Capítulo 34

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Danilo’s POV


Danilo inclinou a cabeça para a direita e fez uma careta.

— Ficou legal, né?

Maraisa estava imóvel a seu lado.
Ele a cutucou e repetiu:

— Né?

O silêncio e a expressão tensa no rosto dela não o deixaram mais seguro em relação ao que tinham feito.

O pessoal do bufê bolara um plano brilhante.
Ainda tinham um pouco de glacê extra, caso um dos laços do bolo caísse.
Era um bolo preto e branco, com glacê branco e laços pretos — simples, elegante e, nas palavras de Maraisa, “bonitinho”.
Para sorte deles, foi bem fácil esconder a palavra TETAS.

Então agora estava escrito apenas PARA SEM PRE.
Mas não estava bem centralizado, então dava para ver que era para ter mais uma palavra.

— Está legal — disse Maraisa, por fim. — Não dá nem para ver as TETAS.

Danilo soltou o ar.

— Sério? Nada de TETAS?

Vovó escolheu aquele exato momento para aparecer.

— O que vocês estão falando sobre tetas? — Ela deu um tapa na cabeça de Danilo. — Será que você consegue parar de pensar em sexo e se concentrar em outra coisa por apenas cinco minutos?

Maraisa chutou sua canela, e Danilo respondeu bem alto:

— Não, não consigo me controlar. Sou uma causa perdida. — Ele soltou um suspiro pesado, sentindo os ombros se curvarem. — É isso que sou. Sinto muito, vovó. Não vai mais acontecer. Vou tentar com mais afinco. — Ele cerrou os dentes e olhou irritado para Maraisa.

Vovó olhou para os dois com desconfiança, antes de dar a volta no bolo.

— Tem alguma coisa diferente.

— Do lado de fora. — Maraisa soltou. — É porque estamos aqui do lado de fora, e a luz do... hã... a luz refletida nas partículas do ar...

— E o sol! — Danilo quase gritou. — O sol faz o bolo parecer...

— Mais bonito! — Vovó uniu as mãos, fazendo Danilo e Maraisa suspirarem ao mesmo tempo. — Muito bem! Sabia que podia confiar em vocês dois.

Danilo fechou os olhos e soltou um palavrão enquanto a senhora se afastava.

— Vamos matar vovó, isso é o que vai acontecer. Se ela descobrir o que fizemos... — Ele coçou a cabeça. — Ela não pode descobrir. É isso. Não vou ser responsável por arruinar o casamento.

Maraisa agarrou as mãos dele.

— Está tudo bem! Ninguém vai ver TETAS!

Um homem que estava com o pessoal do bufê passou por perto e soltou um assobio.

Danilo gritou para ele.

— Ela não está falando das tetas dela! Está falando...

Maraisa cobriu a boca dele.

— Deixe para lá. Só deixe isso para lá.

Ao sentir aqueles dedos contra seus lábios e ver a boca de Maraisa tão próxima da sua, ele perdeu toda a concentração no casamento.
Sua atenção se voltou para eles. Para ela, para ser mais exato.

Sem nem pensar, ele agarrou a mão dela e a arrastou de volta para a casa.

Vovó não demorou a encontrá-los.

— Vamos logo! Temos que tirar fotos em duas horas, e ainda tem o coquetel antes do casamento, às quatro!

— Beleza — concordou Danilo, com a voz contida, ainda puxando Maraisa escada acima.

Ele finalmente chegou ao banheiro e bateu a porta. Conferiu duas vezes, para ter certeza de que a trancara.
Então ligou o chuveiro.

— Hã, o que você está fazendo?

Ele tirou a blusa.

— Tomando um banho. Vamos ter que nos arrumar em algum momento, e pode muito bem ser agora.

— Mas temos... — Maraisa balançou a cabeça. — O que estou dizendo? Por que estou discutindo?

Danilo riu.

— Agora, tire essas roupas, antes que eu as arranque.

— Peça “por favor”.

— Mas claro que não! — Danilo a empurrou contra o balcão e agarrou seu cabelo. — Não vou pedir por favor, mas você pode muito bem me dizer “obrigada”.

— Pelo quê? — Maraisa empurrou o peito dele.

— Você vai ver. — Ele mordeu o lábio inferior. — É mais um “obrigada antecipado, Danilo Gentili”.

— Não antes de você dizer “por favor”, Danilo Gentili.

— Gosto quando você diz meu nome todo.

Maraisa estendeu as mãos para as calças de Danilo e abriu os botões, fazendo o jeans deslizar pelos quadris dele.

— Dá para perceber.

Ele resmungou.

— Está bem. “Por favor!”

— Mais alto.

— Esta é a minha garota. — Ele a beijou de um jeito mais agressivo. — “Por favor!”

Ela o empurrou, com força suficiente para que ele se afastasse alguns passos.

Mas valeu a pena, só para vê-la tirando a roupa diante dele. Será que nunca se cansaria do modo como ela reagia a ele?
Das bochechas vermelhas ou de como aquele corpo pequeno se encaixava ao dele com perfeição?

— Abra a porta, meu filho! — gritou Sr. Gentili. — Sei que você está aí! Tia Petunia viu você e... — Ele soltou um palavrão. — Maraisa. E, filho, isso não é certo. Vamos ter que mudar as coisas por aqui. Você não pode simplesmente... — A mãe de Danilo disse algumas palavras abafadas para o pai. — Como disse a sua mãe, é hora de deixar a pobre garota em paz. Você já deu muita dor de cabeça a ela, e o que... Agora não, Guiomar! Estou tentando conversar com meu filho sobre suas atitudes!

Danilo se apoiou na parede com os braços cruzados, esperando.

— Filho! — O pai bateu na porta outra vez. — Agora não, Guiomar! Não consegue ver que estou ocupado? Não posso deixar que ele arruíne o dia de Gustavo com...

Todos fizeram silêncio.

E então ouviram um monte de frases gaguejadas, palavrões e — graças a Deus! — o apito de vovó.

— Tchau, pai — gritou Danilo.

— Hã, filho. — E foi isso.

Maraisa, ainda seminua, o encarou, parecendo feliz demais.

— Então, agora que todos sabem que nós dois estamos aqui, você ainda quer...

Ele não a deixou terminar.
Em vez disso, a agarrou e puxou para o chuveiro, com lingerie e tudo.
Não se importava. Compraria o que ela quisesse. No momento, queria que ela ficasse exatamente como estava: a água descendo devagar pelo corpo, toda e unicamente sua.

Nem ligava para o fato de seu pai saber que ele tinha se apaixonado e estava tomando banho com a esposa.
Seria capaz de postar no Facebook. Ligaria para o noticiário. Na verdade, até que não era má ideia. Queria que todos soubessem que estava comprometido.
Porque fora preciso uma garota extraordinária que o fizesse entender o que estivera perdendo esse tempo todo.

Ela não era apenas sua outra metade, sua alma gêmea. Na sua opinião, aquilo era o que os caras diziam quando estavam tentando ser românticos ou dormir com alguma garota.
É, talvez estivesse mesmo ficando maluco. Mas, quando a tocava, provava, sentia, percebia que a questão não se resumia ao fato de que ela o completava.
Era o prazer de tê-la por perto.
Não soubera o que estava perdendo até conhecer Maraisa como uma pessoa completa, e agora que sabia, finalmente compreendia: morreria antes de deixá-la partir.

Ela era sua parceira, sua melhor amiga, sua amante, sua guerreira, e era toda dele.


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🔻 Maratona cap 4 🔺️

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