CAPITULO 11

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Anastácia

Acordei com o som da campainha e saí da cama muito
confusa, mal havia dormido, acabava de retornar da viagem à Itália,
que foi muito exaustiva. Com sono, fui trombando pelo apartamento
até a porta de entrada, onde o porteiro aguardava com cinco
entregadores, cada um deles segurando dois vasos enormes de
rosas brancas. Sem entender direito, deixei que entrassem para que
colocassem tudo na mesa para mim.
Eles entregaram tudo, pediram uma assinatura e deixaram um
envelope ornamentado muito bonito próximo de um dos vasos. Meu
apartamento parecia uma floricultura. Era lindo. Curiosa sobre a
marca que havia me mandado flores, fiquei completamente surpresa
ao descobrir que eram de Cristhian. Em sua mensagem, me
desejava um bom retorno e que estava ansioso para me ver.
— Eu odeio que você seja tão fofo — falei sozinha. Como iria
proteger meu coração dele?
Era certo que não passaríamos de encontros diversos e
divertidos. Tudo que não precisava era me apaixonar e o pior de
tudo, Cristhian não tinha noção do que estava fazendo. Ele não me
passava a energia de conquistador, apenas queria me agradar e me
fazer feliz, era algo da natureza dele. E eu adorava me sentir tão
paparicada.
Foi uma viagem exaustiva. Mal tive tempo para comer, acabei
perdendo peso ao ponto de não conseguir treinar. Felizmente, tanto
os desfiles, como as provas de roupas e as fotos, ficaram perfeitas.
Tiraria uns dias só para comer, cuidar do meu corpo, descansar e
organizar minha agenda de trabalho. Minha tia meio que deu uma

limpada para que eu pudesse me reconectar com a escrita. Fui
convidada para escrever uma coluna sobre lifestyle e moda para
uma grande revista, eles até me acompanhariam um dia inteiro.
Tirei umas fotos das flores e mandei para Cristhian,
agradecendo. Ele me ligou quase que imediatamente.
— Bom dia. Já está em Londres?
— Olhando para a janela do escritório e imaginando a sua
reação ao receber as flores.
— Como está o evento da sua irmã?
— Começará em trinta minutos. Estou aqui para representar
Rainland, ou eu estaria aí, tirando sua roupa e fazendo coisas mais
divertidas.
— Amei as flores e amaria ainda mais comemorar o
recebimento delas montando em você.
— Hoje à noite. — Ele soou rouco, cheio de desejo.
— Sem falta — prometi.
Por trinta dias, ele foi a única pessoa que me fazia largar tudo e
pegar meu telefone. Marc percebeu o quanto fiquei distraída em
algumas fotos, querendo saber se uma nova mensagem havia
entrado. Eu passei várias noites acordada, em chamadas de vídeo
com ele. Nem sempre era uma conversa picante e sexo, a maior
parte, foi conhecendo o homem incrível que ele era. Tão doce,
educado, cheio de bons pensamentos e um desejo de fazer a
diferença através do próprio nome.
Um príncipe da cabeça aos pés. Íntegro e amoroso com o país,
que também tinha seus momentos de irritação e aparecia exausto
da maratona de trabalho. Ele amava filmes nerds, tinha coleção de

quadrinhos e se ofendia de verdade com qualquer piada sobre o
que gostava. Leu alguns dos meus escritos e me orientou em
trechos, sendo muito bom com coesão e ortografia.
Ele disse que eu colocava minhas emoções nos textos, algo
que meus professores tentaram tirar a todo custo. Quando era sobre
os trabalhos da universidade, conseguia me concentrar e sair ilesa
nas notas. Toda vez que escrevia o que estava no meu coração, era
sobre minhas emoções correndo por todo lado e sendo eternizadas
em um papel.
Organizei as flores pela casa e segui a minha rotina pós
viagem, me preparando para a noite. Adriana me ligou, me enchendo o
saco sobre tirar minhas próximas férias em Rainland. Faltavam
quase oito meses e ela já queria se organizar. Entendia que, ao
planejar uma expansão no bar e vários eventos para atrair clientes,
ela gostaria de ter certeza de que me daria toda a atenção.
Seria infinitamente mais fácil se a minha família inteira morasse
no mesmo país, assim não precisaríamos de tanta logística para nos
vermos.
— Eu prometo que irei pensar.
— Aceito dividir sua atenção aqui com o príncipe gostoso —
ela brincou e ao fundo podia ouvir os copos batendo.
— Em oito meses? Claro que não estaremos juntos até lá!
Talvez sejamos amigos, porque imagino que poderemos ter uma
longa amizade, mas sabe das consequências.
Adriana estalou a língua, completamente insatisfeita com a minha
linha de pensamento.

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