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Ficamos em silêncio enquanto eu pegava os copos dentro do armário e ele abria a geladeira procurando por coisas. A voz dos homens soava de bom tom na cozinha, mesmo que um pouco desconexas e eu suspirei, lembrando da maneira que deixei Maggie no andar de cima.

— Maggie? — perguntou, ao me ver colocar a bebida quente no copo.

Demorei para responder, mas do que queria até.

— está na rua — murmurei, com os olhos fixos na bebida.

— eu acho bom — senti a mão do homem tocar meu ombro e me obriguei a encara-lo — porque eles irão querer falar com ela.

— o que? — perguntei tirando sua mão do meu ombro, me afastando.

— que dia é hoje, Ethan? — o homem perguntou olhando nos meus olhos.

— dia catorze — murmurei, abrindo a boca logo em seguida, quando a fixa caiu.

Tore você precisa ficar calmo, eu prometo para você que...

— ABRA A PORRA DA PORTA, ETHAN!

— Mas ela não faz parte, ela não tem a marca e...

— de quem ela é filha, Ethan? — Luis Henrique me olhava com seriedade, ainda mantendo seu tom baixo — de quem ela é filha?

Balancei a cabeça negativamente, sorrindo, tentando desviar o foco da conversa.

— desde quando você se importa com ela? Você ao menos sabe o que...

— ela é a porra da minha filha, Ethan! — o homem falou num tom contido, mas com a voz grossa — ela é minha filha, queira você gostar ou não. Marta não irá participar do evento desse ano. Marry está morta, e Ada está seja lá onde. Lilith que ela esteja em paz. Lizzie nunca foi uma opção. Você acha que quem será esse ano? Por que você acha que Arnel quis justamente em sua casa? Você tem bosta na cabeça, Ethan?

As palavras de Luis Henrique estava vibrando em minha cabeça, me deixando com dor na mesma.

Como pude ser tão burro ao ponto de não perceber isso? Como pude esquecer desse maldito ritual? — minha cabeça começou a fervilhar quando Arnel apareceu em passos silenciosos, atrás de Henrique.

— e as bebidas? — engoli em seco quando ele me olhou por tempo demais para que eu soubesse que ele estava tentando descobrir algo de mim.

— estão vencidas — murmurei, olhando o rótulo — irei pegar o número de uma empresa no escritório, já volto — falei, passando do lado do homem, que por sua vez segurou meu ombro.

— você tem que ser forte, Ethan — Arnel falou segurando meu ombro com força, quando eu estava suando e as lágrimas estavam persistentes — se elas foram, você também vai ser.

Senti meu corpo começar a suar frio.

— não se preocupe — murmurou, olhando para Luis Henrique — não precisa. Escolhemos outras, não é rapazes?

Franzi a testa quando Coleen apareceu em passos altos, com a mão no bolso e um olhar desconfiado.

Tudo esquemáticamente planejado — percebi, quando a campainha tocou.

Passado vol.2 - El fin Onde histórias criam vida. Descubra agora