Capitulo 15

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Anastácia

Londres.

Por uma semana, eu apenas segui o fluxo. Não atendi mais
meu telefone e depois de contar tudo para a minha tia, recebi dela
um aparelho provisório, só para que não ficasse incomunicável e
trabalhamos em alerta para que eu não fosse reconhecida. Não
queria falar sobre Cristhian, muito menos com ele. Em algum
momento, teria que agir como uma mulher adulta e enfrentá-lo, mas
eu não queria porque nem toda terapia do mundo parecia ter curado
a garota que foi alvo de risadas no ginásio da escola.
Prometi que assim que me acalmasse, pegaria o telefone e
ligaria para ele. No fundo, essa cortesia, ele não merecia, mas era
por mim. O encerramento que precisava. Minha mãe me perguntou
se Cristhian não tinha o direito de se explicar, de dar o lado dele da
história e Aline concordou, mas Drica me apoiava em estar com raiva
e respeitar meu tempo.
Talvez não fosse completamente culpa dele o fato de eu ser
insegura e surtada, mas não faltaram oportunidades para que ele
me contasse sobre Priscila, até mesmo se estava considerando
casar com ela por ser perfeita para o papel de princesa. Eu não me
encaixava na vida dele, sempre soube daquilo, só merecia um
pouco de consideração em ser comunicada.
— Você está bem hoje? — Tia Evelyn entrou no meu
apartamento com a chave que tinha e me encontrou deitada no
sofá. — A dor de cabeça diminuiu?
— Um pouco. Dormi melhor essa noite. Trouxe o teste?

— Sim, basta fazer, tirar a foto e vamos mandar anexo ao
contrato. Se eles insistirem, faremos um de sangue por formalidade.
— Ela me entregou o pacote.
Aproveitei que estava com vontade de fazer xixi e fui para o
banheiro. Meu apartamento estava um reflexo da minha vida, uma
confusão e todo bagunçado. Minha aparência era de quem estava
sem pentear o cabelo, com o rosto pálido e os olhos inchados. Tudo
que fazia era chorar e dormir. Sempre fui do tipo que aproveitava
qualquer oportunidade para dormir, mas ultimamente estava além
do normal.
Ignorei o espelho, o pijama que não estava nada agradável e
fiz xixi em todos os potinhos, colocando os bastões dentro. Me
limpei, lavei as mãos e aproveitei o tempo de espera para escovar
meu cabelo e tentar parecer um pouco mais normal. Assim que
terminei, guardei tudo na minha bolsa de mão, porque tinha
planejado tirar uns dias na cabana e melhorar.
Recolhi tudo e olhei para os testes.
— O quê?
Agarrei as caixas e fui diretamente na legenda.
Porra, não.
— Eu não acredito nisso — sussurrei com o coração
acelerado.
Coloquei a mão na minha boca e me encarei no espelho, ainda
mais pálida e parecendo que ia desmaiar. Olhei os testes e meus
dedos tremiam.
— Ana, amor! Está tudo bem aí dentro? — Tia Evelyn bateu
na porta.

Abri.
— Acho que o contrato precisará ser cancelado. E todos os
outros também — sussurrei, me sentindo gelada. Encostei na
soleira para não cair.
Ela ficou confusa.
— Do que está falando, querida?
Entreguei a ela os testes e passei direto para a minha cama,
sem acreditar ou conseguir explicar que estava grávida. Todos
deram positivo. Abracei minhas pernas, ouvindo minha tia falar que
estava tudo bem, poderíamos nos reunir com calma depois, o
importante era marcar uma consulta médica o mais rápido possível
para fazer todos os exames necessários.
— Vá para a cabana e eu te encontro lá com seu tio, você
precisa sair desse apartamento e ficar bem. Gravidez não é o fim do
mundo. Muitas modelos fazem pausas na carreira para terem filhos
e depois retornam normalmente. — Ela abaixou na minha frente. —
Sei que está triste, confie em mim, vai ficar tudo bem.
— Eu sei. Realmente quero ir para o campo e colocar minha
cabeça no lugar. Agora, mais do que nunca, vou precisar ligar para Cristhian.
Eu estava tremendo. Olhei novamente para os testes, sem
acreditar que estava grávida. Não sabia quanto tempo, nós usamos
camisinha, fomos cuidadosos e definitivamente não planejamos.
Sem conseguir me mover, tia Evelyn arrumou minhas coisas que
faltavam. Eu tinha mesmo que sair, o apartamento estava com uma
dedetização agendada e em seguida, havia uma viagem planejada

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