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Ele não esperou por respostas e começou a falar.

Sua expressão antes leve agora estava pesada, o ar começou a ficar pesado junto a sua expressão e eu retrai, quando ele me olhou com receio.

— Marta — falou, olhando para a janela que havia do meu lado, distante — Marry...

Ele fechou os olhos por um momento, seu rosto ficou vermelho e me vi ali, na obrigação de falar alguma coisa.

— Marry não é sua mãe, Maggie — falou de forma pausada, ainda de olhos fechados — Marta não é sua mãe. Marry tão pouco.

— Ethan? — minha voz saiu arranhando minha garganta quando falei, ainda o olhando com atenção e medo — Ethan?

— sua mãe — continuou, ao levantar, indo em direção a janela — o nome dela é Ada. E, você acredita que por uns bons anos vivi acreditando que ela era a minha?

Uma risada sem humor saiu dos lábios do homem que agora estava em uma linha fina, olhando para mim.

— você não deve saber quem é Marta, não é? — neguei e pude ver um traço do seu sorriso vitorioso, mas que logo sumiu, dando vazão a um sorriso triste — Marta é a irmã gêmea de Marry, Maggie. E me parece uma grande irônia ver que o nome das três começa com M. — falou com uma risada sem humor.

— ah — foi tudo o que consegui dizer, quando ele estava me olhando, praticamente me implorando para dizer alguma coisa.

Iria falar mais coisas, mas a  enfermeira entrou, me fazendo uma série de perguntas rotineiras, saindo logo em seguida.

— antes de eu continuar — ele se aproximou, tocando minha mão com cuidado — quero que saiba que amo você.

Meu corpo imediatamente se arrepiou com a fala e ele sorriu de maneira triste, olhando para o lado de fora.

— onde estamos? — perguntei quando ele estava em silêncio a mais de dois minutos, de costas para mim.

— em uma outra casa — murmurou — mas se você quiser posso...

— eu quero — falei em um ato desesperado. Surpreendendo a mim mesma — eu quero ir para aquele lugar da parede de vidro.

Ethan franziu as sobrancelhas, os lábios se contraíram e ele piscou, confirmando lentamente.

— eu não iria falar isso — falou, enquanto se direcionava a porta — mas tudo bem.

› › ›

— Eu vou... — Ethan falou quando fiquei olhando para o local em silêncio, observando a pequena borboleta rotineira — eu vou pegar alguma coisa na cozinha, ok?

Confirmei em silêncio, enquanto ainda observava o lugar com atenção.

você está me machucando, Ethan — falei quando ele estava fazendo o Martelo, que por sua vez era sexo anal — está me machucando muito.

Uma lágrima caiu dos meus olhos quando lembrei do ocorrido. Uma outra caiu novamente, quando lembrei dos meus olhos inchados e cabelos molhados e olhos focados além daquela parede de vidro pesado.

Aquela parede em que um dia, me deu esperança e me ajudou a tomar decisões.

Passado vol.2 - El fin Onde histórias criam vida. Descubra agora