Capítulo 18 - Operação de Campo: Aventura em Valuria 01

16 3 0
                                    


Evandra Reinhard Zola e Tiziana Behl

O horizonte está azul até onde os olhos podem ver e o sol reflete na sombrinha branca de Evandra, que tem sua respiração um pouco alterada pela adrenalina.

— Terra da aventura, lá vamos nós — sussurra — Sandro, Ethan...

Nesse momento, Evandra nota Tiziana debruçada na lateral do barco, pálida e suando, chamando a atenção dos pescadores e de seu pai, que vem em seu auxílio.

— Tizi, por que não disse que ainda ficava enjoada? — Serge afaga as costas da filha. — Vem mais para o meio do convés e foca o olhar em algo que não sejam as ondas — conduz a filha e pega um balde que estava em cima de um barril no caminho. — Segure isso.

— Obrigada, pai, eu realmente achei que, depois de adulta, isso ia passar, por isso não falei nada — segura a ânsia. — Já passou, não se preocupe — tenta sorrir, mas em nada engana seu pai, que lhe faz um cafuné e volta ao serviço.

— Tiziana, duas gotas para um copo de água, beba — Evandra segura em uma mão o copo com a água e, na outra, o frasco de remédio para enjoo dado por Camila.

— Obrigada — bebe metade do copo e precisa novamente controlar a ânsia, antes de beber o resto. — Espera aí, abre a sombrinha ou vai para algum lugar coberto — sente o gosto do remédio na boca. — Gengibre doce?

— O vento quase arrancou a sombrinha de mim e Camila sempre diz que não tem porque os remédios terem gosto ruim.

— Não é desculpa — soa fraca.

— Não fique sentada no sol, vamos ficar mais próximas da cabine até o remédio fazer efeito — guarda o frasco e segura a mão de Tizi, a puxando. — Eu posso te passar protetor solar se você quiser.

— Eu não estou doente a esse nível, ainda posso cuidar de mim mesma, Evandra.

— Eu sei, só achei que nos tornaria mais próximas — termina de falar e Tiziana suspira.

— Francamente, você está falando coisas assim só para dar razão ao que a Júlia disse, não é?

— A bruxa nunca erra suas previsões.

Serge vê a filha aos cuidados de Evandra e sorri, quando um dos seus companheiros de pesca o aborda.

— Você sabe quem é aquela garota com a Tizi, certo?

— A chefe dela, Evandra Re... alguma coisa e alguma coisa — ri. — Não prestei muita atenção.

— É a inventora desses núcleos Tahrtec que estão usando para alimentar tudo na cidade alta e agora estão levando nos navios de carga para o resto dos reinos — diz e Serge fica boquiaberto. — Evandra Rein... alguma coisa Zola.

— Pelos celestiais, eu fiz ela dormir no sofá do rato! — se desespera o homem.

— Ela provavelmente é a pessoa mais rica de Arbelian, dos reinos humanos na verdade, por que ela está em nosso barco pesqueiro?

— Eu não sei, a família deveria ter um navio, certo?

— Eles têm, Serge, eles têm! — o homem velho de pele negra seca o suor da careca. — Será que ela não está fugindo de casa? Jovens ricos fazem isso, eu ouvi falar.

— Não, quer dizer, não pode ser, a Tizi nunca iria... eu acho... eu já volto — anda até as garotas em passos largos. — Ei, meninas. Como está se sentindo, filha?

— O remédio que Evandra me deu é muito bom, as coisas já estão quase voltando ao normal dentro do meu estômago — ao falar com o pai, a loira se distrai e Evandra aproveita para passar protetor em sua bochecha. — Eu posso fazer isso eu mesma.

Crônicas de Albaran: O Vigia da MontanhaOnde histórias criam vida. Descubra agora