Capítulo 8

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Danilo's POV

Praguejando, Danilo encostou o carro e o desligou.

- Sinto muito, Maraisa. Se eu tivesse alguma ideia de que eles iriam tratá-la como...

Ele soltou outro palavrão, com vontade de estrangular os pais dela por terem estragado o aniversário da filha.

Em que merda eles estavam pensando, quando compararam Maraisa com a irmã?

Maraisa era única, original.
Era assim, igualmente, que ele costumava descrever uma mulher sem corpo nem personalidade, é verdade. Mas não Maraisa. Quando dizia isso dela, estava sendo sincero.

Ela era diferente, mas de um jeito que chamava a atenção.
Era inegavelmente determinada... e tinha um corpo tão lindo que parecia o pecado.
E uma atitude à altura dessa beleza e determinação, também.

Era absurdo que eles pensassem que a filha não era boa o bastante.

Uma química?
A irmã de Maraisa era uma química chata?
Não fazia sentido.
Eles não faziam sentido. Quanto mais pensava no assunto, mais irritado ficava.

- Como lixo? - sugeriu Maraisa, secando as lágrimas.

- Tudo bem. Não sei por que esperava que fosse diferente. Acho que foi o carro, ou o vestido, talvez até você.

- Pensei que, se eles a vissem, no mínimo se sentiriam culpados. E, se isso não funcionasse, ao menos ficariam com inveja por você estar se divertindo tanto. - Danilo praguejou de novo. - Juro que não era isso que eu tinha planejado.

- Ah, é mesmo? - Maraisa deu uma risadinha. - Qual era o seu plano?

- Ah, você sabe. - Danilo brincou com uma mecha do cabelo de Maraisa, depois a colocou atrás da orelha. - Deixar você louca por mim. Ser o Príncipe Encantado, e você, a Cinderela... Mas dessa vez o plano seria tirar o sapato, em vez de sair procurando uma mulher que coubesse nele.

- Então você seria o Príncipe Safado? Tirando os sapatos da princesa? Que escândalo!

Danilo riu, e seu coração batia forte no peito.

- Eu não disse que estava completamente redimido.

Maraisa pareceu gostar.

Ela riu e olhou para ele.

- Eu gosto de caras um pouco maus.

Ela estava tão próxima dele, receptiva...
Ele não tivera intenção de beijá-la no restaurante, mas sentiu muita raiva dos pais dela e quis mostrar a eles que, mesmo que não dessem valor à filha que tinham, ele com certeza dava.

O único problema era que, por mais que Maraisa estivesse pensando que ele de fato parecia um príncipe, Danilo se sentia um vilão.
Ele não podia se apaixonar por ela - e se apavorava com a possibilidade de já estar quase deixando isso acontecer.

- Você vai me beijar de novo?

Danilo confirmou com a cabeça.

- É outra regra dos aniversários.

- Ah, é? Qual? - Maraisa se inclinou para mais perto, até que seus lábios roçassem os dele.

- Os beijos não contam. Então, digamos que eu beije você agora... - Seus lábios se tocaram. - E aí de novo... Você não pode me dar um tapa nem usar isso contra mim.

- É mesmo?

- É. - Ele passou a língua pelo canto da boca de Maraisa e segurou seu rosto, intensificando o beijo.

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