- 𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟔- 𝐀𝐪𝐮𝐞𝐥𝐞 𝐥𝐮𝐠𝐚𝐫

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O amor é doloroso... pelo menos para mim.

Quando meus sentimentos entram em conflito e a angústia é tão intensa que faz minha garganta doer... bom, minha válvula de escape é aquele lugar.

O lugar onde a areia não é seca e nem molhada. Onde as rochas são estreitas, mas ainda há um caminho largo onde você pode caminhar... ou sentar e observar as ondas do mar. Como eu faço.

O lugar onde o céu é cinza e faz com que a paisagem se torne obscura, mas também é o cinza que estabiliza meus sentimentos.

Esse é aquele lugar.

O meu lugar.

Um lugar especial... que é apenas meu. Era como meu coração.

Ninguém nunca foi chamado ou visto por lá, ninguém nunca havia me visto por lá. O lugar que eu amava e sentia que era Ada de volta.

Mesmo que gritasse com toda sua força e determinação ninguém te escutaria... e não é para ser algo ruim. Mas por algum motivo, mesmo sabendo disso, minha voz insistia em ficar engasgada na garganta.

Por que chorar com Shinichiro era tão fácil? Por que quando era só eu e eu aquela angústia no peito se tornava tão grande que era quase impossível de se manter em pé? E por que, mesmo agora, no meu lugar favorito, minha mente só pensava nele?

Nesse momento ele deve estar rindo, se divertindo e bebendo com Gaby, nem deve se lembrar de mim ou da nossa noite ontem... e eu? Bem, estou aqui, sentada na areia que não é nem seca e nem molhada... observando as ondas... algo típico de mim.

Minha mão foi ao meu bolso, tirando o smartphone e abrindo o Spotify. A música na barra de pesquisados era a mesma que escutei na noite passada, em frente à sua casa...

Love me — RealestK

No céu, quem dominava era a Lua, e claro eu a amo e também a invejo, pois sei que nunca serei como ela.

Inspirei fundo, tomando coragem. Conversar sozinha poderia ser esquisito, porém reconfortante. Aliás, não tem problema certo? Não há mais ninguém além de mim aqui... mesmo que eu quisesse.

— Eh...

Eu sei, sei que ninguém vai aparecer do nada, Shinichiro simplesmente não iria aparecer atrás de mim, ele nem sabe da existência desse local, então por que minha mente insiste em dizer que a qualquer momento ele apareceria. Minha vida não é um dorama.

— Eu... amo.... a Lua...? — Minha frase, que deveria ser uma exclamação, saiu como uma pergunta. Não conseguia ter a confiança, ainda mais quando me auto sabotava pensando que alguém, — Shinichiro —, iria aparecer magicamente.

Eu venho a este lugar há 4 anos e nunca, nunca mesmo, vi alguém por aqui. Não tinha como alguém saber da existência dele, exceto pelo Google maps.

— Eu amo... eu amo a Lua. — Quando tomei mas confiança, berrei bem alto: — Eu queria ser a Lua!.

— Que sonho incrível, querer ser a Lua. — Meu coração parou e não consegui olhar para trás, ainda mais quando aquele barulho de passos na areia se aproximavam.

— O que? — Meu corpo travou. — An. — Minha mente deu curto. — Hein? — Olhei para o lado sem nem acreditar no que estava acontecendo.

— Você quer ser a Lua? — Sentou ao meu lado. — Para mim, você combina mais sendo o Sol, engraçado, não é? — O choque que levei, diminuía conforme ele se aproximava.

— Não deveria estar no seu encontro? — Por algum motivo, meu mecanismo de defesa foi provocá—lo, sendo que minha vontade é de agarrar ele e lhe tascar um beijo. — Aliás, como conseguiu me achar?

𝐅𝐨𝐫𝐚 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨𝐥𝐞, Sano ShinichiroOnde histórias criam vida. Descubra agora