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E então deixarei você ir.

E então deixarei você ir.

As palavras ecoavam em minha cabeça que ficava cada vez mais pesada. Meu coração batia de maneira forte e agressiva. A ânsia que estava sentindo começou a me enjoar de tal modo que precisei fechar os olhos por um momento.

E então deixarei você ir.

— Maggie? — a mão grande e gelada de Ethan me assustou quando tocou o lado direito do meu rosto, com ternura — você está bem? Quer que eu chame a médica?

Abri os olhos a ponto de ver Ethan me encarar com receio e ao mesmo tempo medo, me deixando então desconcertada.

— você quer água? — perguntou quando seu rosto ficou inexplicável aos meus olhos e ele se afastou de forma abrupta.

Continuei o olhando, ainda em dúvida de saber como agir.

— eu preciso de palavras, Catarine — falou quando balancei a cabeça de forma negativa — preciso que você fale para que eu possa te ajudar.

— e-eu... — o olhei de encima a baixo quando engoli em seco, sentindo minha garganta seca e a ânsia aumentar — e-eu...

Me inclinei com rapidez para a ponta da cama, fechando os olhos de forma firme quando senti meu corpo forçar minha barriga e de alguma maneira intimidade a colocar para fora o que quer que tivesse dentro de mim.

Vomitei uma, duas, três vezes.

Meus olhos automaticamente lacrimejaram e me assustei quando Ethan tocou meus cabelos, já que eu estava os segurando e tentando me manter firme.

— você quer que eu chame a médica? — perguntou baixo, quando eu ainda não havia me reerguido da posição que estava — com a cabeça para fora da cama — e meus olhos ainda estavam focados no chão — eu chamei uma médica porque achei que você iria se sentir mais confortável.

Continuei em silêncio, olhando para a poça de água gosmenta que havia se formado no chão.

— eu vou sair, Catarina — o homem insistiu segundos depois — assim que ela entrar irei sair e então venho depois, quando ela falar que já é  recomendável.

— eu quero água — minha voz saiu baixa quando em um impulso levantei a cabeça, me reecostando no travesseiro em seguida.

› › ›

Cinco minutos depois — segundo o relógio encima da porta —, Ethan sentou na poltrona novamente, ainda me olhando com preocupação.

— eu preciso te contar algumas coisas e então, irei deixar você fazer o que quiser — a informação me pareceu impossível e me peguei ali, avaliando para saber se era mais um dos seus jogos ou não — não é brincadeira.

Concordei, mesmo que ainda estivesse desconfiada, sentindo o gosto de vômito e a tontura estivesse sobrevoando minha cabeça.

O coração já não batia acelerado e me vi agradecendo por aquilo.

— eu não sei como começar a te dizer, e te peço para que me escute perfeitamente — confirmei e vi ele tentando conter o sorriso.

Sorriso esse que não entendi a causa, mas me vi tentada a ficar admirando pelos curtos segundos que estiveram ali.

— preciso de palavras, Mag.

Passado vol.2 - El fin Onde histórias criam vida. Descubra agora