- 𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟏𝟖- 𝐅𝐨𝐫𝐚 𝐝𝐨𝐬 𝐞𝐢𝐱𝐨𝐬.

345 34 2
                                    

    — Foi incrível! Nossa! Por Deus! O melhor dia da minha vida! — Falei animada. — Ah… — suspirei fechando os olhos, com as mãos sobre as bochechas, relembrando a memória.

  — Você repetiu isso mais de 10 vezes! Presta atenção na aula e para de me distrair também! — Reclamou Gaby dando um beliscão na minha perna. Na mesma hora o professor reclamou conosco sobre o barulho e ela me deu um soquinho no braço. — Você ainda não trancou o curso! — Murmurou chateada.

  — Meu Deus! Para que isso, garota!? — Olhei assustada e meio irritada também. — Sempre te escuto, por que está me recusando agora? Chata! — Murmurei de volta.

  — Você está com o mesmo jeito de falar daquele mecânico, e isso 'tá muito esquisito! Agora, por favor, cala a boca.

  Olhei brava para ela e suspirei forte, para demonstrar minha irritação, resmunguei baixinho e ajeitei minha postura. Ela estava concentrada, mas não durou 5 minutos até ela soltar a caneta na mesa, deixar o olhar pesado de lado e virar para mim.

  — Desculpa amiga, é que a gente está no meio da aula, já é fim de semestre e parece que eu não entendo nada, minha vida está uma bagunça. Preciso de foco mais do que nunca agora! É sério! — Grunhiu chateada, era visível em sua voz um pouco mais manhosa que o comum.

  Bufei e desviei o olhar para o outro lado sem nem responder. Eu sabia que ela estava certa e que não éramos mais adolescentes do Ensino Médio. Porém ela ainda era minha amiga e a todo momento eu quero compartilhar tudo.

  Meus olhos se fixaram nos slides que passavam. Do que adiantava ter que revisar tudo dos anos passados, se nas próximas semanas nem estaríamos mais ali. Além do mais, nós duas já havíamos passado e apenas faltavam alguns meses para conseguirmos nossos diplomas. Nossas horas deveriam ser gastas para escolher uma linda roupa de formatura.

  Passei tanto tempo resmungando e brigando comigo mesma em minha mente que só me dei conta de que Gaby me chamava depois de sentir minha estabilidade ir embora. Ela começou a me balançar de um lado para o outro.

  — [nome]! — Escutei um berro bem próximo à minha orelha. Na mesma hora pulei de susto e me afastei tampando-a. — Nossa! Pensei que tinha morrido sentada! — Exclamou em meio a estresse, jogando todas as coisas para dentro da bolsa.

  — Hein? — Olhei confusa ao redor, todos estavam indo embora.

  — "Oi" coisa nenhuma, querida. É melhor correr se não quiser se atrasar para o trabalho. — Brincou, olhei para o relógio que residia em meu pulso, na mesma hora meus olhos, juntamente ao meu coração, saltaram em surpresa.

  Peguei minha bolsa, que desde o início da aula eu não abri, porque nem fiz questão de estudar e corri para o estacionamento da universidade.

  — Porra! — Grunhiu enquanto quase atropelava todos à minha frente; muitos soltavam xingamentos e outros um: "olha por onde anda". Nem dei bola.

  Parei em frente a porta do estacionamento com as mãos sobre os joelhos e meu corpo encurvado. Puxava o ar que conseguia, mas não era o suficiente para meus pulmões. Tossi algumas vezes por engolir saliva pelo buraco errado. Caminhei calambreado em direção a minha moto, vasculhando minha bolsa atrás da chave.

  Depois de me recuperar totalmente, montei na moto e a liguei. O resto foi como o de sempre, sair do estacionamento e dirigir por mais 5 minutos até chegar ao meu trabalho e ainda assim chegar com 5 minutos de atraso.

  Estacionei na primeira vaga que estava livre e desci da moto, antes de dar um passo adiante, girei meu corpo e tirei a chave, que com certeza iria esquecer, aproveitei para tirar o capacete também. Aí então corri para dentro da cafeteria. Acabei esbarrando com minha gerente.

𝐅𝐨𝐫𝐚 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨𝐥𝐞, Sano ShinichiroOnde histórias criam vida. Descubra agora