Quente

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          Seu abraço era quente e confortável, não encontrava paz em nenhum outro há muito tempo até abraçá-lo. Era como se tudo o que ele transmitia fosse um pouco da cura que eu buscava. Depois de alguns minutos, olhei seu rosto e ele sorria.

        - Você realmente é muito linda - Steve disse colocando uma das mãos em meu rosto - até com o rosto todo borrado de maquiagem continua incrivelmente… fascinante.

        Após dizer isso Steve me beijou, mas não foi como das outras vezes. Os dois queriam aquilo, não era como uma surpresa ou algo assim. Eu o beijei intensamente, colocando meus braços em torno de seus ombros. Ele me segurou pela cintura, sempre me puxando para perto, então de repente me soltei dele bruscamente.

        - Me desculpe… - eu disse tentando secar as lágrimas - Não quero que comecemos algo dessa forma. Eu estou sofrendo justamente por um amor que começou da forma mais torta possível…

        - Alexia me desculpe por essa visita inesperada, mas eu sei que está passando por algo difícil, só pela forma como está agindo. Só quero que saiba que mesmo que não queira nada agora, você tem um amigo - ele disse beijando minha mão e sorrindo.

        - Obrigada Steve. Desculpe por toda essa loucura, acredito que tenha ouvido os gritos…

        - Faz o seguinte, se troca, tem algo que vai fazer você se sentir melhor.

        - O que? - o encarei.

        - Confia em mim.

        - Okay - disse indo para meu quarto.

       Vesti minha calça jeans de sempre, uma blusa preta básica e uma jaqueta de couro preta. Limpei meu rosto sujo de maquiagem, prendi o cabelo com um penteado simples e então saí. Eu nem havia notado, mas Steve usava uma roupa  que eu nunca pensaria que ele usaria. Estava trajando uma calça cinza larga de moletom e um casaco branco com alguns detalhes pretos nas mangas. Seu cabelo estava bagunçado e ele estava com um pouco do meu batom em sua boca, então eu ri.

         - Do que está rindo? - ele me olhou desconfiado.

         - Do meu batom na sua boca - disse passando a mão na sua boca tirando o roxo de seus lábios - pronto, agora está melhor.

         - Esse tipo de situação poderia acontecer mais vezes - ele disse como se quisesse rir.

         - Comigo gritando vergonhosamente com o rosto borrado de maquiagem enquanto você entra com uma calça de moletom aqui?

        - O que você tem contra calças de moletom? São as coisas mais confortáveis que o homem já fez.

        - Eu acredito - disse o censurando com o olhar - só não acredito que você entrou aqui e me viu naquela situação.

       - Você não é a única pessoa que grita num momento de descontrole. Vem, preciso te mostrar aquilo.

       Descemos e durante a viagem de elevador o clima ficou um tanto estranho. Era como se nós dois quiséssemos repetir o beijo novamente e ao mesmo tempo tínhamos vergonha do que acontecera. Ele me levou até sua moto, então partimos. Steve dirigiu até uma avenida vazia já que o horário já permitia que não tivesse ninguém na rua. Então, rindo um pouco ele gritou. Ele não gritou como quisesse forçar algo, mas como alguém que queria colocar tudo o que o aflige para fora.

          - Vamos Alexia, grite!

         Então sem pensar muito nós dois começamos a gritar e então rimos. Abri meus braços e senti o vento bater forte neles, enquanto eu gritava tudo que podia. Foi o melhor dia da vida que eu consegui viver, sem me culpar.

 Foi o melhor dia da vida que eu consegui viver, sem me culpar

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Prazer, Steven HarrisOnde histórias criam vida. Descubra agora