Capítulo 11 - Uma Terra Verdejante

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Mab e Ivan'Roar


Andando nas pontas dos pés, Mab desce o lance de escadas, esculpida em pedra, que leva para dentro do laboratório iluminado apenas por uma lâmpada pendurada em um galho, que balançava acima da mesa e deixava o resto do ambiente em uma penumbra que a fazia se sentir desconfortável.

Um sorriso toma conta de seu rosto quando ela nota que não havia sido percebida, saindo do corredor apertado pôde abrir suas asas e voar lentamente em direção ao homem de cabelos castanhos curtos, ondulados e desarrumados, que estava distraído em sua bancada de trabalho repleta de peças esculpidas em madeira, pedra e até mesmo algumas pedras preciosas.

— Te peguei! — Mab fala sorridente ao envolver seus braços no rapaz e descansar a cabeça em seu ombro.

— Ei, eu não te vi entrando — gira seu assento ficando de frente para a bela de cabelos rosados. — Estava distraído com minha nova invenção — alcança um cilindro de pedra com junções de madeira, adornado com rabiscos que Mab não entendia, mas ao notar o brilho nos olhos azuis, que nessa luz pareciam ainda mais claros, sorri.

— E o que isso faz? — pega o cilindro das mãos de Tahrien. — Parece algo para se carregar amoras ou sementes.

— Ah, meu amor, isso é um núcleo de energia, ainda estou trabalhando no nome, mas com ele vou poder alimentar invenções maiores, mais desenvolvidas, coisas que poderão ser ativas sem que o usuário possua conhecimento mágico.

— Parece uma pedra pra mim — diz em tom provocativo. — De qualquer forma, o que quer alimentar com isso?

— Quando recebemos os humanos, vi que, assim como os nossos vizinhos elfos, eles usam livros para guardar sua história e formam grandes bibliotecas, então pensei em criar um arquivo nosso, para as gerações futuras, — desce a mão pela cintura de Mab, que sorri e desvia o olhar. — assim não vamos precisar ficar repetindo as mesmas histórias sempre.

— Entendi, e em que língua estão esses rabiscos?

— Acredito que em celestial.

— Acredita? — Pergunta levantando uma sobrancelha e se sentando no joelho do amado.

— São do mesmo alfabeto entalhado na pedra que caiu do céu — aponta para uma lasca de rocha branca com uma tênue aura azulada.

— Aquela coisa que fica absorvendo minha magia? Tem um alfabeto inteiro ali? — Tenta provocar novamente, mas Tahrien apenas sorri e a beija.

— Eu posso ter inventado o que faltava. — responde fazendo Mab rir. — E respondendo sua pergunta, está escrito o nome do nosso primeiro guardião da sabedoria. — diz orgulhoso, pegando o núcleo das mãos de Mab e fazendo as inscrições brilharem, transformando a pedra em um material translúcido e preenchido de energia.

— Agora eu acredito que isso faça alguma coisa.

— Deveria me dar mais crédito, meu amor. — Dessa vez é a moça quem se debruça para roubar um beijo.

— De qualquer forma, deveria sair para pegar um sol, vai acabar mofando aqui dentro, quem sabe eu peça para Maya criar umas janelas...

— Já amanheceu?

— Já passou do meio dia. — Os olhos púrpuras o encaram de cima a baixo.

— Oh, perdão, eu realmente perdi a noção do tempo dessa vez. — Desvia o rosto e passa os dedos entre os cabelos.

Crônicas de Albaran: O Vigia da MontanhaOnde histórias criam vida. Descubra agora