No one's in the room |G!P| ✅

Capítulo 8: O primeiro erro

A última vez que Billie teve que cuidar de alguém doente foi há uns dois anos atrás. 

Sua irmã mais nova teve uma crise de bronquite, e ela teve que ficar ao seu lado, lhe dando antibióticos e fazendo nebulização na adolescente. Tudo sozinha, já que os pais estavam em um retiro religioso para casais e nem mesmo sabiam de toda a situação.

Antes, Finneas era quem cuidava das duas nessa situação. Mas na primeira oportunidade que teve, Finneas se alistou no exército e saiu de casa, e Billie não o culpava. Ele só queria fugir do caos que foi ter se assumido em uma cidade pequena.

Mesmo que tivesse sido difícil cuidar da irmã, na época. Billie achou bem mais difícil cuidar de alguém em um internato, onde as pessoas se importavam mais com as faltas dos cultos do que uma pessoa queimando de febre no quarto.

A primeira noite foi a mais difícil, Abby acordou murmurando coisas sem sentido, com o corpo quente e a pele pálida.

Billie logo imaginou que fosse por culpa do evento que foram. Poderia ser uma insolação, ou algo do tipo.

Ela correu até as ajudantes do pastor, dizendo o que estava acontecendo e pedindo para que pudesse levar Abby para o hospital. Elas disseram que o hospital ficava longe, e que não era necessário, dando apenas um remédio aleatório para Abby.

Billie então, teve todo o cuidado em pegar uma toalha molhada, e passar em seu pescoço e braços para abaixar sua temperatura. Ela ficou a noite toda assim, no dia seguinte tendo que comparecer aos cultos e palestras por insistência das mulheres chatas de lá.

Três dias se passaram com ela cuidado de Abby durante os intervalos e a noite. Billie se sentia exausta, mas ela não negaria ajudar a amiga e passaria por tudo de novo se Abby precisasse dela.

Já era de noite. Em plena sexta-feira. Assim que acabou o último culto do dia às dez horas, Billie seguiu direto para o quarto, levando um pequeno susto ao encontrar Abby saindo do banheiro.

A pele já não estava mais tão pálida quanto ao início da semana, voltando ao tom bronzeado de antes, e a feição não estava mais tão chorosa.

Durante os dois dias em que ficou doente, Abby ficava murmurando coisas sem sentido e abraçando Billie como se ela fosse um urso de pelúcia.

Billie descobriu que Abby ficava dez vezes mais manhosa quando estava doente.

— Por que está fora da cama? Eu vim correndo para te ajudar com o banho — Billie foi até a amiga, ajudando ela a andar até a cama como se Abby realmente precisasse.

— Eu já estou bem, Bil. Na verdade, eu poderia ter saído da cama hoje, mas usei a carta da febre para perder mais um dia de culto — ela diz, sem vergonha alguma.

— Você é uma menina má, Abby. Deixa seu pai ficar sabendo disso — Billie deixou um beijo na testa de Abby, aproveitando para ver se ela ainda estava com febre, suspirando aliviada quando viu que não estava.

— Eu estou bem. Sério — Abby repetiu — A propósito, muito obrigada por ter ficado do meu lado, mesmo — seus braços foram para os ombros de Billie a puxando para um abraço.

— De nada — Billie sussurrou, sorrindo contra o pescoço de Abigail — Eu preciso tomar um banho, e quando eu voltar, a gente conversa —

Billie esperou pela confirmação de Abby e foi até suas coisas, pegando uma peça de roupa e indo para o banheiro.

Depois do banho demorado que Billie tomou, ela saiu do box, se enrolando na toalha. Aquela era a primeira vez em dois dias que ela se sentia calma, relaxada. O banho terminou de levar todo o nervosismo que ainda estava em seu corpo e ao se secar e colocar uma roupa confortável, ela se sentia ainda melhor.