-C𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟐𝟏- 𝐇𝐨𝐬𝐩𝐢𝐭𝐚𝐥 𝟏.𝟐.

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  — Ah!!! Gente! Ela está acordada! — Escutei o grito eufórico que fez meu coração disparar. Não tive tempo de pensar direito, só vi aquele corpo se jogando sobre mim para um abraço que nem teve tempo para recusa. Nossos amigos nos olhavam chocados ao me ver.

  — Emma! — Dei duas batidas fracas em suas costas. — Está me sufocando... — murmurei. Assim que me soltou pude acenar para o resto. — Oi gente!

  Finalmente aquele hospital frio e espaçoso estava pequeno e aconchegante.

  — Quando você acordou? — Mitsuya foi o primeiro deles a falar.

  — Não faz muito tempo. Mais ou menos às 15:00. Um médico veio me contar o que aconteceu... que estou dormindo a meses... que fui assaltada e levei um tiro... e sei lá pessoal, é muita coisa para processar... — comentei com a mão sobre a testa, senti minha pressão cair. 

  — Sinto muito... — disseram.

  — Mas se sente melhor agora, certo? Ou ainda dói alguma coisa? — Indagou Draken com a mão em meu ombro.

  — Só a minha consciência, em saber que fiquei para trás em tudo.

  — Referente a isso... estamos aqui para te ajudar. Não se preocupa. — Eu sorri com a frase, me sentindo mil vezes melhor do que a cinco minutos atrás quando estava sozinha.

  Aquela tarde foi simplesmente incrível! Depois de insistirmos um pouco para o pessoal que trabalhava no hospital, conseguimos passar mais ou menos umas duas horas juntos, e consegui "ficar por dentro", como disse Emma, de muitas coisas. Aliás, foi surpreendente saber que Emma e Ken começaram a namorar nesse meio tempo que eu estava desacordada. Como previ Shinichiro foi totalmente contra no início, mas agora está tão focado em outras coisas que relaxou mais. Ah! E também ele arrumou outro emprego.

  Também, um peso enorme saiu de minhas costas quando me contaram que meu emprego estava são e salvo, mas em compensação a minha formatura da faculdade foi adiada, então terei que esperar mais um pouco.
 
  Depois de conversar bastante com meus amigos, senti uma boa sensação, como se pudesse finalmente me acalmar.

  — Emma, a gente tem que ir. — Apontou Ryuguji. Eu olhei para a loira e ela me devolveu o olhar. Fizemos nós duas um biquinho.

  — Mas já? Ainda está cedo... — murmurei fazendo um mini drama.

  — Nem adianta me olhar assim! São as regras do hospital! Nós te metemos em muitas confusões. Já deu! Vamos! — Pegou a menina e a arrastou a pulso para fora do quarto, tirando-me uma gargalhada sincera ao ver a cena.

  Meu sorriso sincero se desmanchou como algodão doce ao encostar em saliva, quando vi que assim que aquela arruma de adolescentes saíram e meus pais entraram.

  O clima que era antes, leve e divertido, se tornou estranho e sufocante...

   — Como você se sente, [nome]? — O primeiro a quebrar o silêncio fora meu pai. Ele nunca foi muito interessado pelas coisas relacionadas a mim. Sempre muito egocêntrico; quase cheguei a pensar que ele não sabia falar algo que não fosse relacionado a ele, ou sua carreira ou mesmo aparência.

  — Estou um pouco atordoada, somente... — murmurei encarando os se aproximarem.

  Sentaram-se às cadeiras em frente a cama e começaram a perguntar como eu me sentia, se eu precisava de alguma coisa, coisas desse tipo. Isso me deixava desconfortável, até porque é um comportamento incomum deles...

  — Vocês vão ficar por quanto tempo? — Inconscientemente usei um tom mais ríspido, fazendo parecer com que não quisesse que eles ficassem. Eles se entreolharam antes de me dar a resposta.

𝐅𝐨𝐫𝐚 𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨𝐥𝐞, Sano ShinichiroOnde histórias criam vida. Descubra agora