Capítulo 19: Carente de amor

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Heyy, como estão?

Não pude revisar, mas amanhã pela manhã eu volto pra corrigir, me sinalizem os erros, bebês

━•━

A primeira pessoa que Abigail viu assim que entrou no internato foi a irmã Martha, uma senhora de quase setenta anos, audição péssima, mas que estava vinte e quatro horas atenta a tudo o que acontecia no lugar. Ou quase atenta, já que ela não sabia metade das coisas que aconteciam entre as garotas quando não tinha ninguém no quarto.

— Chegou dois dias antes, Abby. Aconteceu alguma coisa? — aconteceu, muita coisa.

Abby descobriu que o pai é um traidor e egoísta, a mãe é uma idiota por aceitar traições com a desculpa de que era para "salvar o casamento". 

Abigail se sentiu mal por pensar essas coisas a respeito dos pais, por xingá-los tanto em pensamento. Mas ela simplesmente não conseguia se controlar.

Além de tudo isso, a mãe sabia sobre ela. Ines sabia que a filha gostava de mulheres, e ao invés de brigar com ela e lhe impor um castigo, a mulher disse que era só uma fase.

Abby não sabe o que é pior, a mãe não saber sobre ela, ou a mãe saber e tratá-la como alguém confuso e sem certeza de suas vontades.

— Eu passei tempo o suficiente com eles. Decidi voltar mais cedo para que eles pudessem passar mais tempo sozinhos — eles precisavam muito passar um tempo sozinhos.

Mas não importa quanto tempo eles passassem sozinhos, o casamento nunca iria ser o mesmo. Nem para eles, e nem para Abby.

A imagem que ela tinha dos pais tinha sido arruinada, e ela nunca conseguiria ver eles com os mesmos olhos.

— É bom que você tenha pensado neles. Vá colocar a mochila no quarto, tem poucas meninas por aqui, então vamos almoçar mais cedo — Abby assentiu, seguindo o caminho que ela já conhecia.

O quarto estava vazio, e ela de repente sentiu falta de Billie. De sua pequena bagunça e de seu jeito.

Abby negou consigo, deixando a mochila na cama e saindo do quarto. Billie estava passando esse tempo com a família, ela não podia atrapalhar.

Ela queria procurar área para poder falar com Billie, mas talvez faria isso depois apenas para dizer para a namorada que ela já estava no internato. Abby contaria para Billie sobre os seus pais quando estivessem uma perto da outra. Aquela não era uma notícia para se dizer por chamada.

Abby correu para o refeitório, onde poucas pessoas comiam. Algumas meninas escolhiam ficar os três meses inteiros no internato, sem voltar para casa. Eram poucas que faziam essa escolha, mas tinham cinco ou seis que estavam ali. Além das mulheres que trabalhavam no lugar e o pastor.

Todos comiam em silêncio, e só o som dos talheres batendo eram ouvido.

— Abigail! — Abby olhou em direção a pequena fila que se formava para cada um arrumar sua comida — O que aconteceu, você geralmente não volta sem sua namorada — Abby sentiu as bochechas esquentarem e pegou o prato de comida, disfarçando para que Zoe não a visse corar.

— Eu briguei com os meus pais, e precisava sair de lá — ela foi sincera com Zoe, dando um suspiro — Sei que parece infantil fugir dos problemas, mas... —

— Não é infantil. Você tem direito de fazer suas próprias escolhas. Sendo elas pequenas escolhas, ou grandes escolhas. É a sua vida, e não deles — Zoe acabou de arrumar o prato, esperando por Abby.

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