Anastácia
Todo mundo brincava sobre os nossos nomes, por serem
parecidos com a escolha de uma matriarca de uma família muito
famosa de reality shows, mas mamãe sequer as conhecia até o dia
em que mostramos. Ela escolheu nossos nomes quando conheceu
meu pai. Fizeram uma lista de nomes de meninas e outra de
meninos, com dois meses de namoro.
Seria impossível encontrar um amor tão certo quanto o dos
meus pais. Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar e a sorte
das irmãs Stelle não parecia muito boa quando o assunto era
homens. Apesar da minha independência na vida, eu era um pouco
retraída sobre o sexo masculino de modo geral. Tive poucas
oportunidades de me relacionar e nunca tive o real interesse de me
envolver, porque era difícil encontrar alguém que aceitasse minha
vida louca.
Ser modelo não duraria para sempre. Estava aproveitando
enquanto ainda era jovem, com o rosto sem retoques de botox e o
corpo em dia. Tinha o padrão certo, quase saindo do peso ideal
porque não era mais tão magra, apenas servia na modelagem e
mantinha meu corpo com os músculos trabalhados para ficar dentro
do que exigiam. Embora eu não concordasse com a pressão
estética, sabia que não ganharia tanto dinheiro fazendo outra coisa.
Sempre quis me sentir bonita, para curar o buraco que abriram
zoando minha aparência. Estar nas passarelas por muito tempo foi
como um afago ao meu ego que precisava de muita terapia. Eu
busquei me tratar, claro. Mas ainda precisava do dinheiro, seguindomeu plano de carreira financeiro para poder me dedicar a outros
projetos em um futuro não tão distante.
Adriana estava em cima de um freezer industrial quando
chegamos. Aline e eu soltamos as malas e gritamos, dando um
abraço de irmãs.
— Minhas favoritas acabaram de chegar! — Ela gesticulou
para as garçonetes. — Olha só, gente! Minhas irmãs! Ai, meu Deus!
Nem acredito que estamos juntas novamente!
— Uau! O que fez com o seu cabelo? — Aline segurou as
pontas, maravilhada.
— As mechas coloridas ficam incríveis na luz negra e chamam
a atenção dos clientes à noite!
Quando ela comprou o bar, morou por um tempo no
apartamento de cima, mas ele se tornou um local de descanso,
escritório e a outra parte, um depósito. Nós deixamos nossas coisas
ali enquanto ela precisava organizar tudo para a noite. Aline e eu
acabamos sentadas no bar, bebendo drinques que estavam sendo
testados para o novo menu, comendo salgadinhos industrializados e
falando alto. Adriana aparecia de tempos em tempos, prometendo que
nos daria atenção logo que se livrasse de alguns fornecedores.
— Você viu aqueles homens lá fora? — aline arregalou os
olhos e eu girei no banquinho, com meu canudinho na boca. Hum…
nossa. Simplesmente… uau! — Esse país produz homem gostoso
em massa?
— São os guardas reais. Alguns só ficam bonitos de uniforme,
mas tem outros que são uma delícia — a garçonete perto de nós
comentou. — Estão fechando as ruas para o torneio nacional. Aparte principal é aqui, na capital, mas os jogos são espalhados pelo
país. Acontece a cada dois anos. É de muita importância, porém, é
chato. Eles fazem verificações de segurança nos estabelecimentos
e tiram as vendinhas locais.
— Vamos assistir, certo? — lina me cutucou com um pouco
mais de força que o usual, derramando meu drinque e eu ri. —
Preciso parar antes que comece a passar vergonha.
— Só vou segurar seu cabelo e filmar para quando seus filhos
estiverem adolescentes, descobrirem que a mamãe não sabe beber.
— Ergui meu telefone e tirei uma foto. Ela estava com o cabelo
castanho claro para todo lado, as sobrancelhas bagunçadas e a
roupa torta.
— Eu sabia. Eles me fizeram desacostumar. Ficaram
pendurados nos meus peitos por anos. — Revirou os olhos. —
Quando for mãe, vai entender.
— Vai ser difícil engravidar por aqui. Para isso, precisa de sexo
e eu não faço um satisfatório desde a faculdade. Não consegui sair
com muitos depois que me formei. Um encontro chegou até os
amassos e outro foi beijo na porta. — Soltei um suspiro,
decepcionada com a minha vida amorosa fracassada. — Eu esqueci
de ligar para os dois. Até mandaram mensagem, mas estava
ocupada com as fotos e viajando.
— Sua carreira está no auge, o mundo te conhecendo, talvez
não seja o momento.
— Não quero ser modelo para sempre. Quero ter um nome, me
estabelecer como alguém confiável e formadora de opinião antes de
fazer essa transição de carreira. Até lá, vou juntando dinheiro. —
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COMO SE CASAR COM SEU PRINCIPE
FanfictionAdptação dos personagens 50 tons CRISTHIAN não acreditava que encontraria um amor e se recusava a ter um casamento de conveniência. Em sua posição como príncipe herdeiro, era cobrado diariamente por matrimônio e filhos. Ele preferia viver só do que...