Pov. Primo Trevisan
- Quem? - arqueei a sobrancelha e ela balançou a cabeça.
- Ninguém. - disse rapidamente.
Passei as mãos nos meus cabelos tentando manter toda a minha paciência, talvez isso fosse mais um dos seus jogos para fugir da verdade ou talvez ela realmente estivesse com medo.
- Tem alguém te ameaçando? - cheguei mais perto - É o Miguel, certo? Ele pertence ao Cartel, mas...
Fui interrompido quando ela me puxou pela gola da camiseta e colou sua boca contra a minha, notei uma lágrima quente descer pela sua bochecha e então segurei seu rosto com as minhas mãos afastando ela.
- Esse é seu jeito de me fazer calar a boca? - murmurei ainda a segurando.
Seus lábios tremeram, ela tentou se afastar, mas eu a mantive ali descendo minhas mãos para a sua cintura. Virei nossos corpos fazendo suas costas ficarem contra meu peito e a encurralei ali.
- Não faz isso. - pediu, mas não tentou me empurrar.
- Então responda as minhas perguntas. Pode ser? - perguntei colocando minhas mãos contra a parede, uma de cada lado do seu corpo.
Seu corpo tremeu e eu pude jurar que ela havia engolido em seco, não havia como escapar e agora Rubin se parecia bem mais com uma garota indefesa incapaz de reagir.
- Eu... não me lembro. - sussurrou com a voz trêmula parecendo prestes a chorar - Miguel não é um cara bom, mas não sei do que você tá falando.
Talvez ele não tivesse deixado claro que pertencia ao Cartel, porque se uma de suas garotas abrisse a boca, especialmente pra um dos nossos caras, isso não acabaria bem. Ele era esperto, mas eu estava bem na sua cola.
- De onde você era?
- E-Eu nasci em San José de las Lajas, em Cuba. - disse tão baixo que quase não consegui ouvir.
- Como chegou até aqui? - suspirei já sabendo qual seria sua resposta.
- Alguns homens apareceram na cidade e... me ofereceram um emprego nos Estados Unidos. - ela deu os ombros e notei que estava chorando - Me deram passaporte, documentos novos, tudo.
Cedi a pressão contra seu corpo e a virei outra vez de frente pra mim. Eu não queria quebrar Rubin, ainda que fosse fácil demais pra mim quebrar as pessoas.
Suspirei passando meu polegar contra uma lágrima que escorreu em sua bochecha, ela parecia indefesa demais, mal me lembrava a garota que vivia criando barreiras entre nós.
- Não era bem o emprego dos sonhos né? - tentei brincar, mas eu não fazia ideia de quanto tempo ela estava aqui.
Ela olhou para o canto do quarto e balançou a cabeça deixando mais algumas lágrimas rolarem por seu rosto. Talvez estivesse perdida em suas memórias agora.
- Vou pedir aquelas batatas que você gosta, tudo bem? - perguntei indo até o interfone do quarto e a vi concordar.
Fiz o pedido ao bar enquanto a observava tropeçar em seus próprios saltos até chegar à cama, onde se sentou. Normalmente ela usava sandálias e botas muitos maiores com facilidade.
Quando cheguei aqui hoje eu tinha um propósito: conseguir a verdade, mas ela parecia tão abalada que minha vontade era de protegê-la, mesmo que a própria estivesse com medo de mim.
- Por que você sempre volta? - ela perguntou baixinho.
- Você já me perguntou isso antes. - murmurei e ela se encolheu - Quer que eu te diga novamente que me importo com você? Isso infla o seu ego?!
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For Blood // HIATUS
FanfictionOs filhos dos mafiosos mais temidos de Chicago, New York e Las Vegas cresceram. Quando se cresce com uma família assim, o que esperar se não, o pior dos piores? Tudo o que eles querem é se divertir e criar o seu próprio reinado sendo ainda melhores...