Capítulo 3: Erros do passado

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Heyy, como estão?

Eu tô cansada, queria que o final de semana chegasse e fosse eterno, porque não aguento mais (as férias acabaram não faz nem um mês)

Amo vocês, beijinhos

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Era frequente para Abby as lembranças do pior dia de sua vida, ele vinha em forma de sonho, ou melhor, pesadelo. Ela tentava não pensar muito nisso no seu dia a dia, mas quando deitava a cabeça no travesseiro, era impossível evitar.

O ato em si ainda a perturbava, mas a punição dos pais com certeza era o que ficaria guardada em sua memória.

Esse dia aconteceu há uns dez anos atrás, Abby foi até a casa da vizinha brincar como ela sempre ia, já que sua melhor amiga morava ali. Dessa vez, elas conversaram sobre o assunto que foi frequente na sala de aula das duas durante a semana.

Beijos.

Então, elas se ligaram que de todas as crianças, elas eram as únicas que não tinham beijado ainda.

Então, as duas decidiram mudar isso.

A ideia veio de Casey, e mesmo que Abby quisesse, algo dentro dela dizia que não era para fazer aquilo.

Eu nunca beijei — Abigail James sussurrou para a melhor amiga, como se fosse um de seus maiores segredos e na época, realmente era.

Ambas com nove anos de idade, e curiosas. Duas crianças que queriam saber como era a sensação de beijar. Se era tão boa quanto as colegas de classe falavam.

Nem eu, mas, não deve ser uma coisa difícil — Casey respondeu, segurando no rosto da melhor amiga.

Papai diz que mulheres não podem se beijar — a pequena Abby sussurrou, sentindo a respiração quente da amiga em seu rosto.

Abby estava nervosa, ela sentia o corpo todo suar e sua cabeça girar. Algo dizia que era errado, e que daria muito errado, mas ela gostou de ter Casey tão próxima.

Nós não somos mulheres, somos crianças. Então eu acho que não tem problema — Casey respondeu.

Fazia sentido.

Ao menos fez sentido naquela hora.

E as duas crianças juntaram os lábios, em um selinho longo. Abby sentiu um choque percorrer por sua espinha, o beijo foi simples e molhado, ela sentiu o coração acelerar e se afastou, sorrindo para Casey.

Casey, no entanto, não pareceu ter sentido o mesmo que Abby.

É só isso? — ela perguntou meio frustada.

Vamos tentar de novo, então — Abby deu a ideia, puxando Casey mais uma vez e juntando seus lábios.

ABIGAIL MARIE JAMES! — era a voz da mãe, gritando.

Sua voz foi tão alta, que Abby teve a certeza que todo o bairro ouviu o grito de sua mãe.

Abby se encolheu ao ver a mãe se aproximando e ficou ainda mais assustada quando a mulher pegou em seu pulso, a arrastando para fora da casa de Casey.

Elas nunca mais se viram depois disso.

Abby sentia sua falta, ela sentiu por anos e sentia até hoje.

Às vezes ela se perguntava como Casey estava. Se ela também foi punida, se ela estava bem, se assim como ela, ela ainda se lembrava daquele dia.

Tudo o que ela tinha era um perfil privado do Instagram, que ela não tinha coragem de mandar solicitação para seguir. Mas que ficava de vez em quando admirando a foto mesmo que pequena.

No one's in the room |G!P| ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora