Maraisa’s POV
Bem, tomar banho nunca mais seria a mesma coisa.
Na verdade, Maraisa estava convencida de que, em um futuro próximo, cada vez que ouvisse o som de água corrente, teria muita dificuldade em segurar um sorriso.
Aqueles lábios, aquelas mãos...
Ah, que mãos divinas!
Sério, Danilo devia dar aulas sobre como usar aqueles dons abençoados.
Sabia usar muito bem o que Deus lhe dera.
Ainda sentia o corpo vibrar com a sensação que aquelas mãos provocaram em seus quadris, sua bunda, e ainda se lembrava de Danilo levantando-a debaixo do chuveiro.
Sabendo que estava corando, Maraisa começou a se abanar enquanto seguia para o coquetel.
A maquiagem ia acabar derretendo, se continuasse assim.
Ela queria estar com a melhor aparência possível para aquela dança do acasalamento idiota que vovó tinha planejado.
Sem mencionar que dançaria com Danilo, e ela queria estar bonita para ele.
Quando dobrou o corredor que dava para a área em que aconteceria o coquetel, vovó a interceptou e a levou para o quarto.
— O que você está fazendo? — perguntou Maraisa enquanto vovó a puxava, levando-a para o quarto.
Sem dizer nada, a senhora fechou a porta e se virou.
— Você está um horror.
— Hã, obrigada? — respondeu Maraisa, olhando para o vestido horroroso que Maiara escolhera.
Ficara sabendo que Maiara na verdade não escolhera o vestido, e sim Guiomar, que quisera ajudar a planejar o casamento e desenhara os vestidos das madrinhas.
Por isso estava usando aquele vestido “vômito outonal”, que a fazia parecer 20 quilos mais gorda.
Vovó soltou um longo suspiro e descansou a mão na bochecha enquanto examinava a roupa de Maraisa.
— Isso não vai servir. Afinal de contas, você não teve oportunidade de usar um vestido de noiva.
— Eu me pergunto de quem é a culpa. — Maraisa ergueu as sobrancelhas.
Vovó deu de ombros e dispensou o comentário com um gesto.
Era óbvio que ainda estava bancando a inocente.
— De qualquer forma, uma mulher sempre está preparada. — Ela se aproximou do guarda-roupa e abriu as portas.
Depois de resmungar sozinha e revirar o que só podia ser descrito como uma quantidade nada sensata de casacos com estampa de oncinha, tirou do cabideiro um saco que guardava algum traje.
— Isso aqui é para você.
Ao notar a hesitação de Maraisa, vovó fez um tsc de irritação e colocou o saco na cama.
O som do zíper sendo aberto foi quase desconcertante.
— Vamos lá. — Vovó se afastou. — Dê uma olhada.
Quase com medo de ver o que era, Maraisa umedeceu os lábios, enfiou a mão no saco e pegou o vestido.
O vestido.
O vestido da loja.
— Mas o casamento não é meu! — gaguejou Maraisa.
— Mero detalhe. — Vovó a calou com um gesto. — Maiara ficou mais do que feliz com a ideia de a melhor amiga usar algo parecido com um vestido, em vez de uma fantasia de abóbora grávida. Agora, vamos vestir logo esse negócio e fazer meu neto ter um ataque cardíaco.
— Mas...
— Não gostou? — Vovó tocou o vestido nas mãos de Maraisa e suspirou. — Naquele dia na loja, pensei que...
— Não. — Maraisa sentiu as lágrimas queimarem seus olhos. — Não é isso. É só que me sinto em um conto de fadas. — Ela também sentia como se não merecesse nada daquilo.
— Ah, meu Deus! Se Danilo é o Príncipe Encantado, estamos com problemas — disse vovó. — Ele ainda tem que cumprir algumas obrigações, começando com a dança que vocês precisam apresentar. E ainda tem que me dar bisnetos também. Vocês vão me dar bisnetos, não vão?
Maraisa sentiu as bochechas corarem.
Desviou o olhar e se balançou na ponta dos saltos.
— Estamos trabalhando nisso.
— Esta é a minha garota! — Vovó deu tapinhas na mão de Maraisa e apertou os pulsos dela. — E nem pensem em usar camisinha. Enfiei uma agulha em cada uma que encontrei nesta casa. Espero um bebê na primavera.
Boquiaberta, Maraisa a encarou e sentiu as bochechas corarem ainda mais.
— Nós, hã, veremos o que podemos fazer.
Só vovó pensaria em planejar uma coisa dessas.
— Boa menina. — Vovó se afastou. — Rezei para que você fosse fértil, sabia? — Ela sorriu para si mesma. — Agora, tire essas roupas.
Tinha tanta coisa errada naquela frase que Maraisa enrolou um pouco antes de se virar e permitir que vovó abrisse o zíper da imitação de vestido que estava usando.
Quando foi aberto e deslizou para o chão, Maraisa se afastou e fez uma careta.
O vestido era branco, e ela estava de lingerie preta.
— Ah, eu quase esqueci!
Vovó ergueu uma das mãos e pegou uma sacola no chão, de onde tirou um corpete branco, com uma calcinha fio-dental e meias sete oitavos combinando.
Nossa, como é que ela sabia o tamanho de Maraisa?
— Perguntei para Danilo — explicou vovó. — Parecia que ele sabia o tamanho certinho dos seus quadris. Olhe só. E do busto... Bem, vamos dizer que apitei algumas vezes antes que ele conseguisse voltar a se concentrar. Aquele garoto se distrai muito fácil. É culpa minha. O avô dele sempre gostou muito de peitos. — Vovó estufou um pouco os seios. — De qualquer forma, vamos lá. Coloque isso, depois eu a ajudo com o vestido.
Maraisa hesitou.
Vovó queria mesmo que ela ficasse pelada?
— Se você continuar nessa lerdeza, é possível que eu morra antes de ver meus bisnetos. Pode acreditar em mim: não há nada em você que eu não tenha visto antes. Bem, talvez não veja há um tempo, meu espelho aponta mais para baixo, hoje em dia.
Rindo, Maraisa pegou a lingerie que vovó lhe oferecia e a deixou na cama, então tirou a roupa.
Vovó suspirou.
— O que foi? — Maraisa parou, pegando o corpete.
— Nada. — Vovó a dispensou com um gesto. — É só que não acredito que Danilo vá assistir à cerimônia até o fim. Não permita que ele se aproveite de você cedo demais, Maraisa! Está me ouvindo? Deus não aprova essas coisas.
— Hã. — Maraisa colocou o corpete. — O quê? Pessoas casadas se aproveitando umas das outras?
— Claro que não. — Vovó a olhou com repreensão. — Deus só não gosta de ver coisas bonitas sendo desperdiçadas, e você, querida, vai estar espetacular. Então deixe que ele sofra um pouco antes. Entendido?
Maraisa deu um sorriso enorme.
— Entendido.
Vovó soltou um ruído.
Dez minutos depois, Maraisa estava usando o vestido de seda mais bonito que já vira na vida.
Vovó não parara na lingerie.
Também tinha comprado sapatos de cristal que fizeram Maraisa parecer uma modelo.
Abençoado fosse o coração manipulador daquela senhora!
Maraisa virou e se examinou no espelho.
Vovó estava atrás dela, radiante.
— Faça-o sofrer.================================
🔻 Maratona cap 5 🔺️
Metade já foi einnn dessa maratona 😘❤
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Mais Que Um Desafio
أدب الهواة# SINOPSE "Como vai? Quer dizer, faz TANTO tempo!" Na verdade, fazia onze meses, uma semana e cinco dias. Mas quem é que estava contando mesmo? Não ela. Danilo Gentili é rico demais, bonito demais e arrogante demais: Qualidades que, anos antes...