IMAGINE (SSSRAG) || Devil in Desguise

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|| Gênero: mini conto de terror, canônico divergente;

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|| Gênero: mini conto de terror, canônico divergente;

Prompt: Nada melhor do que jantar acompanhado de uma figura linda e misteriosa vestindo vermelho... ou pelo menos era isso que Daniel Hartmann pensava.

Tags: pré Ordem Paranormal; mini spoiler das temporadas seguintes; inspirado na música "Devil in Desguise" do Elvis Presley; o leitor usa um vestido.

Uso de pronomes femininos para se referir ao leitor.||













Daniel suspirou irritado enquanto riscava, pela milésima vez, as palavras-chave que poderia usar em seu próximo conto.

O restaurante simples em que se encontrava funcionava até de madrugada e era perto de sua casa, um local perfeito para ir quando se estava com fome, com preguiça de cozinhar ou precisava de um clima assustador e mortalmente silencioso para escrever um conto de terror - os três casos se aplicavam à ele, é claro. Embora o ambiente fosse propício para que algum fenômeno paranormal acontecesse - a luz que piscava em alguns momentos, o vidro balançando graças à ventania, as ruas vazias... -, o loiro achava aquele lugar estranhamente reconfortante e inspirador para que suas ideias e sua criatividade fluíssem, mas nada saía naquela noite. Tentou diversas vezes escrever algo, mas as ideias foram sendo descartadas - uma a uma - sempre parecendo clichês demais ou não agradando ao homem.

Daniel bebericou o copo de água ao lado de seu caderno de bolso após soltar um suspiro frustrado. Esse sentimento de impotência, essa angústia de querer e precisar escrever algo o irritava profundamente, mas não tinha outra escolha. Era isso ou continuar sem dinheiro. O Hartmann precisava colocar as ideias no papel, mas não haviam ideias para serem escritas.

Outro suspiro irritado. Buscando inspiração no ambiente ao seu redor, viu que havia outro cliente no estabelecimento: uma mulher, sentada em uma mesa perto da que o escritor se encontrava. Quando ela chegou ali? Daniel não escutou nenhum som.

- Noite difícil? - Ela perguntou com uma voz suave - Imagino que seja, afinal, ninguém que esteja bem vem à um restaurante desses no meio da madrugada.

O Hartmann deu de ombros, não respondendo de fato a mulher. Ela sorriu.

- Então, você não está bem? - Daniel perguntou curiosamente, embora não quisesse conversar de fato.

- Nah - Ela respondeu em um tom blasé, a mão acenando no ar como se espantasse uma ideia dessas - Gosto desse clima da madrugada. A solidão, o ar frio e o silêncio. Permite que a gente pensa coisas que normalmente não passaríamos à luz do dia ou da noite.

- Ainda é noite.

Ela soltou um riso anasalado.

- É, ainda é. - Virou-se para o homem, permitindo uma visão melhor de si própria para ele - Sou [Nome].

Vermelho. Foi a primeira coisa que Daniel pensou e percebeu quando a viu de corpo inteiro. Seu vestido, vermelho e com alças finas, não parecia ser muito longo, chegando até um pouco depois do joelho, enquanto que um par de chinelos brancos ocupavam os pés dela. Os olhos, cobertos por uma névoa, tinha uma aparência leitosa. Cega, ele percebeu.

- Lucas. - Sua voz sequer hesitou ou fraquejou diante da mentira. - Muito prazer.

- Oh, o prazer é todo meu! - Ela tinha um sorriso aberto, revelando toda a fileira de dentes - Servido? - Ergueu uma garrafa de vinho branco.

- Não... Não, obrigado. - O ruivo ergueu seu copo d'água, mas logo se xingou internamente, dando-se conta de que ela não enxergaria - Eu não sou muito chegado em álcool.

- Eu também não, ironicamente - [Nome] riu baixinha e Daniel não pode deixar de pensar o quanto aquela risada era bonita -, mas hoje é um dia especial: consegui ler um livro inteiro em braile!

- Ah, parabéns! - O Hartmann bateu palmas, genuinamente feliz por ela - Qual o livro? Se não for muito invasivo da minha parte da perguntar, é claro.

‐ Não me lembro muito bem do título, confesso, mas era um livro de contos de terror.

O homem engoliu em seco, mas sua expressão continuava neutra diante do olhar vago e a íris nebulosa de [Nome]. Não poderia ser ele, poderia? Por via das dúvidas, não era. Daniel Hartmann escrevia contos de terror, não o Lucas. Lucas tinha uma vida normal, com um emprego normal.

- Jura? Não gosto muito de terror.

- Ah, eu adoro! - Deu uma risadinha - Então, hoje o vinho é liberado, mesmo que só pouquinho.

Uma música soava no rádio perto da entrada da cozinha e, embora chiasse bastante, Daniel reconheceu a voz de Elvis Presley em um instante. A canção era animada e parecia ter aquele típico gingado de música antiga feita para dançar, mas partes específicas dela faziam com que um arrepio corresse por toda a espinha do ruivo - por algum motivo -. [Nome], por sua vez, parecia gostar dela, cantando junta e animadamente do homem enquanto mexia o corpo de um lado para o outro à cada nota.

Disfarçadamente - embora não fosse preciso -, o Hartmann rabiscou "A mulher de vermelho" escrevendo "succubus(?)" logo abaixo. Satisfeito com o pequeno progresso que havia tido, ergueu o olhar para a moça mais uma vez, não a encontrando lá. Confuso, o homem olhou de um lado para o outro, mas não encontrou nenhum sinal dela se não um pequeno cartão preto sobre a mesa em que estava.

Canadense. Condomínio Azul, 27.

- Acho que encontrará uma boa inspiração para o seu livro, meu caro Daniel Hartmann. - A voz suave da moça disse atrás dele.

Virando-se outra uma vez, não viu nada lá se não a impressão de ter visto um rastro vermelho escuro passando pelo canto de seu olho.
























































Longe do restaurante, uma mulher caminhava lentamente em direção à uma uma rua escura. A saia de seu vestido balançava levemente pela brisa que corria lá fora enquanto inúmeras tatuagens de escrita era reveladas, pouco a pouco, cobrindo seu corpo. Seu olhar, agora malícioso, era fixo ao horizonte. A desconjuração vai acontecer, ela pensou satisfeita. Kian irá retornar em breve.






































|| Eu escrevi esse capítulo em março de 2021. Na época pensei que fosse muito bom e tals, hoje eu duvido da minha capacidade de escrever porque pqp... Não gostei, mas não vou deixar de postar porque eu não gastei tempo com essa merda atoa e eu não sou otária ||

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