Capítulo 36

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Danilo’s POV


Danilo tomou um gole longo de uísque com gelo e fez cara feia quando a bebida desceu queimando a garganta.
Estava morrendo de calor.
O terno preto com suspensórios que estava usando só piorava a situação.
Pelo menos a roupa dele não era tão ruim quanto o vestido de Maraisa. A coitada estava com uma cara péssima quando foi se vestir com Maiara e as outras garotas.

Tomou outro gole e sorriu ao ver Jace vindo em sua direção.

— E aí? — Jace pediu um shot de tequila e o engoliu de uma vez, fazendo careta. — Como vão as coisas?

— Ah, vamos jogar conversa fora. — Danilo riu. — Ótimas. Como vai o olho?

— Doendo muito, obrigado. — Jace balançou a cabeça.

Danilo olhou por cima do ombro de Jace, procurando por Maraisa.
Onde ela estava?
Deveriam ter se encontrado havia meia hora. Pegou o braço do irmão, que passava por ali.

— Viu minha esposa?

— Não. — Gustavo deu de ombros e riu. — Esposa. Merda, nunca pensei que fosse ver esse dia.

Petunia passou bem na hora em que Gustavo soltava o palavrão, o que o fez ganhar um tapa na nuca e uma bronca.
Ele passou os braços nos ombros de Petunia, desculpou-se e pediu duas doses de uísque por trás da tia-avó.
Ah, parecia que os frutos da árvore de vovó tinham criado raízes fortes dos dois lados!

— Esposa? — perguntou Jace. — Você tem uma esposa? E Maraisa?

Danilo não conseguiu esconder o sorriso.

— É uma longa história, mas vovó nos casou por acidente. — Ele fez o sinal de aspas com as mãos.

— Seu canalha sortudo.

Danilo sorriu ainda mais.

— Sou mesmo. — Olhou o pátio exterior uma última vez e reparou em uma mulher de branco.

Continuou examinando o pátio, então voltou para a garota.
Era sua esposa. Era Maraisa.
Ela estava usando o vestido da loja.
Ele não conseguia parar de olhá-la.

Seu corpo inteiro foi tomado pelo calor.

— Podemos lutar por ela? — sussurrou Jace.

— Eu já ganhei.

Danilo passou por ele e foi até a noiva, ou melhor, esposa.
Queria tanto beijá-la, mas aquilo estragaria a bela imagem que estava olhando.

O cabelo estava puxado para trás, em um coque baixo, com mechas caindo pelo rosto.
E ela estava mais alta, de algum jeito, talvez por causa dos sapatos de salto.

Ele não conseguia raciocinar direito.
Maraisa estava com um sorriso enorme, e só tinha olhos para ele.
Graças a Deus!

— Não posso beijar você — disse, quando a alcançou. — Vai estragar a maquiagem.

— Tudo bem — respondeu Maraisa, aproximando-se, permitindo que as mãos dele deslizassem pela seda até seu quadril. — Uma vez, uma mulher muito sábia me disse que sua vida precisava ser estragada... Talvez eu possa fazer isso.

Danilo poderia jurar que ouvira vovó dando uma risadinha.
Mas ele beijou a esposa — a noiva — e a ergueu no ar, fazendo-a girar.

— Vocês se casaram! — gritou alguém.

Danilo colocou Maraisa de volta no chão e se virou.

Uma mulher jovem com cabelo castanho claro ondulado estava correndo na direção dos dois, agitando os braços.
Era Melissa, a irmã de Maraisa.

Maraisa soltou um gritinho e bateu palmas quando Melissa se jogou em seus braços e gritou:

— Não consigo acreditar! Não consigo acreditar que vocês se casaram! Quando vovó me ligou, alguns dias atrás...

— Alguns dias atrás? — perguntou Danilo, olhando para a avó com cara de culpada. — Estava confiante assim, é?

Vovó apenas deu de ombros.

— O que posso dizer? Conheço meus garotos.

— Bom palpite.

Melissa deu um beliscão no braço de Maraisa.

— Como é que não me convidou?

— Foi... — Maraisa olhou para Danilo, em busca de ajuda.

— Bem de repente. — Ele passou o braço pelo ombro da esposa. — Muito, muito de repente. Dá até para dizer que não imaginávamos que fosse acontecer.

Àquela altura, vovó já se aproximara e passara o braço pelo de Melissa.

— Vamos lá, querida, vou arranjar uma bebida para você. Ouvi dizer que você está solteira...

Melissa jogou a cabeça para trás e deu risada.

— Estou casada com a minha carreira.

— Ora, querida, a carreira não consegue fazer o papel de um homem, pode acreditar. — Ela levou Melissa para perto do bar, onde Jace estava sentado, e ergueu dois dedos para o atendente.

— Ela vai... — Maraisa cruzou os braços.

— Ela só fica feliz se estiver se intrometendo na vida dos outros. — Danilo puxou Maraisa mais para perto. — Olhe só. — Ele indicou vovó com a cabeça.

A senhora acabara de deixar Melissa e Jace sozinhos com as bebidas.
Com sorte, não haveria Benadryl nelas.
Mas não dava para ter certeza, quando o assunto era vovó: ela tinha uma inclinação a usar medicamentos controlados.

— Você está tão bonita! — sussurrou Danilo no ouvido de Maraisa. — Que tal a gente ir lá para cima e...

Maraisa se afastou dele.

— Estou sob ordens de fazer você sofrer até depois do casamento. Então, não.

— Ordens de quem?

— Vovó. — Maraisa deu uma risadinha. — Acho que devo uma a ela, por tudo o que fez.

Danilo franziu a testa.

— Pense só em todas as surpresas que você vai encontrar mais tarde... — sussurrou Maraisa, contando sobre cada peça de roupa que usava, uma por uma, e encerrando a provocação com um puxão na orelha de Danilo.

Com os joelhos fracos, ele quase caiu.

Maldita vovó, que só ficava feliz quando outra pessoa estava sofrendo!


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🔻 Maratona cap 6 🔺️

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