Pretzel Café

51 7 1
                                    

                   A noite ficou um tanto fria depois de ter chovido por quatro horas seguidas. Estava congelando por baixo dos agasalhos que havia colocado e estava me sentindo estúpida por ter aceitado ir ao Pretzel Café para pegar um livro que poderia muito bem me ser devolvido no outro dia na faculdade. 

                 Quando estava próxima do lugar, vi pela janela do Café Steven e uma garota juntos na mesa rindo. O que eu estava fazendo lá mesmo? Decidi que não seria uma viagem perdida, iria até a mesa dele, pegaria meu livro e iria embora. Não queria saber quem era aquela menina nem o que ela fazia lá. 

                  Ao entrar, vi que estava tudo muito diferente. Não ia ao Pretzel Café já havia três anos, pois ia com meu avô quase toda quinta-feira e depois que ele morreu não me sentia à vontade indo lá, contudo, aquilo me pareceu ser infantilidade depois de um tempo, já que deveria ser meu lugar favorito no mundo por ter vivido minhas melhores lembranças aqui. Tudo tinha sido reformado, as mesas eram de madeira e dava para ver claramente que tinham sido reformadas e passado verniz. As paredes estavam bege e não se via nenhuma parte da pintura descascando como antes, fora o piso que de alguma maneira tinha ficado mais bonito. Fiquei grata ao ver que Beatrice, a dona do Pretzel Café, ainda estava lá atendendo seus clientes com um sorriso no rosto. 

            - Alexia! - ela disse alto (acredito que até Steven tenha ouvido) - Quanto tempo! Como vai você e sua mãe?

             - Oi Trixie! - era assim que todos a chamavam - Estamos muito bem e eu finalmente passei na faculdade, estou fazendo Relações Internacionais, como havia planejado. Lembra que conversamos sobre isso? 

            - Sim, claro que me lembro, você sempre me inspirou me contando seus sonhos  e estou muito feliz por estar conseguindo realizá-los. Estava com saudades suas, querida. Aonde vai se sentar? - ela disse sorrindo.

          - Na realidade não vou ficar - disse olhando para Steve que parecia nos observar - Vim só pegar um livro que esqueci com um colega e vou voltar para casa, mas eu volto aqui durante a semana e conversamos melhor. 

        - Venha na quarta-feira, o movimento não é tão grande nesse dia, daí poderemos conversar um pouco, o que acha? 

          - Acho ótimo, qual é o melhor horário para você? - perguntei.

         - Qualquer horário a tarde. Vai ser um prazer.

         - Obrigada Trixie - disse a abraçando - quarta estarei aqui. 

           Fui até a mesa de Steven e para minha surpresa a garota já tinha ido embora. O olhei torto, me sentei e então disse:

          - Me devolve meu livro.

          - Boa noite para você também Alexia - ele respondeu rindo um pouco - aproveite o lugar, parece que você já conhece muito bem aqui, mas nunca é demais para saborear um bom café.

          - Você já está acompanhado, e eu preciso revisar a matéria em casa, - disse sorrindo falsamente - pode por favor me dar o livro para que eu me livre dessa situação?

          - Primeiro, não estou acompanhado, aquela era minha prima e ela estava aqui por pura coincidência  - ele tirou o livro de uma mochila que tinha trago - e segundo, só te devolvo o livro se ficar um tempo aqui, você não precisa revisar a matéria do primeiro dia de aula. 

           - Por que toda essa implicância? - o encarei - Não me importo com quem estava com você, só preciso de um motivo para ir embora. 

         - Prometo que vai se divertir - ele segurou minha mão - fica.

         - Eu vou ficar - soltei minhas mãos das dele - mas por favor não pegue minhas coisas só para me ver. E como conseguiu meu número?

        - Seu livro acabou ficando nas minhas coisas na troca de sala, você o esqueceu na outra sala e eu peguei e esqueci de te dar, foi isso. E sobre seu número, eu conheço algumas pessoas que felizmente te conhecem.

        - Que pessoas? - fiquei desconfiada. 

        - Estou brincando, você colocou seu número no perfil do facebook, acredite se quiser.

        - O que? - coloquei a mão no rosto - Não acredito que essa informação ficou pública.

       - Isso não importa agora, você teria me dado de todo jeito.

       - Convencido.

      - Claro - ele riu e passou a mão no cabelo - sou irresistível. 

      - Para algumas pessoas deve ser mesmo - comentei maliciosa - e o que você espera que conversemos agora?

       - Vamos começar falando sobre... O que vamos pedir para comer. 

          Então eu ri, chamamos a garçonete e fizemos nosso pedido. Não sabia o que esperar dessa noite no Pretzel Café com Steven, mas com certeza seria melhor que revisar a matéria do meu primeiro dia de aula na faculdade.

 Não sabia o que esperar dessa noite no Pretzel Café com Steven, mas com certeza seria melhor que revisar a matéria do meu primeiro dia de aula na faculdade

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Prazer, Steven HarrisOnde histórias criam vida. Descubra agora