Capítulo 2

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Leornado

- Não é ela! - digo com raiva para meu irmão Antônio, também meu consiglieri.

- Sinto muito, fratello*! Mas você deve estar noivo até o final do mês. Antonella é a melhor opção, sem tirar o fato de que já ela é louca por você.

- Foda-se! Não gosto dela, na verdade não a suporto! É mimada e arrogante, já esta se achando a senhora da máfia.

- Cazzo*! A família dela é de alto escalão, o pai foi consiglieri do nosso. Não há melhor opção que ela, a não ser que já tenha alguém em mente. - diz Antônio com um semblante cansado.

Assim que termina de falar, ela vem a minha mente. Não consigo esquecê-la. Aquele corpo voluptuoso, o rosto angelical perfeito. A mulher mais bonita que já vi na minha vida. Depois que a vi a primeira vez, não consegui ficar com mais ninguém. Não que eu ficasse com muitas. Com o meu trabalho e meus deveres é difícil ter um tempo para encontrar alguém para transar. Além do mais, sou um homem de uma mulher só, vou ser fiel a minha esposa até morte. Vou ser dela tanto quanto ela vai ser minha.

Ela vai ser minha. Minha mulher. Marina Bianchi. Toda minha.

- Já me decidi! Marina Bianchi! Ela será minha esposa. - digo ao meu irmão.

- Tudo bem. - Antônio diz surpreso. 

Marina não é de alto escalão, seu pai é um soldado da organização. Um homem honrado e muito competente, mas ainda sim um soldado. Eu a conheci em um dos eventos, parecia ser tímida, entretanto não consegui tirar meus olhos dela. Ela não seria a primeira escolha e sim Antonella. Que se foda, eu quero ela como um obcecado.

 - Disse assim de primeira porque já estava pensando nela, não é? Sabe que os capi não irão gostar, principalmente os pais de Antonella. Eles contavam que uma de suas filhas seria esposa do Don.

- Estou pouco me fodendo! Nunca afirmei nada, eles se iludiram por quiseram. Quero Marina há muito tempo, desde de que eu a vi naquele jantar.

- Ela é gostosa! - diz me provocando.

- Cala boca, caralho! Ela vai ser minha mulher, mais respeito. - digo ciumento e com muito raiva. Antônio solta uma gargalhada alta.

Fico até surpreso, não me achava ciumento ou possessivo, porém com ela me sinto assim. Só de imaginar outro homem falando assim dela fico puto. Se não fosse meu irmão já estaria morto por ter dito algo assim.

- Com licença! - Luca, meu subchefe, entra na minha sala. - Chegou carregamento!!

- O dever te chama! Não esqueça que o jantar vai ser na mamma hoje. E vai ter convidados. - Antônio diz já indo em direção a porta. - Ciao fratello! Ciao Luca!

Merda! Eu odeio ter que ser sociável, mas amo minha mãe e apesar de ser o Don, ela manda em mim. Eu tenho meu próprio apartamento, só para aqueles momentos em que quero ficar só, porém fico mais na casa dos meus pais. Quando casar com Marina, iremos morar numa casa. Sempre sonhei em ter uma família grande, vários filhos e cachorro. Um lar amoroso assim como o que fui criado.

Saio do escritório e sigo Luca para buscarmos o carregamento. 

Ele é um cara discreto, diferente da irmã, Antonella. Um subchefe competente, o meu braço direito, confiaria minha vida a ele.

Chegando na casa dos meus pais e sou recebido com uma chuva de beijos pela minha mãe

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Chegando na casa dos meus pais e sou recebido com uma chuva de beijos pela minha mãe. Ela baixa, com os cabelos negros como o meu e os olhos castanhos como os meus também. Apesar de ter esses traços em comum com ela, sou idêntico ao meu pai, alto, mesmo nariz, boca e mesma personalidade também, sou mais reservado, um pouco grosso as vezes. Diferente da minha mãe que esbanja simpatia. Ela gosta de nos chama de ogros.

- Que saudade, mio figlio!! - ela disse amorosa.

- Mamma, nos vimos semana passada.

- E daí? Tenho saudades de quando você morava aqui, mas entendo que precisa do seu espaço.

- Ciao Leo!! - meu pai chega na sala me dando um abraço e logo em seguida abraçando minha mãe por trás. Eles se amam muito, mesmo que seu casamento tenha sido arranjado. Queria ter um casamento como o deles. - Já decidiu com quem vai se casar? Sabe que é uma de suas obrigações.

- Ele já se decidiu, babbo! - Antônio diz se sentando no sofá ao lado de Danilo e Paolo que estavam mexendo no celular.

- É serio? Com quem vai ser, querido? - minha mãe pergunta. - Sabe que Antonella e sua família estão vindo aqui hoje, né? Eles são nossos convidados.

- Mãe, por que convidou eles? Não os suportamos e além do mais, Antonella não é minha escolhida. - digo irritado, porque odeio ser sociável e ainda ter que ser simpático com gente que não suporto.

- Dio! Achei que ela seria sua esposa, meu filho! Convidei-os achando que estaria ajudando você!! Me desculpe! Mas quem será sua noiva se não Antonella?

- Marina Bianchi - digo e logo em seguida um silêncio sepulcral surge na sala. Danilo e Paolo param de mexer no telefone, Giovanna que acabou de entrar no ambiente para no meio da sala e atrás dela estão os Marconi, família de Antonella. Estão estagnados na porta de entrada para o cômodo.

- Buonasera! Desculpe em interromper a conversa. - diz Luca sem graça.

- Não tem problema, querido! Sejam bem vindos! Podem entrar, por favor, vamos para a sala de jantar. - os Marconi seguem meus pais e irmãos. Eu estou ainda na sala e quando vou me mover para segui-los, Antonella diz de forma nojenta:

- Espere, Leo! Por que escolheu Marina como noiva? Ela é de baixo escalão, não está a sua altura.

- Em primeiro lugar, se dirija a mim como Don, não sou seu amigo. Em segundo, minha vida pessoal não te diz respeito! Em terceiro, não me importo em qual escalão está Marina, ela será a minha mulher e ela merece o devido respeito. Eu sou o Don e posso escolher quem eu quero para me casar, nada e nem ninguém vai me impedir de me casar com ela! - digo e logo o seu semblante se torna irritado, porém estou pouco me fodendo. Saio da sala em direção a sala de jantar, onde todos estão. Percebo que vai ser uma noite longa.

Nota da autora:

- Fratello: irmão em italiano.

- Cazzo: porra, merda em italiano.

Casamento por Honra - Série Irmãos Manginello (Livro 1) / CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora