Ash

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           Ponderar sobre o que estava acontecendo se tornou uma grande perda de tempo. Adam, Brian e Steven, deixem-me em paz. Eram duas horas da manhã quando acordei um tanto confusa após ter tido um sonho um tanto perturbador. Estava numa casa aparentemente abandonada, ratos corriam pelos corredores e sombras passavam pelas portas com risadas muito estranhas e como sempre fiquei sozinha. Por que sempre solitária em meio a um caos invisível? Foi quando o chão começou a tremer e minha falecida prima apareceu.

           - Alexia! - ela gritou e o chão onde ela estava se abriu - Me ajude! Socorro!

          Não consegui responder, como se cada palavra se engasgasse dentro de mim. Então ela caiu num buraco aparentemente eterno, algo semelhante a um limbo. O que estava havendo? As paredes ao nosso redor estavam descascando, como se cada pedaço do sonho fosse se desmanchando. Sumi. Desapareci como se fosse um punhado de areia em meio à ventania. 

           - Garota, acorde! Ei! - disse uma moça me sacudindo, eu havia dormido numa praça próxima a minha casa. 

          - A praça é sua? - a encarei severamente.

          - Não - ela me olhou meio chocada com a minha resposta - Mas não é muito seguro passar a noite aqui, a menos que esteja usando drogas. 

          - Está dizendo que se eu fosse um usuário de drogas estaria segura em qualquer lugar só pelo fato de estar drogada? Quem iria me ajudar de um assalto, um gnomo?

          - Já viu um gnomo? - a garota negra me encarou. Ela tinha um cabelo bem arrumado preso numa faixa de cabelo colorida. Seus olhos escuros que me olhavam profundamente e  sua expressão cômica me fizeram rir.

           - Não - algumas risadas também a fizeram sorrir - Minha vida já está uma droga suficiente, não preciso de mais nenhuma, obrigada. 

          - Nesse caso - ela disse tirando uma garrafa com água de dentro de sua bolsa esverdeada - Quer um gole disso?

          - Sim - disse sorrindo - muito obrigada.

          Após esse ocorrido, comecei a conversar com a garota. Ela se chama Ashley Green e morava duas ruas depois da minha. Talvez tudo que precisava era de uma amiga, alguém que conversasse sobre assuntos que não fossem relacionados a namoros fracassados. Sentia falta de andar sem precisar falar do que pesava. Queria simplesmente ser alguém que fosse capaz de amar a vida sem temer a morte. Alguém que vivesse sem medo das consequências.  Obrigada por isso, Ashley. 

 

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Prazer, Steven HarrisOnde histórias criam vida. Descubra agora