✵ Capítulo LXII ✵

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Pov. Maximus Trevisan



- Soube das notícias? - Marco comentou limpando as mãos sujas de sangue contra a blusa azul deixando marcas ali.

Uma fato sobre a máfia italiana é que ela é  formada por italianos, obviamente. E se tem uma coisa que italiano sabe fazer é falar. Especialmente entre os tradicionalistas, a fofoca é o passatempo preferido das esposas.

- O que aconteceu dessa vez? O Vitiello foi visto outra vez em um menage? - Primo riu fazendo Marco encolher os ombros.

Eu e meu irmão tínhamos amizade com o Amo há anos, mas outras pessoas como Marco tinham medo apenas de pensar nele, quanto mais fazer alguma piada, isso talvez se tornasse sua sentença de morte.

- Bem, se lembra da ex esposa do capitão que você matou? - ele olhou direitamente pra mim - Ouvi dizer que ela fugiu.

- Foda-se, não tinha história melhor para contar? Sei de fofocas melhores. - Primo revirou os olhos guardando as facas que usou para torturar um informante, meu irmão estava a dois passos de se tornar executor, bastava apenas mostrar seu valor ao capo.

- Ela fugiu para a Bratva e parece que foi muito bem acolhida por uma antiga paixão. - revirou os olhos - Agora estão dizendo que sua esposa é russa.

O encarei de forma dura, eu sabia a história. Elisa era filha bastarda do Capitão, ela mesmo havia me dito, que seu pai pertencia a Bratva, por isso sofreu tanto nas mãos do idiota com quem sua mãe havia se casado.

- Quem está dizendo isso? - perguntei com a voz mais dura que o normal o fazendo levantar as mãos como sinal de rendição.

- O pai daquela garota... Cressida e os mais fiéis a ele.

- Amo tem que parar de pegar essas mocreias. - Primo segurou uma risada balançando a cabeça.

Revirei os olhos, Amo havia ficado com ela quando éramos mais novos, antes do sequestro da sua irmã. Não sabia que ele havia voltado a trocar saliva com aquela louca, ou talvez Primo só estivesse enganado.

- O que mais andam dizendo? - perguntei entredentes e ele encolheu os ombros olhando de canto para meu irmão.

- Nada, só isso. - suspirou e eu sabia que havia mais.

- Não parece ser só isso. - bufei e ele respirou fundo.

- Eu não sei se é verdade, foram apenas especulações... - deu os ombros acenando para o Primo - Dizem que você ta com uma garota de fora.

- Esses idiotas são mais rápidos em espalhar boatos do que fazer o próprio trabalho. - Primo bufou uma risada.

Primo tinha razão. Se os caras da Famiglia se empenhassem em resolver todos os problemas que tínhamos com nossos carregamentos e intercepções da mesma forma que cuidavam da vida alheia, nós com certeza estaríamos fazendo muito mais dinheiro.

- Você libertou as garotas na boate aquele dia. - Marco ressaltou e meu irmão cerrou os olhos para ele, como se qualquer palavra que saísse da boca dele agora pudesse se tornar sua sentença de morte.

Amo não era bem um defensor das regras, mas ele com certeza não iria querer uma confusão com a família de Marco apenas porque meu irmão não soube se controlar.

- Apenas fiz a porra do meu trabalho. O cartel não tem permissão pra fazer merda alguma no nosso território. - meu irmão respondeu estridentes.

- Essa não é a questão. - Marco murmurou após um suspiro pegando as chaves do carro de dentro do bolso.

- Qual a questões então? - Primo rosnou se aproximando dele o empurrando com força.

- Porra! São só boatos, estão dizendo que você ta envolvido com uma puta. - e foi assim que ele tombou para trás após Primo acertar um soco no meio do seu rosto e confirmando os tais boatos - Que merda!? Eu respondi o que você me perguntou, idiota.

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