Anastácia
As lágrimas caíram do meu rosto e pingaram na mesa.
Sequei rapidamente, passando as costas das mãos nas bochechas.
Virei minha cadeira da escrivaninha para o espelho, tentando deixar
meu rosto apresentável, não de uma garota boba que estava
chorando porque as pessoas eram más. Eu não aguentava mais ser fraca e me importar com a zoação.
Ouvi uma batida na porta e fingi estar estudando quando papai
enfiou a cabeça dentro, olhando antes de entrar completamente. Ele parou contra a parede, as mãos enfiadas nos bolsos.
- Sua mãe disse que comeu pouco e logo se trancou no
quarto.
- Tenho que estudar. - Dei de ombros, sem encará-lo. -
Teve um bom dia de trabalho hoje?
- Foi bom, cheguei em casa para ficar com as minhas
meninas favoritas e não encontrei todas elas na sala de jantar. Não
vai comer conosco?
- Perdi a noção do tempo aqui dentro. - Guardei minhas
canetas no estojo e fiquei de pé. Papai seguia no mesmo lugar, com
o olhar de amor e compreensão que me deixava maluca de raiva. -
Não quero falar sobre isso.
- Sobre o quê?
- Sobre o meu rosto inchado. - Fiz um pequeno beicinho.
Papai riu e me abraçou. Foi o suficiente para que eu voltasse a
chorar. Não precisava dizer que ainda estava sendo perseguida
pelas garotas populares, que tive chiclete grudado no meu cabelo e um pouco de tinta no meu armário.
Estava muito difícil me adaptar a uma escola americana e
principalmente, tentar me enturmar. Meus pais receberam uma excelente promoção na empresa que trabalhavam, então nos mudamos de Londres para Nova Iorque. Deixar minha casa, meus amigos e nossos parentes foi difícil, porém, estava sendo muito mais complicado lidar com as diferenças culturais.
O sotaque era motivo de piada, o aparelho nos dentes, o
cabelo longo e claro... nada combinava com os óculos de armação
preta fundo de garrafa.
Meu rosto era pequeno devido ao meu baixo peso, com isso,
não havia armações bonitas para o nível do meu grau. As garotas
eram cruéis com quem não se encaixava no perfil de gostosa em um uniforme de líder de torcida. Faltava tudo: peito, bunda, coxas...
elas disseram que meus joelhos ossudos assustariam os
torcedores.
Eu dancei bem, mas fui escolhida para ser a mascote do time.
Meu corpo magricelo como o de uma criança não era bom o
suficiente.
Não reclamava porque meus pais estavam felizes, morávamos
em um ótimo apartamento duplex, em um dos melhores bairros e eles finalmente estavam sendo reconhecidos em suas pesquisas.
Eram médicos pesquisadores, dedicaram a vida para os estudos e para dar a melhor vida para minhas irmãs e eu.
Fui jantar com minha família e eles me fizeram sentir amada,
acolhida, ali era meu lugar de paz e refúgio. Depois que lavei a
louça com minha irmã mais velha, me despedi. Meu quarto estava
aberto e em cima da cama, uma caixa com um laço bonito em cima.
Peguei e abri. Dentro havia um caderno de couro, com folhas
pautadas meio amareladas e uma caneta de ponta fina. A nota dizia:
"Toda grande mulher tem a sua história registrada. Uma grande
jornalista saberá o momento certo de guardar suas notas. Com amor, papai e mamãe".
Continua...
Anastacia modelo
Raymond pai da Anastácia
Carla mãe da Anastácia
Aline Irmã mais velha da Anastácia
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COMO SE CASAR COM SEU PRINCIPE
FanfictionAdptação dos personagens 50 tons CRISTHIAN não acreditava que encontraria um amor e se recusava a ter um casamento de conveniência. Em sua posição como príncipe herdeiro, era cobrado diariamente por matrimônio e filhos. Ele preferia viver só do que...