Anastacia
— Escolha uma carta — Adriana pediu, segurando o baralho. —
Eu vou te dizer qual escolheu sem olhar — garantiu. Aline, que
estava dobrando as roupinhas das minhas meninas, tentou espiar
pelo ombro dela e riu.
— Desde quando está tentando fazer mágica?
— Desde agora, anda. Escolhe! — Ela estalou a língua.
— Alguém já te disse que é muito impaciente? — Puxei uma e
escondi. — Se vira para descobrir qual é agora.
Kim ficou confusa quando falou que era uma e eu revelei outra,
quis começar o truque do zero, lendo as instruções. Sorri para seu
embaraço e irritação. Ela odiava perder. Aline tentou ajudá-la e
começaram uma pequena discussão, que mamãe encerrou logo que
entrou no quarto com um copo de suco para mim. Finalmente tive
alta, minhas filhas ainda estavam na barriga e pude passar os
últimos dias com minha família.
Estava com trinta e oito semanas, de repouso, aguardando o
momento em que minhas pequenas gostariam de nascer. Fiz
questão de estar com eles, porque não puderam passar muito
tempo no hospital e sofreram longe de mim. Os protocolos de
segurança não puderam ser quebrados porque foi uma tentativa de
assassinato. Não havia nenhuma outra desculpa que ela pudesse
dar para dizer que não tentou me matar.
Ser empurrada da escada em uma condição normal poderia
me machucar seriamente, mas grávida, pela graça divina não foi
letal e minhas filhas estavam bem. Tivemos vários dias depreocupação, sentia tanta dor que não aguentava respirar e chorava
de medo. Tentei ser forte e em outros momentos só quis deitar com
Cristhian, porque não havia nada além dos braços dele para me
trazer conforto.
— Sua bolsa maternidade está pronta — Aline anunciou com
alegria.
— Você fez isso tão rápido! Charlotte e eu lemos a lista trinta
vezes e nos atrapalhamos em todas elas. — Sorri e olhei para
minha cunhada no canto da sala, sentada no chão com meus
sobrinhos e Moana. A cadela estava de barriga para cima e os
meninos faziam carinho. — Eles vão adorar ter um cachorro.
— Só se eu puder colocar uma coleira neles, também — Aline
murmurou com um sorrisinho. — Deixe-me conversar com minhas
meninas. — Sentou na ponta e se inclinou. — Façam muita bagunça
porque eu não posso ser a única mãe louca nessa família.
— Eu acho que serei uma mãe bem doida. — Arrastei minha
mão pela ondulação que Gail fazia. — Minha barriga não parece
grande o suficiente com essas duas aqui. Elas chutam e vejo
estrelas. Acho que não serão muito quietas.
— Confesso que já vi grávidas bem maiores e sua barriga ficou
menor do que a minha com um só, essa merda é bem injusta.
— Você ficou com a barriga enorme porque engordou quase
trinta quilos. — Adriana adicionou atrás de nós e soltei uma gargalhada
com a expressão ofendida de Aline. — Não teve nada a ver com o
tamanho do bebê.
— Alguém já te disse que é uma vaca?— Senhoras? — mamãe chamou a atenção de novo. —
Estamos com algum problema hoje?
— Nenhum, mãe. — Falamos juntas.
Cristhian se aproximou com um sorriso. Ele adorava ver Adriana
sendo castigada. Sentou ao meu lado e imediatamente me refugiei
em seus braços. Ganhei beijos e muito carinho, tudo que precisava.
Meu pai parecia em uma conversa incrível com meu sogro. Ethan e
Grace jogavam xadrez, um movimento civilizado onde ela estava
tentando. Nós não nos falávamos, mas decidimos ficar perto uma da
outra, em paz, para o bem da família.
Eu não tinha grandes ressentimentos com ela, porque quando
inventou a história toda da Priscila, não sabia da minha existência.
Quando fomos apresentadas, seu doce jeito de ser não me
conquistou, muito pelo contrário. Soubemos que o retorno de
Priscila ao palácio se deu por uma pequena chantagem que Grace
cedeu, por medo de uma nova história explodir e Cristhian acreditar
que ela ainda estava tentando juntá-los.
Prometeu à família Lancaster que encontraria um marido bem-
conceituado para Priscila e assim, eles puderam estar ali com a
entrada garantida para executar mais um dos planos baixos.
Fizeram parecer que Cristhian e ela estavam em um caso,
queimando a imagem dele como chefe de Estado, não sendo mais o
príncipe herdeiro em quem todos confiavam pela índole. Enquanto
isso, Lord Neelson continuaria causando estragos na opinião pública
sobre nós.
Eu não diria que Grace mudou. Ninguém muda se não
acreditar no erro. Ela aceitou que o casamento era mais importante
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COMO SE CASAR COM SEU PRINCIPE
FanfictionAdptação dos personagens 50 tons CRISTHIAN não acreditava que encontraria um amor e se recusava a ter um casamento de conveniência. Em sua posição como príncipe herdeiro, era cobrado diariamente por matrimônio e filhos. Ele preferia viver só do que...