PRÓLOGO 2

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Anastácia

As lágrimas caíram do meu rosto e pingaram na mesa.

Sequei rapidamente, passando as costas das mãos nas bochechas.

Virei minha cadeira da escrivaninha para o espelho, tentando deixar

meu rosto apresentável, não de uma garota boba que estava

chorando porque as pessoas eram más. Eu não aguentava mais ser fraca e me importar com a zoação.

Ouvi uma batida na porta e fingi estar estudando quando papai

enfiou a cabeça dentro, olhando antes de entrar completamente. Ele parou contra a parede, as mãos enfiadas nos bolsos.

- Sua mãe disse que comeu pouco e logo se trancou no

quarto.

- Tenho que estudar. - Dei de ombros, sem encará-lo. -

Teve um bom dia de trabalho hoje?

- Foi bom, cheguei em casa para ficar com as minhas

meninas favoritas e não encontrei todas elas na sala de jantar. Não

vai comer conosco?

- Perdi a noção do tempo aqui dentro. - Guardei minhas

canetas no estojo e fiquei de pé. Papai seguia no mesmo lugar, com

o olhar de amor e compreensão que me deixava maluca de raiva. -

Não quero falar sobre isso.

- Sobre o quê?

- Sobre o meu rosto inchado. - Fiz um pequeno beicinho.

Papai riu e me abraçou. Foi o suficiente para que eu voltasse a

chorar. Não precisava dizer que ainda estava sendo perseguida

pelas garotas populares, que tive chiclete grudado no meu cabelo e um pouco de tinta no meu armário.

Estava muito difícil me adaptar a uma escola americana e

principalmente, tentar me enturmar. Meus pais receberam uma excelente promoção na empresa que trabalhavam, então nos mudamos de Londres para Nova Iorque. Deixar minha casa, meus amigos e nossos parentes foi difícil, porém, estava sendo muito mais complicado lidar com as diferenças culturais.

O sotaque era motivo de piada, o aparelho nos dentes, o

cabelo longo e claro... nada combinava com os óculos de armação

preta fundo de garrafa.

Meu rosto era pequeno devido ao meu baixo peso, com isso,

não havia armações bonitas para o nível do meu grau. As garotas

eram cruéis com quem não se encaixava no perfil de gostosa em um uniforme de líder de torcida. Faltava tudo: peito, bunda, coxas...

elas disseram que meus joelhos ossudos assustariam os

torcedores.

Eu dancei bem, mas fui escolhida para ser a mascote do time.

Meu corpo magricelo como o de uma criança não era bom o

suficiente.

Não reclamava porque meus pais estavam felizes, morávamos

em um ótimo apartamento duplex, em um dos melhores bairros e eles finalmente estavam sendo reconhecidos em suas pesquisas.

Eram médicos pesquisadores, dedicaram a vida para os estudos e para dar a melhor vida para minhas irmãs e eu.

Fui jantar com minha família e eles me fizeram sentir amada,

acolhida, ali era meu lugar de paz e refúgio. Depois que lavei a

louça com minha irmã mais velha, me despedi. Meu quarto estava

aberto e em cima da cama, uma caixa com um laço bonito em cima.

Peguei e abri. Dentro havia um caderno de couro, com folhas

pautadas meio amareladas e uma caneta de ponta fina. A nota dizia:

"Toda grande mulher tem a sua história registrada. Uma grande

jornalista saberá o momento certo de guardar suas notas. Com amor, papai e mamãe".

Continua...

Anastacia modelo

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Anastacia modelo

Raymond pai da Anastácia

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Raymond pai da Anastácia

Raymond pai da Anastácia

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Carla mãe da Anastácia

Aline Irmã mais velha da Anastácia

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Aline Irmã mais velha da Anastácia

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