Epílogo

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Quando Billie se mudou para Los Angeles anos atrás, ela jurou que não seria daquele tipo de pessoa que esquecia dos pais e da cidade natal. Ela queria visitar os pais e antiga casa, e até fez planos para que isso acontecesse, mas a realidade foi outra e ela acabou ficando anos sem voltar.

Os pais a visitavam com frequência, e ela sempre tinha noticia deles, então não ficou desesperada para retornar para a cidade.

Ela não imaginou, que depois de anos, fosse voltar dessa forma e indo direto para a casa dos sogros. Os sogros que não gostavam dela, não gostavam de sua mulher e provavelmente não gostariam de seu filho.

Mas aqui estavam eles, depois de anos.

Não por escolha própria, mas por causa de algo maior que seu orgulho.

Quando soube a situação da mãe, a primeira coisa que Abby fez foi pedir uma passagem de volta para a cidade Natal. Billie não deixaria que ela fosse sozinha, enfrentar o Furacão Ines, e deixar Benjamin em Los Angeles estava fora de cogitação.

Mark não contou com detalhes o que Ines tinha, e pelo o seu tom de voz, ele parecia esconder alguma coisa. Faziam alguns meses que não se falavam.

Desde o casamento.

— O Bê não gostou muito da cidade — Billie riu, tentando quebrar o clima ruim enquanto elas andavam no carro até a antiga casa de Abby. A casa que trazia tantas lembranças ruins para ambas as mulheres.

A cidade não tinha mudado muito, e a casa de Abby continuava a mesma. Billie via isso como um mal sinal, porque se a cidade era a mesma e a casa era a mesma, quer dizer que seus pais também não mudaram.

— Por que a vovó e o vovô não vão visitar a gente? — Bê perguntou, puxando as mão de Billie para chamar sua atenção.

Porque o vovô e a vovó são uns filhos da puta, ingratos. Billie pensou.

— Porque eles gostam muito da casa deles, e não gostam de viajar — foi o que Billie respondeu, mentindo sobre a verdade.

Ela recebeu um olhar severo de Abby ao fazer isso, ela se esqueceu por um minuto da promessa que tinham feito uma a outra e a Benjamin, quando ele ainda era um bebê recém-nascido no colo de Abby.

— Prometemos que não mentiríamos para ele. Que nunca faríamos isso — Abby murmurou antes de parar em frente a porta. Ao invés de tocar a campainha, ela se abaixou na frente do menino — Seus avós não gostam muito de mim, e nem da sua mama — ela olhou para Billie, sorrindo fraco —  E por isso, eles também não gostam do nosso relacionamento. Quando você crescer, eu prometo que te explico melhor, mas é por isso que eles não vão nos visitar como o vovô Patrick e a vovó Maggie —

— Então, eu não quero ficar aqui, mamãe. Eles não vão gostar de mim também — o pequeno Benjamin disse, tentando correr para Billie, na esperança de que a outra mãe o levasse de volta para casa.

Elas sabiam que na idade que tinha, o Bê não iria entender muito bem o porquê de estarem ali mesmo que ninguém gostasse delas. Nem mesmo Billie entendia muito bem. Mas ela seguiria Abby até o inferno se isso significasse fazer o que ela queria e se sentia bem.

Abby se levantou, limpando os joelhos e respirando fundo. Ela tocou a campainha logo depois e depois de longos minutos, o pai atendeu.

Caleb olhou para Abby surpreso, depois seu olhar foi parar em Billie e então, ele olhou para Benjamin. Ele teve um olhar confuso por um tempo, mas depois pareceu entender.

E Bê era a mistura certa de Billie e Abigail, não tinha como esconder de quem ele era filho.

— Sua mãe morreria de desgosto se a primeira coisa que ela visse ao acordar fosse vocês — ele disse com a voz repleta de raiva, e Abby teve que olhar rápido para Billie para impedir que ela falasse algo.

No one's in the room |G!P| ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora