Capítulo 20 - No caminho para a Capital

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Gaspar Velez e Evandra Reinhard Zola

O manto escuro e tempestuoso cobre o céu de Albaran e a chuva, que normalmente era absorvida de imediato pelo solo seco de Valuria, formava poças nos buracos da estrada, tornando ainda mais difícil de Vincent os evitar.

Tentando não acordar Evandra, Tiziana pingava duas vezes o frasco no copo de água, bebendo de imediato a solução.

— Você está doente? — Isabela, sentada à frente da loira, pergunta.

— Eu me enjoo facilmente com qualquer coisa que chacoalhe muito, principalmente barcos, aí! — dá um gritinho quando Evandra se aconchega, acordando a amiga.

— Estamos sob ataque? — Evandra pergunta calma.

— Não, só que toda vez que você se mexe, sua armadura me machuca em um lugar novo — esfrega a barriga, onde o cotovelo da amiga estava há pouco.

— Deveria ter me acordado — tenta levantar a camisa da amiga, que cora e segura as mãos da chefe. — Só quero ver se ficou roxo.

— Eu vejo depois, eu estou bem, só tente não deitar em cima de mim com a armadura, ok?

— Certo, me despir antes de deitar em cima de você.

— Não foi isso que eu disse!

Gaspar e Rina, que também haviam adormecido, acordam com a discussão e percebem Isabela de braços cruzados olhando a dupla ao lado do garoto discutir.

— Está tudo bem? — Gaspar pergunta com um olho nas garotas e o outro na janela, inutilmente tentando ver algo na escuridão.

— Sim, Gaspar — Evandra se vira para o jovem lorde. — Tiziana é muito macia para minha armadura — diz e o rapaz olha para a loira e cora.

— Não sei se entendi — responde constrangido.

— Ela dormiu em cima da outra e machucou ela com a armadura, quanta frescura — Isabela pragueja de seu banco.

— Seu poder de síntese é incrível, Isabela — Evandra elogia e a jovem nega com a cabeça.

— Bem, agora que estamos todos acordados e descansados, acho que deveríamos trocar informações sobre o que sabemos dos nossos atacantes — Rina sugere.

— Esperem, está realmente chovendo muito lá fora e eu não consigo ver um palmo de distância da janela, como o senhor Vincent está conduzindo? — Gaspar fala, tentando espiar pela janela frontal da carruagem que dá para o assento do cocheiro, mas havia apenas escuridão lá fora.

— Ele disse que conhece muito bem essa estrada e que deveríamos aproveitar para aumentar a vantagem de nossos perseguidores — Tizi responde, só agora guardando o remédio e copo na mala. — Acho que ele tem um lugar em mente também.

— Certo — o jovem assente.

Pela próxima hora, os cinco dividem suas experiências e suspeitas, confirmando que o homem que Gaspar havia visto em sua janela era de fato Oden e a comitiva real de Farasen havia se voltado contra um dos Lordes locais mais influentes.

— Mas quem diabos é esse homem e por que ele fez isso? — Rina soa irritada, mesmo que se contivesse ao máximo.

— Oden Hatsson, mas originalmente é Oden Kvarn, da Vinícola do Moinho — Evandra diz juntando as mãos em frente ao corpo. — Na pesquisa que meu irmão fez antes de vir para cá, haviam notas sobre a vinícola, mas eu apenas passei por cima, quando chegarmos em um lugar mais amplo vou retomar a leitura.

Crônicas de Albaran: O Vigia da MontanhaOnde histórias criam vida. Descubra agora