Capítulo 3

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Marina

Acordo cedo mais uma vez na semana, pelo menos é sexta feira. Tenho aula de manhã e a tarde na faculdade, faço literatura inglesa na Universidade de Chicago. Por ser da Família não posso fazer o curso que quiser, porque infelizmente não posso exercer minha profissão. Mulheres na organização não tem muito espaço, muitas não podem nem estudar por não ser seguro e também pelo machismo presente.

Eu pelo menos tive essa oportunidade. Por ser de baixo escalão tenho mais liberdade. Meu pai era um soldado, mas já está aposentado e agora meu irmão ocupou a antiga posição dele. Na organização é tudo sobre hierarquia. 

Mesmo com essa liberdade, não posso fazer o que eu quero. Por exemplo, tenho que me manter virgem, pois uma mulher que não é virgem na família é considerada prostituta. Uma ideia retrógrada e machista, mas fazer o que né. Isso pra mim é o de menos, até o momento não tive interesse em ninguém. Sou pessoa que preciso estar no mínimo muito interessada para beijar alguém, por conta disso nunca fiquei com ninguém na minha vida, e meus pais e meu irmão marcam em cima também. Eles são bem tradicionais.

De acordo com eles, eu tenho que me guardar para meu marido e provavelmente vou ter um casamento arranjado com algum soldado. Quem eu queria mesmo, sei que seria impossível. Sempre tive um queda pelo Don Leonardo. Ele é tão lindo, tão bruto. Mas eu sei que nunca poderia ter algo com ele. É certo que irá se casar com Antonella Marconi, pelo menos é o que dizem. Então, tenho que aceitar.

Tomei meu banho, coloquei uma calça preta justa de cintura alta, uma blusinha branca curta e um tênis vans preto. Tenho muitas curvas, quadris largos, bunda grande, cintura fina e peitos grandes também. Sempre fui insegura com meu corpo, mas quando entrei na adolescência finalmente entendi que nunca seria magra e comecei a me aceitar. Hoje me amo completamente e me acho bonita.

Desci as escadas, entrei na cozinha, dei um beijo na minha mãe e meu pai.

- Bom dia, gente! - digo.

- Bom dia, meu amor! Já está indo? - minha mãe me pergunta. Elena Bianchi é uma mulher linda, eu sou muito parecida com ela. Meu pai, Mario, é um homem de aparência sombria, porém um amor com nós.

- Sim, mamma! Vou voltar mais tarde, tenho trabalho sobre Jane Eyre para fazer. Vou jantar em casa hoje. Tchau, gente! - dei um beijo em cada um e fui em direção a porta.

- Até logo, mia figlia! Não esqueça que hoje vamos jantar na casa do Don. - meu pai diz tomando seu café. Ele tem várias cicatrizes no rosto o que o torna mais sombrio ainda, mas minha mãe o ama tanto e não liga para isso.

Tinha esquecido completamente desse jantar. Nem acredito que irei ficar cara a cara com o Leonardo. Será por quê ele nos convidou? Não é qualquer um que é chamado a casa do Don. Entrei no meu carro que ganhei no meu aniversário de dezesseis anos e fui em direção a faculdade.

Cheguei em casa umas seis da tarde e minha mãe mandou eu me arrumar, pois tínhamos o jantar para ir

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Cheguei em casa umas seis da tarde e minha mãe mandou eu me arrumar, pois tínhamos o jantar para ir. Tomei meu banho, escovei meu cabelo e passei babyliss. Coloquei meu hidratante, perfume, fiz uma make simples, com delineado e batom vermelho. Clássico!

Coloquei um vestido vermelho que só tinha usado uma vez, era para ocasiões especiais. Mesmo sabendo que não tenho chances, quero impressionar o Don. Era um vestido vermelho escuro justo, que ia até os joelhos e tinha uma fenda na coxa. Era mais sensual e exibia minhas curvas, mas ao mesmo tempo era chique. Peguei um salto nude. Não costumo usar, entretanto hoje é um dia especial.

Desci as escadas e meus pais e meu irmão já estavam lá.

- Você está maravilhosa, amor! - minha mãe diz sorridente e me dá um beijo. - Vamos então? Só eu estou um pouco nervosa?

- Eu também estou, meu amor! Mas fique tranquila, vai dar tudo certo. - meu pai disse para acalmar minha mãe. - Você está linda, figlia! Vamos, o Don nos espera.

- Relaxa, gente! O máximo que pode dizer é nos parabenizar pelo trabalho que fizemos, babbo. - Francesco, meu irmão diz. Ele é cinco anos mais velho que eu, tenho vinte e ele vinte cinco. É extremamente protetor comigo.

- Claro, o Don ia nos convidar só por causa disso! - digo sarcástica. - Vamos logo.

Francesco bate na minha cabeça e sai correndo pro carro, antes que eu possa revidar.

Chegando lá, somos recebidos por um empregado muito simpático que nos leva para a sala de visitas. Enquanto aguardamos, percebo que estou muito nervosa, sinto um frio na barriga e minha mãos tremendo um pouco.

- Buona sera a tutti*! - a mãe de Leornado, Olivia, aparece de mãos dadas com o antigo Don, Carlo. - Sejam bem vindos! Fico muito feliz de recebê-los. - cumprimenta a todos com um beijo e quando chega em mim, diz - Você deve ser a Marina, é tão bonita quanto meu filho diz. Muito prazer, querida.

Fico chocada. Leornado me acha bonita e comentou isso com sua mãe? Estou plena por fora e surtando por dentro. Tento manter a calma.

- O prazer é todo meu, donna Manginello! - digo tímida.

- Por favor, me chame de Olivia! Aqui sem formalidades.

Somos apresentados a todos. Antônio, o filho mais velho junto com Leornado, tem a pele negra, muito bonito e alto, o irmão cavalheiro. A história dele é bem bonita, ele foi encontrado nas ruas de Chicago e adotado pela família Manginello. Paolo, irmão do meio, simpático e muito sedutor, o irmão cafajeste. Danilo, mais novo e muito fofo, o irmão príncipe encantado. Giovanna, a caçula e super simpática, a irmã encantadora. Todos são lindos! Que genética. O pai, Carlo, assustador como o meu, mas um amor com sua família.

Por último, no topo da escada, lá estava ele, o poderoso chefão. Leonardo Manginello. Alto, 1,92, moreno, olhos castanhos, barba por fazer, maxilar quadrado, bruto, musculoso. Vestido com seu terno preto Armani. Nossos olhos se encontram e sinto um frio na barriga. 

Nota da autora:

Buona sera a tutti: boa noite a todos em italiano.

Casamento por Honra - Série Irmãos Manginello (Livro 1) / CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora