Capítulo 11

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Danilo's POV

Tinha sido um acidente.

Ele ia pedir apenas uma maldita flor.

Mas então se lembrou da expressão desanimada de Maraisa , de como ela parecia triste quando saiu do carro. E pediu mais algumas.

Enquanto conversava com o florista, foi como se ele tivesse perdido totalmente o domínio sobre a própria boca.

E quando o homem lhe perguntou o porquê de ele estar enviando flores, bem... foi naquele momento que tudo saiu do controle.

Porque ele não conseguiu evitar que sua mente criasse imagens da expressão do rosto de Maraisa ao chegar ao trabalho e ver a mesa coberta de flores.

Estava convencido de que ninguém nunca se dera o trabalho de fazer alguma coisa legal por ela.

Podia apostar a própria vida nisso.

Tudo bem... Tinha sido um pouco excessivo.

Talvez muito excessivo.

Mas era uma oferta de paz.

Quem foi que disse que ofertas de paz não podiam ser excessivas?

Ele queria que ela se sentisse bem.

Missão cumprida.

Até que viu o rosto dela outra vez.

Realmente, precisava parar de se encontrar com Maraisa.

Trazia à tona sentimentos indesejados, que faziam, por exemplo, com que ele se sentisse vulnerável ou estúpido.

E ela o estava olhando daquele jeito de novo:

o olhar que as mulheres fazem quando estão começando a se apaixonar.

Normalmente, ele odiaria isso.

Mas não desta vez.

Agora, ele ansiava por ver nela aquela expressão.

Maraisa o estava arruinando aos poucos.

Ele não sabia se devia fugir ou se devia beijá-la e acabar logo com isso tudo.

Porém, o mesmo medo irritante ainda bloqueava todos os pensamentos lógicos e o faziam repensar cada decisão.

Sabia que era um babaca e que não a merecia.

Também sabia que era provável que ele estragasse tudo e que ela passasse a odiá-lo.

E tinha ainda seu passado com as mulheres. Somando isso às coisas vergonhosas que fizera com Maiara, Danilo não tinha certeza se podia confiar em si mesmo, quanto mais deixar que outra pessoa confiasse.

Com um suspiro, ele olhou para o cardápio e tentou encontrar o que pedir.

Tudo parecia embaralhado, nada parecia gostoso - nada além dela.

E, por mais triste que fosse, Maraisa não estava no cardápio.

Talvez conseguisse encontrar um pedaço de giz, e então poderia escrever o nome dela e pedir com delicadeza.

E depois, com delicadeza, empurraria tudo para fora da mesa.

E, com bastante delicadeza, tiraria as roupas dela.

E, ainda com delicadeza, a possuiria...

- Danilo ? - Maraisa interrompeu seus pensamentos. - Seu rosto está vermelho, está tudo bem?

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