mesmo? Momentos íntimos acredito eu — roda a caneta sobre a mesa agora — Wangji e Wei Wuxian, não acha isso patético? O que Wangji poderia dar a Wei? Nada.

Ele ri, sua expressão transmite insanidade e um certo tom de loucura, a decadência do tempo havia o tornado alguém demente e fora de si, era facíl acreditar que todos os dias remoía em sua mente um desejo quase que extremo por matar Lan Wangji e sumir com qualquer resquício de sua existência do mapa. Guang Shan o conhecia a alguns anos, antes mesmo dele assumir a cadeira que foi deixada vazia quando Wangji também alcançou seu estado de insanidade, lembrava-se muito bem de como ele era antes de toda desgraça acontecer, alguém que realmente parecia consciente de suas ações, não aquele homem obcecado pelo incansável.

— Guang Shan, já se perguntou como Wei ficou cego de um de seus olhos? — encarou novamente outro, que apenas negou sentindo-se confuso pela súbita mudança de assunto — Bem antes dele ser acolhido pelos Jiang, Wei vivia com seus pais em um lugar bem longe daqui, a mãe dele era uma boa mulher que era feliz com seu casamento e com seu filho obediente, mas então em um belo dia ela descobriu que estava sendo traída pelo marido com uma outra mulher, ela ficou tomada pela raiva, afinal sempre foi uma boa esposa e não merecia tamanha falta de respeito — sorri — Perdida no seu ato de fúria, desejando se vingar do seu marido traidor, ela atacou Wei com uma faca, arrancando seu olho direito fora — simula a cena, colocando a caneta perto de sua face e a movendo da mesma forma que a mãe de Wei fez — Quando ela percebeu o que fez, ficou em choque e cortou a própria garganta na frente dele.

— E o pai dele, o que houve com ele? — perguntou, sentindo seu estômago embrulhar por causa daquele relato.

— Ah, ele culpou o filho pelo o aconteceu, disse para todos que Wei tinha matado a mãe — o sorriso que estava sobre seus lábios a todo momento deixava tudo ainda mais assustador — Wei foi obrigado a fugir, ele vagou pelas ruas um bom tempo antes de ser acolhidos pelos Jiang.

Seu estômago ainda revirava, como alguém podia falar daquilo com tanta serenidade e tranquilidade em sua face, sorrindo como se estivesse a cantar uma canção de ninar para uma criança dormir, estava enojado por tamanha calmaria e indiferença como se aquilo não fosse nada além de um fato que deveria ser esquecido, ainda com suas mãos trêmulas e um leve refluxo preso em sua garganta, perguntou aquilo havia lhe deixado mais curioso.

— Como sabe disso? Wei...não lhe contaria algo assim — suspira pesadamente — Como exatamente pode saber disso?

— Meu pai executou o pai de Wei com suas próprias mãos, a mulher com ele estava tendo um caso era minha mãe — coloca-se de pé, caminhando para observar a vista através da janela — Nós já fomos vizinhos, apesar dele não lembrar de mim e talvez não ter a mínima noção de que estou vivo — seu tom soa amargurado — Eu o conheço perfeitamente bem, sei de seus gostos e de suas manias, até mesmos os seus medos eu sei — se vira para Guang Shan — Sou perfeito para ele, você não acha?

— Sim, senhor...— ele não ousava contrariá-lo.

— Agora, Wangji — ri — Ele é patético, que acha mesmo que pode levá-lo para longe, um completo estúpido.

Seus punhos estão cerrados firmemente, não se importa nem um pouco com Gusu ou qualquer outra coisa, apenas que manter seu desejo vivo e torná-lo realidade, não apenas uma vontade que está gravada em sua mente, anos e anos esperando por um momento adequado para se vingar e ter aquele tesouro que seu pai havia o prometido quando ainda era uma criança tola, seu velho havia jurado que o daria quando pudesse mas no final apenas o perdeu, o deixando ir para longe.

— Escute bem Guang Shan, você e os outros vermes irão até o maldito baile, e manterão seus olhos em Wei — o abraça pelos ombros — Não vão fazer nada além de observá-lo, eu odiaria saber que algum de nossos homens o machucaram, não quero ter que pisar na cabeça de ninguém. Então faça apenas o que eu mandar.

— Certo, eu avisarei aos demais — se afasta e coloca-se de pé — Seguiremos sua ordem, traremos informações sobre cada um dos passos de Wei Wuxian.

— Muito bem, pode ir — sinaliza para que o outro saia, que o faz rapidamente — Maldito rato Lan, maldito infeliz — murmura assim que está sozinho — Porque Wei, porque logo ele?

Suas mãos movem-se inquietas, assim como seus pensamentos, está revirando-se pelo ódio e a vontade de quebrar tudo ao seu redor, mas precisa manter seu controle até que tenha feio tudo que planejou para Wangji. Cada passo e cada detalhe, tudo para obter um final melhor apenas para ele e para Wei, os demais seriam descartados sem importância alguma, eles não estavam incluídos em seus planos, começaria por Jiang Cheng e Norami Akatsuki, se livraria de ambos para ter caminho aberto e direto a aquilo que precisava, depois lidaria com o Lan e seu irmão problemático, uma coisa de cada vez.

— Se eu matar os dois, será fácil chegar em Wei — senta-se novamente — Mas como fazer isso? Principalmente com aquela mulher, como eu mato você Norami? Você é meu maior problema.

Ele precisava matá-la e assim, poderia fazer o que quisesse.