- 𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟏𝟓- 𝐑𝐞𝐬𝐟𝐫𝐢𝐚𝐝𝐨.

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  — Desastre — soaria como eufemismo comparado ao que aconteceu na festa de boas-vindas para Emma. Mesmo agora meu rosto queima fervorosamente lembrando de quando tive que encarar os convidados depois de ter um drama familiar no andar de cima, e eles escutarem absolutamente tudo!

  O que era para ser algo leve e divertido, tornou-se algo pesado e com um clima desconfortável. Me senti horrível, parecia como se eu tivesse estragado tudo. Shinichiro tentou me convencer de que não era minha culpa, ainda assim não foi fácil fazer essa ideia entrar em minha mente.

  Acho que bebi muito, pois não lembro de como saí da residência Sano. Minhas únicas memórias são: beber muito, beijar bastante o Sano e ficar pensando sobre o acontecido.

  Tantas coisas aconteceram ao mesmo tempo… sequestro, meus pais, hospital, declaração. Sim, foram tantas coisas que nem tive tempo para pensar a respeito do que Shinichiro havia me dito, meus pais chegaram fazendo tanta cena que nem respondi ou disse o que tinha em mente.

  Sempre foi meu sonho viver um romance, ainda mais com o cara que eu tenho crush desde os 14, mas por que caralhos teve que acontecer desse jeito? Deveria ser algo legal, sabe? Mas parece que se tornou mais uma coisa que faz minha cabeça latejar de dor.

  [...]

  Calor e frio, a mistura desses dois no meu corpo era agoniante.

A escuridão em minha mente era horripilante, não sei se era por esse motivo eu tinha esses calafrios, que faziam minha espinha arrepiar.

  Onde estou? Senti como se algo estivesse colado no meu corpo, era agoniante. Sei que minhas pernas tremem, porém onde estavam elas? Eu sentia meus braços doloridos, então por que não conseguia enxergá-los?

  — Hm… — grunhi tentando me movimentar, ou tentando me desprender.

  Apesar de não sentir nada em meus pulsos ou em qualquer parte do meu corpo, parecia que meu corpo estava acorrentado. Conseguia escutar minha barriga ronca, mas onde ela estava?

  Forcei meus olhos, algo os incomodava, forcei bastante as pálpebras e quando me dei conta, meus olhos estavam abertos.

  Era meu quarto.

  — Merda. — Meus braços estavam fracos, por isso tive que me esforçar ao apalpar a cama em busca do meu celular. Grunhi em frustração quando não o encontrei.

  Usei minhas últimas forças para ficar sentada. O que estava acontecendo comigo? Depois de chegar do trabalho ontem, lembro de deitar na minha cama, mas não é como se eu tivesse mudado alguma coisa na minha rotina, para estar cansada a esse ponto.

  Suspirei, todo meu corpo doía, era insuportável o calor, e o pior era que se batesse qualquer ventinho, sentia frio.

  Para confirmar minhas suspeitas, levei a mão em direção a testa. Estava queimando!! Como pensei, eu havia pegado um resfriado.

  — Não acredito que gripei justo agora! — Choraminguei indignada, ofegante e irritada. Era difícil de respirar. Meu pulmão subia e descia em movimentos irregulares, minhas costas doíam e eu sentia uma cólica abdominal angustiante.

  Que merda!

  Por causa dos acontecimentos recentes, perdi muitas aulas, e é muito raro eu ficar doente, mas sempre que acontece dura bastante tempo e fico de cama, sem conseguir me mover muito.

  Suspirei exausta. Havia acabado de acordar. Não era apenas meu corpo quem estava cansado, minha mente não parava de pensar na matéria, qual teria que recuperar. Era meu último semestre do primeiro ano. E se eu repetisse? Passar agora me faria estudar só mais um ano.

𝐅𝐨𝐫𝐚 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨𝐥𝐞, Sano ShinichiroOnde histórias criam vida. Descubra agora