- 𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟏𝟒- 𝐅𝐚𝐦í𝐥𝐢𝐚 é 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐥𝐢𝐜𝐚𝐝𝐨.

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  Relação familiar de fato é algo complicado, mas quando os familiares envolvidos eram os meus, esse complicado subia uns dois níveis a mais. Além de que se minha mãe estava na cidade, também significava que...

  Nem tive tempo de completar meu pensamento, minha mão se enfiou naquela bolsa de lado, pendurada em meu ombro pela alça, procurando freneticamente por meu celular. Meu coração disparou em meio aquela rua estreita, em um fim de tarde calmo, em que minha mente estava agitada procurando em meu celular pela aba de aplicativos onde o Line estava.

  — Ei, você está bem? — O Tom preocupado de Shinichiro fez com que meus batimentos desacelerassem. Percebi que havia parado do nada, para ele.

  Quando se tratava da minha família, todo cuidado é pouco quando tomado por mim. Inspirei fundo de olhos fechados, esperando que qualquer desastre acontecesse assim que vi a porta da minha casa. Meu sangue gelou e minha pressão caiu quando o vi sair de dentro da minha casa.

  — Primeiro aquela mulher e agora esse cara? — Senti uma expressão raivosa brotar em meu rosto. Meus resmungos foram motivo de graça para Sano, que gargalhava baixinho próximo a mim.

  — Sério que você trata seus pais desse jeito? — Provocou com um sorriso fino, revirei os olhos e pensei em várias formas de respondê-lo.

  — Fala sério, eu moro aqui desde os 14, e aí, de repente, depois de 5 anos eles reaparecem todos amorosos. Acha mesmo que algo de bom vem disso? — Bufei e cruzei os braços, parada, observando-o se aproximar.

  — Vai que eles só querem se reconciliar. — Deu de ombros e senti o sangue subir à cabeça.

  — Olha, diferente da sua, nada vindo da minha família é coisa boa, aconselho a ficar longe deles, com certeza vão te bajular para tentar me convencer a fazer o que eles querem. — Suspirei e fechei os olhos ganhando coragem para manter a calma na frente do homem, que depois de anos estava em nossa frente.

  — Meu neném! — Choramingou, nada triste, e tentou se jogar em cima de mim, como a outra, e que eu também desviei por instinto. Me arrepiei com o apelido carinhoso.

  — Acho que falei que me chamar assim me deixa enojada. — Disse em um tom sério e rígido. Não era a primeira vez que isso acontecia e a cada vez soava mais grossa.

  — Deixando suas reclamações inúteis de lado, podemos falar sobre isso mais tarde. — Revirei os olhos quando me recordei de sua personalidade horrível.

  — Hm… — murmurei esperando que prosseguisse.

  — Sei que andou falando com sua mãe. — Não demonstrei reações a sua fala, mostrando que era algo irrelevante.

  — E?

  — Não saia com ela, precisa vir comigo. — Mordi o lábio para interromper mais um suspiro cansado de sair. Eles dois, com certeza, me tiravam do sério com essa competição imatura.

  — Não. — Respondi curta e tentei passá-lo, mas teve que parar quando Shinichiro ficou para trás, olhando sem jeito a "discussão familiar". Estalei a língua e o chamei com o olhar.

  — Eu sei que ela te comprou. — Ele rangeu os dentes, a barra do meu estresse estava em 80%.

  — É sério, vai se-. — Inspirei fundo, cortando minha frase.

  Claro, eu odiava eles, mas faltar com respeito não era da minha índole.

  — Ofereço 2 milhões a mais que ela, mas venha comigo ok? É importante. — Seu desespero me despertou interesse.

𝐅𝐨𝐫𝐚 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨𝐥𝐞, Sano ShinichiroOnde histórias criam vida. Descubra agora