Na Árvore

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          O lençol cheirava a amaciante de lavanda, o aroma suave quase me sufocava e só mais tarde percebi que estava com o rosto entre o lençol sem quase não conseguir respirar. Quando abri meus olhos me deparei com um quarto completamente diferente, as paredes brancas eram decoradas com pôsteres de bandas de rock, as prateleiras pretas estavam repletas de livros de terror e um espelho médio do outro lado do quarto fez com que me deparasse com meu reflexo, descabelada e nua, e para minha surpresa, Steven dormia tranquilamente ao meu lado vestindo apenas um short, seu peito nu e musculoso estava a mostra. Por que só eu estava completamente nua?

         Me levantei rapidamente e vesti minhas roupas que estavam espalhadas pelo chão do quarto e Steven acordou cedo o suficiente para me ver de calcinha e sutiã.

           — Ah não, já se vestiu? – ele parecia me analizar dos pés a cabeça. — Não pode ficar só mais um pouquinho sem roupa aqui do meu lado?

           — Eu preciso ir embora. — falei depois de dar uma risada debochada. — Não sei nem o que vou dizer à minha mãe quando chegar.

           — Diga a verdade. — ele parecia estar falando sério. — Posso ir com você para casa e daí me apresento como se eu namorado. Não precisa manter isso em segredo, não estamos fazendo nada de errado.

          — Acho que é melhor eu te apresentar de outra maneira. Enfim... — olhei para uma porta branca do lado esquerdo que levava ao banheiro de sua suíte. — Posso tomar um banho?

           — Claro, fique à vontade.

          Entrei no banheiro, encostei a porta e então me encarei no espelho. Haviam alguns ematomas em meu pescoço e me lembrei de como os tinha conseguido. Ainda conseguia sentir os lábios de Steven em meu pescoço e suas mãos em minha cintura me puxando para perto com força. Era tudo surreal.

          Entrei no box após tirar minhas roupas novamente e então liguei o chuveiro. A água quente que deslizava sobre minha pele me relaxava de forma que me senti a vontade para fechar os olhos por alguns minutos. O silêncio apaziguava minha alma e minha mente se preencheu com imagens da noite passada, e não tinham palavras que pudessem expressar o quão prazeroso foi sentir o toque dele. Enquanto pensava sobre todos os detalhes, senti duas mãos me envolverem e o peito de Steven se aproximar. Ele me beijou antes que pudesse abrir meus olhos.

          — Seu corpo é a coisa mais linda que já vi em toda a minha vida. — ele sussurrou em meus ouvidos de maneira sedutora. — Você não tem ideia de quantas vezes o imaginei.

           — É...? — estava tão sem graça que eu não sabia o que dizer. — Bom, seu corpo também é... De tirar o fôlego.

           Ele então tornou a me beijar e correr sua mão por todo meu corpo. Era difícil conter todos os meus sentimentos e tudo se tornou tão à flor da pele que, sem ter um controle do que acontecia, fizemos novamente. Era tão intenso e rápido que simplesmente me entreguei àquela situação sem exitar.

           — Acho que precisamos terminar esse banho... — comecei a rir. — Estamos aqui já há uns 30 minutos ou mais.

          — Se dependesse de mim nunca sairíamos daqui, Alexia. — ele então descolou seu corpo do meu, desligou o chuveiro e me entregou uma toalha limpa que estava pendurada na porta do box. — Te espero lá fora.

          Ele pegou uma outra toalha se secou e então vestiu um roupão e saiu do banheiro. Eu ainda assimilava tudo o que tinha acontecido.

                                  [....]

          — Bom, eu já vou. — falei ao sair do banheiro já vestida e com os cabelos penteados. — Vou pegar um Uber para voltar para minha casa.

           — Uber? — ele riu. — Você não vai para casa agora, quero te levar a um lugar.

          — Qual lugar?

          — É surpresa. — ele me segurou minha mão e me puxou. — Vamos.

          Descemos as escadas de seu apartamento, fomos até o estacionamento e então montamos em sua moto. Ele colocou o capacete em mim com tanto cuidado que me perguntava se Steven sempre foi uma pessoa cuidadosa e carinhosa. Ele então ligou a moto e fomos para onde quer que ele queria me levar.

           O vento gelado em meu rosto me fez abraçá-lo com mais força, seu corpo parecia tão quente quanto estava quando "tomamos banho" juntos. Após alguns minutos chegamos no que parecia ser um parque afastado do centro da cidade, relativamente pequeno, mas com uma paisagem incrível.

          — Ainda não chegamos. — ele parecia ter um sorriso de canto de rosto.

          Assenti com a cabeça, então descemos uma trilha de terra depois que ele estacionou sua moto. O clima estava agradável e as árvores altas e verde-pântano faziam um teto sobre nós. Haviam flores espalhadas pelo gramado e alguns pássaros mais coloridos do que o normal sobrevoavam o parque, o que era muito bonito de se ver. Ao caminharmos mais ou menos vinte minutos em silêncio, Steven parou de repente.

          — É aqui.

          O parque acabava em uma floresta com um lago, nunca tinha visto aquele local na cidade em que morávamos e para ser honesta nem sabia que existia. Ao andarmos um pouco mais, chegamos em uma pequena casa da árvore, era feita de uma madeira pintada de vermelho, com janelas brancas e sua entrada era amarela.

          — É sua?

          — Sim. É uma "casa" pequena de um quarto e um banheiro. Além disso tem um frigobar e algumas coisas boas para lanche no armário. Quer entrar?

         — Claro.

         Aquele dia estava sendo completamente diferente do que achei que viveria na minha vida. Steven era muito mais do que um "garanhão". Ele era incrivelmente incrível.

 Ele era incrivelmente incrível

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Prazer, Steven HarrisOnde histórias criam vida. Descubra agora