✵ Capítulo LXIV ✵

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Pov. Rubin • Scarllet

O vi abrir e fechar a boca algumas vezes antes de bufar como se eu não valesse a pena qualquer ofensa sua. Eu já estava acostumada a lidar com comentários idiotas, nada do que ele pudesse falar conseguiria me abalar. Miguel sabia bem pesar as palavras quando queria, e muitos dos meus complexos haviam surgido por culpa dele.

- Melhor guardar seus comentários azedos pra você, ou vai acabar perdendo a língua. - Amo avisou antes de dar as costas pra nós me fazendo bufar em resposta.

Eu devia ter medo dele, conhecia sua fama, ele já havia ido na boate inúmeras vezes antes de levar seus amigos. Sabia que ele pertencia à família do Capo, ou seja, Amo era parte da realeza da máfia. Miguel sempre disse que devíamos andar na linha com ele ou qualquer um dos seus.

- Quer beber alguma coisa? - Primo perguntou de repente e assenti com a cabeça observando o possível dono da casa parado em nossa frente.

- Fiquem a vontade, eu vou receber os outros convidados do Amo. - zombou rindo antes de sair do nosso campo de vista também.

Primo me guiou até a mesa de bebida, as garotas não estavam mais aqui, provavelmente foram atrás da conta corrente delas. Revirei os meus olhos enquanto Primo servia uma bebida meio inquieto.

- Se eu aparecer sem um braço a culpa é sua. - ele murmurou segurando uma risada.

- Ele não é seu chefe. - suspirei e ele deu os ombros.

- É filho dele, e apesar de sermos amigos... um dia obedecerei suas ordens, mas gostei de te ver dizendo aquilo. - sorriu beijando o topo da minha cabeça, algo que ele nunca havia feito... ao menos comigo.

Por alguma razão eu me senti orgulhosa, eram raros os momentos em que eu realmente me sentia bem com minhas ações. Tudo o que eu fazia era apenas por auto preservação, nunca o que eu queria de fato, ou próximo disso, mas Amo precisava de alguém pra lhe dizer umas boas verdades.

- Tem mais alguém que eu deveria conhecer? - perguntei me afastando sutilmente a contra gosto, eu estava começando a gostar da sua proximidade.

- A maioria dos caras que estarão aqui hoje são apenas soldados, ou filhos de políticos que precisam ser inclusos apenas por questões burocráticas. - deu os ombros - Sabrina vai estar aqui também.

- Por que? - perguntei com curiosidade, talvez ela estivesse se prostituindo por dinheiro para algum dos soldados.

- Pedi que a trouxessem. - deu os ombros - Pra você ter alguma amiga com quem conversar.

Encolhi os ombros concordando, eu não sabia o que havia acontecido com as meninas que fugiram com a Scarllet naquela noite, mas elas não estavam mais no abrigo de animais.

Sabrina era a única garota realmente próxima a mim. Ela nunca fazia perguntas demais, e sempre sabia os seus limites sem eu precisar dizer, eu até costumava gostar da sua presença, talvez fosse o mais próximo de uma família que eu poderia ter tido na vida.

- Aonde as meninas estão ficando agora? - perguntei sem conseguir conter minha língua.

- Elas estão morando juntas em uma casa no Brooklyn. É quase como uma fraternidade, os garotos da faculdade morreriam com elas se quer saber. - brincou e entortei os lábios porque não fazia ideia de como funcionava algo assim.

Sorri fraco olhando em volta o local começar a se encher de pessoas, logo Amo voltou sozinho para cumprimentar a todos. A música foi colocada em um volume alto e a luz diminuída, era quase como um flash Back de memórias passando pela minha cabeça.

For Blood // HIATUS Onde histórias criam vida. Descubra agora