- Para “só um cara”, até que estou atraente - ele disse depois que paramos de nos beijar.
- Tenta ser legal pelo menos agora - falei.
- Nem vem com essa - Steve começou a rir - você que me agarrou.
- Eu não te agarrei, apenas te beijei. Nem vem dizer que foi ruim.
- Não foi ruim, claro que não - tornou a rir - não disse isso.
- Então para de reclamar, até parece que não estava implorando para alguém te “agarrar”.
- Você é mesmo muito convencida garota - ele disse chegando mais perto, como se quisesse me beijar mais, mas o interrompi.
- Um pouco de cada vez - disse dando um beijo em sua bochecha - agora eu preciso ir para casa.
- Claro - ele disse balançando as chaves enquanto ria - vamos voltar para a moto, vou te deixar em casa.
Steven estava me olhando diferente, como se sorrisse apenas com o olhar. Gostaria de ter o poder de saber o que se passou em sua mente quando o beijei, mas não sabia nem mesmo o que se passara na minha mente para fazer aquilo. E sinceramente não me arrependia.
Quando cheguei em casa a vergonha veio à tona, não sabia como olhar para ele então simplesmente disse “obrigada, boa noite”, desci da moto e entrei no prédio em que morava, não olhei para trás, mas pensei ter ouvido “só isso?” vindo de Steven.
- Como foi com o garoto?- minha mãe perguntou assim que fechei a porta depois de entrar.
- Me desculpe mãe, não queria chegar tão tarde, perdi a noção da hora - respondi com medo da bronca que ela daria.
- Mas com o menino bonito que você estava nem eu teria me preocupado com a hora - ela disse rindo.
- Você o viu pela janela? - por algum motivo eu falei sussurrando.
- Sim, ele é um gato, por que não me falou dele? - ela parecia sussurrar também.
- Não falei? - ri um pouco - ele é da minha classe da faculdade.
- E você aproveitou? - ela perguntou me olhando de maneira maliciosa.
- QUE? - comecei a rir e ficar nervosa - Não… quer dizer, demos um beijo, mas…
- Você o quê? Está ficando cada vez mais esperta.
- Mãe não me faça falar disso... - eu disse rindo um pouco.
- Só alguns detalhes…
- Okay - respirei fundo ainda rindo - estávamos num terraço e de repente ele ficou extremamente atraente, então o beijei e ele ficou surpreso.
- Ele deu para trás? - ela me encarou curiosa.
- Não, na verdade - olhei para baixo - ele retribuiu bem.
Minha mãe não disse nada por alguns minutos, então começou a rir bastante. Passou a mão em meus cabelos e então disse “Vou dormir agora, espertinha, boa noite” e então saiu. Não tinha entendido muito o que tinha acontecido ali, geralmente eu e minha mãe não éramos muito próximas mas hoje foi como se estivesse conversando com a minha melhor amiga, e talvez ela fosse.
A noite foi um tanto torturante. Passei as primeiras duas horas após ter me deitado pensando em Steve e me lembrando do beijo enquanto mordia os lábios. Me senti uma idiota por conta disso.
Pela manhã me olhar no espelho foi a coisa mais assustadora que eu já havia feito. Meus olhos estavam com olheiras enormes e meu cabelo parecia um ninho de pássaros, fora minha pele que estava ressecada. Se eu quisesse motivos para desistir de mim mesma só precisaria não dormir. Tomei um banho reforçado, então sequei meus cabelos enquanto olhava meu reflexo no espelho, nunca tinha me sentido tão péssima. Como iria para a faculdade naquele estado? Realmente não estava nem um pouco a fim.
Saí de casa usando uma calça jeans clara, uma blusa azul-escuro com um moletom preto por cima. Meu cabelo estava solto e úmido, enquanto minha maquiagem básica não parecia esconder bem minha cara de cansada. Teria um grande dia.
Quando cheguei na faculdade, a sala estava silenciosa, não entendi bem o porquê, então um monitor passou do meu lado.
- Sabe me dizer por que não tem ninguém em sala? - falei.
- Hoje não tem aula de Relações Internacionais, esse curso só tem segunda, terça, quinta e sexta.
- Hoje já é quarta? Me desculpe… não me atentei aos horários, obrigada.
Ele fez um aceno com a cabeça e então saiu. Havia perdido meu tempo vindo à aula num dia que nem tinha aula. Steven de repente apareceu do meu lado.
- Também fez o favor de não prestar a atenção nos horários? - ele riu enquanto analisava os dias das aulas anotadas num caderno.
- Se não for para me perder nos horários eu nem faço faculdade - respondi rindo.
- Desculpa comentar mas… você passou a noite toda fazendo algo que não estava relacionado com dormir?
- Parece que sim - eu o encarei fazendo careta - agora você descobriu minha verdadeira aparência, ainda apaixonado?
- 90% mais apaixonado, não se preocupe - ele disse se aproximando, então me deu um selinho.
- Já está achando que eu sou sua namorada por acaso? - eu o empurrei - Sossega menino.
- Você não é minha namorada ainda mas em breve vai torcer para que isso seja verdade - ele falou sorrindo e beijando rápido meu rosto.
- Bom, eu tenho que ir embora já que não vai ter aula, até depois - disse saindo.
- Espera - ele disse segurando meu braço - vamos sair juntos.
- Quer que eu te acompanhe até fora da faculdade?
- Que engraçada você - ele disse irônico - vamos ver um filme.
Não respondi Steven, mas não foi porque não queria falar com ele. De repente vi meu ex-namorado entrando na faculdade e ele acenava para mim. Não sabia o que fazer nem para onde olhar, mas Steven pareceu perceber o que acontecia. Ele veio até mim e então me deu um abraço forte.
- Estava morrendo de saudades de você Alexia - ele disse sorrindo.
Steven me encarou um tanto furioso. Não era uma boa hora para reencontrar Adam. Apenas sorri desconcertada.
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Prazer, Steven Harris
Teen FictionAlexia é uma garota aventureira que vive em Toronto, Canadá. Sua vida tem uma reviravolta quando conhece o misterioso Steven Harris num bar na véspera do ano novo. (História em desenvolvimento)