Youngblood - WangXian.

Capítulo 8

  O sol passa pelas janelas e ilumina o ambiente, não há nada ali além de coisas quebradas, destruídas e corpos, alguns vizinhos o informaram sobre barulhos durante a noite, mas não ousaram ir verificar e muito menos tentaram chamar a polícia, a lei de Gusu estava nas mãos do ministério e nas do Lan, e ninguém mais. Os corpos estavam espalhados pelo o lugar, dois no quarto e três na sala, quando chegou ainda tinha alguns idiotas o esperando para emboscar-lo e arrastá-lo para a van preta parada do outro lado da rua, onde havia mais quatro corpos.

Wei caminhou pelo o lugar, o barulhos dos cacos de vidros soando sobre seus pés, a carteira de cigarro que havia deixado em cima da mesa de centro estava esmagada restando apenas um intacto, abaixou-se para pegá-lo limpando-o antes de acender e começar a fumar, calmamente sentou-se no sofá ajeitando suas armas em suas roupas, duas pistolas, três facas e um pequeno canivete, a mensagem de Norami quebrava o silêncio que se encontrava no lugar, já era terceira vez que a ouvia pacientemente, gravando detenidamente aquelas palavras em sua mente.

Então o ministério tinha mesmo os achado de alguma forma? E agora os caçarias como se fossem animais em uma floresta, vivos ou mortos, ainda valeriam o mesmo preço. Cinco malditos anos escondidos vivendo como esquecidos foram jogados pelo ralo em questões de segundos por alguém que havia falado sobre eles, afinal para chegarem até a localização de cada um deles e armar uma emboscada, alguém tinha que ter passado as informações, um infeliz X9 que estava próximo o suficiente para saber de tudo, ou talvez o tal Lan tenha feito aquilo apenas para dar o troco sobre o roubo, o que seria meramente estranho já que sua pessoa não é muito querida pelos filhos da puta donos da verdade do ministério, de qualquer forma precisa conferir e saber quem tinha feito aquilo, confiava plenamente no fato que Norami e Jiang Cheng dariam um jeito de permanecerem vivos assim como ele havia feito.

Empurrou um dos corpos com o pé, agachando para pegar as balas que ainda estavam em sua cintura e verificar se havia alguma coisa que pudesse lhe dar uma luz, encontrando apenas um celular que acabou sendo quebrado na luta e um pequeno feixe azul, recolheu ambos e guardou no bolso de sua camisa, quando Cheng voltasse daria uma olhada no celular, quanto ao feixe já sabia a quem perguntar.

— Eu deveria me mover logo — falou consigo mesmo — Preciso ir até a mansão do Lan, antes de procurar outro lugar para ficar. Maldito dia.

Wei saiu fechando a porta de seu apartamento, seus olhos correram pelo corredor vazio, provavelmente seus vizinhos estavam ainda se escondendo por causa da confusão. Bateu em umas das portas, para ser mais exato a que se encontrava no final do corredor, onde morava um excêntrico amigo seu, Nie Huaisang um homem expert em aplicar golpes.

— Pode se livrar de uns corpos para mim e fazer uma pequena reforma — murmurou para o Nie — Vou cair fora por um tempo, então fique bem à vontade para fazer o que quiser.

— Claro, claro, pensei que tinha saído dessa vida problemática, mas pelo visto me enganei — sorriu segurando o dinheiro que havia estendido para si — Darei um belo trato em seu apartamento, o deixarei como novo. Algo mais Wuxian?

— Sim, você sabe quando eles chegaram aqui? Preciso saber exatamente que horas isso aconteceu — apagou seu cigarro entregando-o para o Nie, que o segurou com uma expressão de desagrado antes de jogá-lo no lixo — Os engraçadinhos que fizeram isso, tinham muitas informações interessantes sobre nós.

— Bom, a van chegou aqui às oito, ficaram um bom tempo parados descendo apenas algumas vezes para checar área, alguns foram para os fundos dos prédios e outros rodaram pelos demais andares — ponderou por alguns segundos antes de continuar — Ás dez eles subiram e entraram no apartamento, lá pelas onzes que começou a barulheira que durou até ás meia noite, depois disso quatro deles desceram e foram para van. Eu aproveitei que ninguém me veria e cuidei dos cara da van, o resto deixei para você — piscou.

— Certo, era tudo que eu precisava saber, obrigado pela ajuda com os caras da van — afastou-se — Cuide de tudo, a grande chances que eu não volte mas ainda irei procurá-lo. Se aquele cara vir até aqui, diga a ele para me procurar por aí — acena descendo as escadas.

Huaisang acenou de volta, olhando para o dinheiro logo em seguida, havia uma bela quantia ali, sinal de que realmente não veria Wei por um tempo. Deu de ombros antes de pegar seu celular e enviar uma mensagem para um conhecido que o ajudaria.

— Ah, Wuxian está tão elegante — murmurou indo para o apartamento do outro — Suas roupas sempre lhe caem muito bem — encarou os corpos — Queria eu ter tanta classe assim para matar pessoas — sorriu.

Para sua sorte, sua moto ainda estava ali completamente intacta, seria um verdadeiro problema se tivesse que comprar outra, adorava aquela máquina. Colocou o capacete e suas luvas antes de subir e acelerar em direção a mansão Lan, o encontro com o Wangji na noite anterior não havia sido esquecido, mas no exato momento estava impossibilitado de raciocinar sobre tudo aquilo, principalmente sobre o beijo que o pegou desprevenido deixando-o levemente desnorteado, talvez o tal lan estava apenas zoando com sua cara e nada mais, entretanto ainda sentia que precisava analisar aquela situação estranha com calma e em uma hora melhor.

Os enormes portões chegaram ao seu campo de visão e um suspiro escapou de seus lábios assim que foi parado pelos os dois seguranças que estavam ali.

— Quem é você? — um deles perguntou — O senhor Lan sabe que está aqui?

— Não, mas diga a ele que Wei Wuxian está aqui e deseja vê-lo — respondeu — E vou entrar por bem ou por mal.

Os seguranças se entreolharam antes de falarem pelo comunicador preso em suas orelhas, após alguns segundos a entrada de Wei havia sido liberada e ele seguiu em direção a enorme mansão, para sua surpresa ou não um dos funcionários do Lan o recebeu, guiando para o interior da casa. Um pouco desconfiado o seguiu, encarando o ambiente luxuoso que se encontrava naquele momento, não demorou muito para que Wangji estivesse descendo as escadas o encarando com certa curiosidade enquanto mantia um sorriso suave em seus lábios, Wei realmente detestava o quão bonito aquele sorriso era assim como o dono dele.

— Pensei que não o veria tão cedo, Wei — disse ao chegar aos pés da escada — Afinal você estava tentando se livrar de mim ontem. Mas agora está aqui.

— Eu não gostaria de estar aqui e muito menos vê-lo, mas infelizmente algumas coisas desagradáveis aconteceram — sentou-se em um dos sofás — Seus amiguinhos do ministério, visitaram meu apartamento ontem a noite e emboscaram meu irmão e minha amiga, no porto da cidade. Curiosamente eles sabiam de tudo sobre nós, cada detalhe — cruzou seus braços — Afinal, a emboscada foi muito bem armada.

— E o que está tentando insinuar? — perguntou.

— Não quero insinuar nada, vou ser bem direto — ergueu seu corpo para frente — Ou você contou a eles o que acho um pouco improvável, ou um de seus homens está o traindo — jogou o feixe azul sobre a mesa, o emblema de nuvens manchado com sangue — Isso pertence ao seu povo, não é?

Wangji encarou o feixe por alguns segundos, antes de voltar seus olhos a Wei que sorria cinicamente.

— Precisa saber uma coisa sobre mim Wangji — levanta-se — Eu não sou bom em perdoar. Seja lá qual foi o merda que fez isso, eu vou achar ele. Aprendi muitas coisas quando fiquei um tempo infiltrado na máfia italiana ao lado de um homem realmente importante, ele costumava dizer algo muito interessante: In vita o in morte, proteggi la tua famiglia, anche se il sangue é stato versato per essa* — aproximou-se para colocar-se ao lado do outro — Colocarei essa cidade abaixo, se um deles morrer. Avise aos seus coleguinhas do ministério que não estou para brincadeira.

Afastou-se em direção à porta de entrada, virando-se para encarar as belas íris douradas que permanecem fixamente sobre si.

— E eu não esqueci sua dívida, bonitão — sorri.

*In vita o in morte, proteggi la tua famiglia, anche se il sangue é stato versato per essa: Na vida ou na morte, proteja sua família, mesmo que sangue tenha que ser derramado para isso.