Capítulo 17

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Maraisa's POV


Maraisa acordou com o som de gritos.



Depois da conversa estranha com Danilo, durante a qual teve ao menos oitenta por cento de certeza de que ele estava bêbado, ela havia fingido estar com dor de cabeça e fora para a cama, dispensando a sobremesa e a noite de jogos em família.



Com um gemido, pegou o celular e olhou a hora.



Uma da manhã?


Eles ainda estavam acordados?



Sem pensar, apoiou os pés no chão ao lado da cama, pisando em algo macio.


A coisa gemeu, e então soltou um palavrão ao mesmo tempo que puxava os pés de Maraisa, fazendo-a cair com um baque sobre si.



- Danilo? - murmurou.



- Não, é algum outro lunático meio bêbado, meio faminto, que fala com gaivotas. Sim, sou eu, Danilo. Quem mais estaria dormindo no chão do seu quarto?



- É verdade.



- Já pode sair de cima de mim. - Ele grunhiu.



- Por que você estava falando com gaivotas?



- Essa foi a parte relevante do que eu disse, na sua opinião? Não vai nem mencionar essa história de eu estar bêbado e com fome? Vai direto para as gaivotas?



Maraisa se afastou do corpo quente de Danilo e suspirou alto.



- Só simplifiquei as coisas.



- Como assim?



- Que elemento pareceu estranho, no que você disse? A comida sempre acompanha o álcool. Mas falar com gaivotas? Isso não é muito comum.



- Ou você é um gênio ou está bêbada. Não consigo decidir. - Danilo falava em um tom de voz grave. - Por que você resolveu andar sobre mim? Ou melhor, por que está fora da cama?



- Ouvi um barulho.



- Acho que isso se chama respirar, Maraisa. Algumas pessoas precisam disso para viver.



- Cale a boca, seu babaca. - Ela o empurrou e andou até a porta. - Foi mais que isso. Parecia um arranhão, ou algo assim.



- Então temos um esquilo por aí. - Ele parecia entediado.



- Você odeia esquilos.



- Deixe que venham atrás de mim! Ouviram isso, esquilos? Estou pronto para vocês! - Danilo ergueu as mãos e suspirou.



- Quantas cervejas você tomou?



Praguejando, ele se pôs de pé - com alguma dificuldade.



- Óbvio que não o suficiente. Ou ainda estaria desmaiado, em vez de aqui, tendo esta conversa ridícula com você.



Ele ficou sob o luar.


A boca de Maraisa secou.



Aquele homem era um gostoso.


Como ela pôde esquecer?



O abdômen definido, com músculos que desciam até a parte coberta pelas calças do pijama.


Cada pedaço dele era liso. Bonito demais para ser real.



Ela deu um passo na direção de Danilo.


Era possível que um homem real tivesse sido editado no Photoshop? Ao vivo?

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