A situação agora estava um pouco complicada. Gostaria de dizer que estar em coma é preferível a isso, apesar de ser horrível passar 61 dias deitada em uma cama, imóvel, tomando soro.
Minha visão estava um pouco embaçada, mas ainda dava para dizer que o homem à minha frente, com certeza, era um gato… porém um pouco idiota.
— Sra. [nome], poderia por gentileza me dizer quantos dedos eu tenho aqui? — Indagou aproximando dois dedos do meu rosto, logo após ter arregalado os meus olhos em frente a uma luz forte de uma caneta.
Vestido a um jaleco branco que se estendia até abaixo do seus joelhos, por baixo estava com uma roupa social. Atrás dele estavam várias enfermeiras curiosas, se esticando para me ver.
Não pude prestar atenção em sua fala, e por isso nem armazenei a informação que tinha dito. Minha mente estava em outro foco. Meus olhos vasculharam o quarto inteiro atrás de algo que me fizessem lembrar de algo, algo que com certeza eu não deveria ter esquecido… alguém… não sei.
— Sra. [nome]! — Fui repreendida com uma voz firme e preocupada. Me arrepiei dos pés a cabeça e era como se eu tivesse voltado a mim. Ergui as sobrancelhas e olhei para o homem bonito. Encarei profundamente seus olhos verdes… ele era estrangeiro? Parecia muito.
— Desculpa? — Murmurei um pouco envergonhada por estar avoada, e tê-los ignorado. Porém deixando claro que não tinha escutado nada antes de me chamarem pelo nome pela segunda vez.
— Ela parece um pouco atordoada. — Comentou com uma das enfermeiras. Olhei feio e ele percebeu, e tinha mesmo até porquê eu estava completamente bem. — Sra. [nome], quantos dedos tem aqui?
— Dois.
— Melhor assim. — Ele se afastou um pouco e anotou alguma coisa em um papel sobre uma prancheta, logo após entregou para uma das enfermeiras. — Certo, eu sei que a senhorita acabou de acordar, mas pode me escutar por alguns minutos? — Perguntou em um doce tom, me fazendo concordar instintivamente.
Murmurei um "uhum", apesar de estar na cara o quão desconfortável me sentia naquele lugar. O doutor sinalizou com a cabeça para que as enfermeiras saíssem do quarto, nos deixando a sós.
Olhei para sua face, que era simétrica, me admirava quão parecido eram os dois lados do seu rosto. O médico encarava as anotações sobre sua prancheta. Depois de alguns segundos em silêncio, ergueu seu rosto e encarou profundamente minhas pupilas.
— Senhorita [nome], lembras-te de alguma coisa antes de acordar ontem? — Indagou, além do seu jeito de falar, sua pergunta me deixou um pouco intrigada. Tentei ao máximo buscar em minhas memórias um motivo para estar em uma cama de hospital, mas tudo que ele teve como resposta foi um negar de cabeça.
— Bom… eu lembro que ontem… não sei, passei na casa de Shin… aí depois eu fui para casa? Não sei, eu acho, e logo depois dormir? Está tudo muito desorganizado na minha cabeça… por que eu estou aqui? — Franzi as sobrancelhas juntas e olhei para o canto superior direito, tentando buscar por mais… eu precisava de mais.
— Bom, não foi bem assim que aconteceu. — Disse fazendo meu coração disparar…
Como assim? Eu sei que acordei como sempre às 05:40… tomei meu banho como de costume, saí de casa para ir à faculdade… da faculdade eu fui trabalhar… depois passei na casa dos Sanos para falar com Shinichiro, já que não nos víamos há tempos… e que eu fiquei bem chateada quando ouvi uma de suas conversas com sua ex…
— Olhando bem… parece meio idiota da minha parte ficar mal com aquilo… algo tão besta… — sussurrei para mim mesma, chamando atenção dele.
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𝐅𝐨𝐫𝐚 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨𝐥𝐞, Sano Shinichiro
Fanfiction𝗨𝗺 𝗺𝗲𝗰𝗮̂𝗻𝗶𝗰𝗼 𝗶𝗱𝗶𝗼𝘁𝗮. 𝗨𝗺 𝗿𝗼𝗺𝗮𝗻𝗰𝗲 𝗾𝘂𝗲 𝗰𝗼𝗺𝗲𝗰̧𝗮 𝗲𝗻𝘁𝗿𝗲 𝗰𝗼𝗻𝗵𝗲𝗰𝗶𝗱𝗼𝘀 𝗱𝗲 𝗮𝗱𝗼𝗹𝗲𝘀𝗰𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮. "𝗦𝗲𝗻𝘁𝗶𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼𝘀 𝘀𝗮̃𝗼 𝗰𝗼𝗺𝗽𝗹𝗶𝗰𝗮𝗱𝗼𝘀, 𝗲 𝗺𝗮𝗶𝘀 𝗰𝗼𝗺𝗽𝗹𝗶𝗰𝗮𝗱𝗼𝘀 𝘀𝗮̃𝗼 𝗮𝘀...