IMAGINE (SSSRAG) || Pink Blood

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|| Gênero: horror, drabble;

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|| Gênero: horror, drabble;

Prompt: A verdadeira arte é só um reflexo dos sentimentos de quem a contempla e, após ter contemplado uma das mais belas pinturas de sua vida, Montel Florence se vê preso à necessidade de consumir.

Tags: Uso de uma figura tipicamente associada ao feminino para se referir ao leitor; pré O Segredo Na Ilha; menções à um pequeno spoiler de OSNI; Montel sendo um péssimo pai; menções não diretas à Amelie; menções à sangue.

Uso de pronomes femininos para se referir ao leitor.||










Ela era um deleite aos olhos, uma verdadeira obra de arte.

- Belíssima. - Sussurrou.

Sendo um analista de quadros, Montel Florence gastou boa parte de sua vida vendo as mais variadas pinturas - onde foram usados diversificados tipos de materiais -, mas nunca, nunca viu alguma que o deixasse tão sem palavras quanto quando ele a viu.

- Perfeita.

O quadro era pequeno e diferente dos outros que o Constantino havia pintado - possivelmente não era dele, o patriarca supôs, porém os traços eram parecidos -, mas era tão belo e bem detalhado quanto. Sua paleta de cores eram quentes, tons pastéis, e a figura ali representada não lembrava de forma alguma as pessoas em tons frios e fantasmagóricos que o Moretti costumava representar em seus quadros: Uma mulher, de olhos fechados e expressão tranquila, usando vestido longo de cor rosa claro estirada sobre um sofá bege, enquanto um livro recaía confortavelmente em seu tórax e o sol de fim de tarde iluminava a pouca pele exposta.

Quem o teria pintado? Montel se perguntou. Não havia assinatura alguma, apenas o nome do quadro em si gravado na moldura de madeira: [Nome]. Esse era o nome dela? [Nome]. O Florence testou falar em voz alta e soava belo, estranhamente suave, como se o mais doce e fresco mel deslizasse pelos seus lábios.

Montel, curioso, passou cuidadosamente os dedos trêmulos pela superfície da pintura. A tinta parecia fresca e fazia a ponta de seus dedos formigarem, enquanto uma sensação estranhamente calorosa começava a preencher seu peito. Consuma, ele pensou inconscientemente. Sinta. Os dígitos passaram levemente sobre o rosto da mulher, sentindo a maciez de sua pele, o calor suave vindo das bochechas, como se ela estivesse envergonhada pelo toque repentino.

Perfeita. [Nome] carregava tranquilidade em sua expressão adormecida e o analista queria aquilo, tanto o sentimento quanto aquela mulher. Talvez fossem seus instintos primais lhe dizendo para toma-la para si, talvez fossem a ponta de seus dedos que formigassem demais ou até mesmo fosse o calor insuportável que preenchia o seu peito e a boca do estômago, mas algo o incentivou a mover seus lábios até a boca daquela mulher. E, por Deus, ele pode jurar que ela o beijou de volta e que mãos gentis enrolaram-se em seus fios grisalhos.

Montel Florence sentiu a verdadeira arte, ela era a verdadeira arte: consumindo seus sentidos, seu ágape, eros, corpo e alma, cobrindo seus olhos com uma escuridão infinita enquanto o gosto intoxicante do seu beijo e da tinta contaminavam todo seu ser. O gosto metálico em sua boca sufocava seus pulmões, mas a doçura da língua da mulher era tudo que importava.

Ele era um verdadeiro artista com [Nome] em seus braços e nada além daquilo era real, além dela. O sangue mesclado à tinta rosada e fresca que escorria pelos cantos de seus lábios não era real, as veias pulsantes que cobriam a região de seus olhos não era real e o chamado baixinho de seu erro mais velho do outro lado da porta do seu escritório não era real.

Ela era tudo que importava e Montel a traria para fora daquela moldura custe o que custasse.





















|| Eu não sei porquê, mas esses dias tive a necessidade de escrever alguma coisa com o Montel porque sim, então .

Véio doido, eu hein ||

A Ordem Paranormal - ImaginesOnde histórias criam vida. Descubra agora