Capítulo 12: De volta ao inferno (de novo)

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Abigail sempre foi uma péssima mentirosa.

Ela sabia mentir quando era algo grande, mas quando eram coisinhas pequenas e insignificantes, ela não conseguia esconder.

Depois da manhã que passou com Billie, Abby sentiu como se todo o seu mundo tivesse mudado. Como se estivesse tudo colorido e mais feliz. E ela sabia que seus pais notaram sua mudança, porque estava tão evidente.

Ela imaginava como seria quando elas fossem até o fim, quando ela se entregasse para Billie, Abby tinha quase certeza que acordaria vendo fadas e unicórnios, e todos pensariam que é maluca.

Na manhã anterior, a manhã em que gozou para Billie pela primeira vez, Billie deixou sua casa alguns minutos depois, com medo dos pais de Abby chegarem, mesmo que Abby insistisse para ela ficar, dizendo que seus pais não chegariam antes das uma da tarde.

Abigail apagou completamente depois do que fizeram. Ela queria fazer de novo, queria mostrar para Billie todo o conhecimento que havia adquirido através dos livros, mas ninguém disse para ela que sexo pudesse ser tão cansativo.

Ela só acordou quando os pais chegaram, e a mãe lhe chamou para o almoço, colocando a mão em sua testa para verificar se a filha estava com febre. Não estava, porque Abby nem mesmo estava doente.

Mas ela estava quente, porque toda vez que fechava os olhos, se lembrava dos olhos azuis de Billie lhe olhando enquanto tinha a boca em seu sexo.

Abby apenas disse que estava bem. Que ela não precisava se preocupar.

Abby odiava mentir para os pais daquela forma, mas era a única forma de ficar em casa e ver Billie. E não é como se ela não mentisse sobre quem ela realmente era desde... desde que descobriu que também gostava de mulheres.

Essa mentira gerou outras, e mesmo que ela odiasse, ainda dependia dos pais para ter comida e um teto sobre a sua cabeça. Não podia se dar ao luxo de se assumir quando não era financeiramente estável.

A parte boa? Depois de tudo o que passou na manhã anterior o dia pareceu correr mais rápido do que de costume. Em um piscar de olhos, o fim de semana havia chegado ao fim, e Abby estava mais uma vez se preparando para voltar para o internato, dessa vez um pouco mais feliz do que os outros dias.

— Tem certeza de que não quer ficar em casa? Posso avisar ao pastor e podemos te levar quando se sentir melhor — dona Ines perguntou, se sentando na cama da filha e a observando arrumar suas coisas.

— Eu já estou bem, mamãe. Foi só um mal-estar momentâneo — Abby não olhou para a mãe ao dizer, e a moça assentiu fraco, se levantando.

Abigail prendeu a respiração quando a mãe parou na sua frente, analisando suas feições como ela fazia sempre antes de descobrir uma mentira boba da filha. 

Por isso, Abby odiava mentir. Algumas vezes, a mãe dela sempre descobria.

— Você vai ir com sua amiga hoje? Seu pai falou comigo — Ines perguntou. Ainda perto demais, ainda querendo arrancar qualquer resquício de verdade da filha. 

— Sim, é minha colega de quarto. Por isso ficamos um pouco próximas na últimas semanas — ela acabou falando demais, mas agradecendo por não dizer o nome de Billie.

— Tudo bem, vão com Deus. Me ligue se algo acontecer — Ines saiu do quarto, deixando a filha sozinha que soltou um suspiro pesado ao ver a mãe sair.

O ar havia ficado até um pouco menos pesado, e Deus... Como ela odiava isso. Ter que esconder Billie como se fosse um segredo sujo, como se o que elas fazem fosse errado.

Bem, o que fizeram na manhã anterior talvez fosse um pouco errado. Mas foram totalmente influenciadas na paixão que sentiam uma pela outra. E paixão não é algo errado, amar não é errado.

No one's in the room |G!P| ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora