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A voz de Robert e Arnel estavam distantes enquanto falavam, me deixando agoniado. Os dois Luis estavam calados, o que me fez ter mais medo do que estava.

Eles iriam querer Maggie.

Maggie era a garota da vez.

A primeira vez que eu estava participando daquilo em si, e minha esposa que seria o alvo principal.

— quem foi que não ajudou o próprio irmão mais novo, Ethan? — a voz de Robert soou novamente, fazendo minha atenção ser focada inteiramente em si — quem não ajudou o próprio irmão quando ele mais precisava?

a culpa não é sua, Ethan — o homem disse para mim — não é sua. Você era apenas uma criança.

Será mesmo? — me perguntei, quando meus lábios estavam franzidos e meus olhos fixos em algum ponto do rosto de Robert — será que eu não era culpado, quando sabia exatamente o que estava acontecendo? Quando sabia que meu irmão estavam prestes a sofrer coisas que eu não desejaria que meu próprio inimigo passasse?

— e enquanto a Ada? — a voz de Arnel soou dessa fez, me fazendo o encarar — você não fez nada quando Ada estava debaixo de algum soldado. O engraçado era que ela nem chorava, já notou? — perguntou com uma risada para Robert que por sua vez sorriu.

— era uma puta mesmo — riu novamente — uma puta que já tinha sido usadas tantas vezes quanto a Mar...

— não ouse completar, Robert — a voz de Arnel que antes era brincalhona agora estava séria e seu rosto livre de qualquer emoção — se você ousar falar dela, eu quebro seus dentes agora.

— golpe trocado não dói — Luis Henrique murmurou — o que foi, Arnel? Está com ciúmes da sua puta? Que por acaso passou por você primeiramente, é claro — um sorriso provocativo banhou os lábios do homem — e depois por Robert para dar origem dessa bela pessoa do meu lado.

Todos ficaram no mesmo silêncio que já estavam, mas dessa vez encarando Luis Henrique como se ele tivesse acabado de falar a pior miséria do mundo.

E talvez ele tivesse, do nosso mundo.

— o que foi? — perguntou novamente, como se não tivesse acabado de contar a pior merda que pudesse naquele momento — porra Arnel, uma garota de treze anos? Treze porra. Ela literalmente, era uma criança entrando na pré adolescência.

— não me venha com essa, Luis — Robert retrucou, ganhando a atenção de Luis Nuevo e de Arnel, que parecia estar pronto para concordar com qualquer coisa que saísse da sua boca — você não teve pena da gêmea quando se casou com ela e aceitou lhe dar uma filha quando ela não era sua. Vamos começar daí, sim? 

Luis Nuevo sorriu.

— é claro que não, meu querido Robert. Sabe por que? Sabe qual é a diferença nítida entra nós dois? — a pergunta saia cada vez mais baixa, sussurrante e irônica, deixando tudo mais tenso — eu não sou a porra de um pedófilo.

O tom baixo, o sorriso irônico no final fez com que o homem não percebesse Arnel atrás de si, o segurando entre os braços, quando Robert o acertou com força na barriga.

Passado vol.2 - El fin Onde histórias criam vida. Descubra agora