Apocalypse (pt.1)

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Sexta feira. Dia número quatro com ele, o que significava que tínhamos só mais três até eu ir embora, por isso eu apreciava e tentava gravar na minha mente a visão deslumbrante do rosto sereno de Eddie dormindo ao meu lado na cama - para onde fomos assim que ele precisou tirar a calça porque nos demos conta de que ficar pelados na sala não seria apropriado.

Cumprido o dever de não dormir durante a noite que se passou, eu deitava de lado com os peitos espremidos em sua costela e uma perna dobrada sobre ele, que tinha um braço me envolvendo por baixo e o outro relaxado sobre o próprio peito, estava nu também e o cabelo havia se soltado completamente depois de várias rodadas seguidas.

Nós paramos pelo cansaço e desidratação visto que Eddie mal tinha tempo para recarregar e seus intervalos eram destinados ao meu turno - não tínhamos proteção, então não fizemos sexo da forma convencional, mas tocamos um ao outro até dizer chega. Ele não tinha quase nada no estoque quando tentei pela última vez, não o julguei por ter cedido à exaustão.

O sol atravessava a janela e iluminava bem seu rosto bonito, a boquinha entreaberta deixava que saíssem sons adoráveis que me faziam sentir em paz, agora finalmente as coisas estavam bem.

Ou quase.

- Toc toc - Sr. Munson disse atrás da porta e pulei na cama para me cobrir, assustando Eddie e o acordando sem querer.

" T I O " gesticulei inaudível indicando a porta.

- Sim? - sua voz saiu muito grave e assustada, o rosto era de irritação embaixo das mãos que esfregava nele com impaciência.

- Um de vocês deixou uma... peça, íntima... no sofá, ontem, então - pigarro. - vou pedir que busquem bem rápido porque tem alguém batendo insistentemente na porta e eu não vou fazer nada a respeito, tô indo trabalhar e vou sair pelos fundos.

Eddie e eu nos olhamos, seus olhos estavam irritados pelo sono breve e interrompido, grunhiu uma vez como um urso preguiçoso e rolou até cair da cama, eu tinha sugado até a ultima gota de energia dele. Me estiquei para vê-lo debruçado no chão, a porta da cozinha se fechou e novas batidas soaram na porta da frente, fazendo ele erguer a cabeça de novo e gritar "JÁ VAI, PORRA!".

Vestiu um short de educação física com muita raiva e caminhou até a sala enquanto eu esperava na cama, nua. Ouvi a chave destrancar a porta.

- E aí, seu filho da puta - a porta mal foi aberta e alguém disse com uma voz que eu esperava não ser de quem parecia. - shortinho bacana.

O dono da voz deixou Eddie para trás e sem esperar por uma resposta se pôs a caminhar.

- Cadê ela? - dizia andando pela casa enquanto Eddie tentava impedir. - posso entrar aqui?

- Não, não pode - disse, estavam na frente do quarto onde eu me encolhia entre os lençóis.

- Isso aqui é dela? - disse outra voz, feminina, provavelmente segurando a calcinha que esqueci na sala. - não é algo que eu usaria.

Puta merda, que inferno de pesadelo. Levantei rápido e vesti a camisa de Eddie antes que alguém entrasse e me visse pelada, e enquanto fazia o lençol de saia a porta se abriu e ele entrou acompanhado de seu outro eu, me pegando estática no meio do quarto de olhos arregalados ao ver a cena improvável de um Eddie bem ao lado do outro.

Os dois exatamente iguais, um deles com expressão preocupada e o outro muito sério, como se eu tivesse aprontado e ele não estivesse nada contente com isso. Que porra estava havendo ali? Como ele chegou na minha dimensão?

- Achei que fosse um pouquinho mais consciente, Mary - o mal humorado cruzou os braços. - anda, se veste, a festa acabou.

- Ô! Não vai invadir a minha casa e dar ordens pra minha namorada - o que estava só de shorts interveio.

A Glimpse Of Us | Eddie MunsonOnde histórias criam vida. Descubra agora