Capitulo 8

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Anastácia

Espreguicei-me na cama, esticando os músculos e senti a
dorzinha pós movimentos que não estava tão acostumada a sentir.
Sentei-me, sem acreditar no quanto fui deliciosamente bem fodida
na noite anterior. O encontro começou bem, desenvolveu para ótimo
e terminou incrível. Dormi até quase a hora do almoço, meu telefone
estava cheio de mensagens, respondi as das minhas irmãs,
informando que estava bem e o encontro havia sido perfeito.
Não conseguia começar meu dia sem tomar banho, talvez por
estar muito acostumada em me preparar antecipadamente para
ensaios. Depois de trocar os lençóis e vestir uma roupa confortável,
arrumei a cozinha, lavando a louça e deixei a cabana organizada
novamente. Cristhian me convidou para um passeio no final da tarde
prometendo que, daquela vez, iria me surpreender com o jantar.
Fiquei animada. Talvez não devesse ficar tão empolgada com
encontros casuais, afinal, nossas vidas não pertenciam ao mesmo
mundo. Fora da minha cabana, ele era um príncipe com deveres
reais, um governante ativo para seu país e eu, uma modelo, que
estava no auge da carreira e sendo conhecida mundialmente. Mas,
para curtir, a química entre nós era perfeita.
Cresci assistindo filmes da Disney, mas não necessariamente
acreditando em contos de fadas. Cristhian era um príncipe de
verdade e eu não era uma princesa. Com o pensamento de que
meus pés estavam no chão para nossa realidade, me arrumei,
esperando-o chegar para me buscar. Escolhi um vestido preto com
flores vermelhas, meu par favorito de tênis brancos para ficar
confortável e um chapéu que ornava com toda a roupa.

Separei a garrafa de vinho que havia sobrado do dia anterior,
as frutas e o chocolate. Cristhian era pontual. Ele estacionou em
frente à cabana e saiu do carro, segurando flores novamente. Dessa
vez, pareciam mais arrumadas do que as do dia anterior. Abri a
porta antes que batesse.
— Olá, linda. — Ele passou o braço por minha cintura e me
puxou para si. — Pronta para o nosso jantar de hoje?
— Prontíssima. — Sorri e o beijei. — Essas belas flores são
para mim? Sua irmã vai começar a cobrar se roubá-las do jardim a
cada novo encontro.
— Ela me deve, por ser tão chata e intrometida.
— Vou colocá-las em um vaso.
Organizei as novas mudas com as do dia anterior, coloquei-as
em água limpa, peguei minha bolsa e saímos. Normalmente, eu
estaria em pânico de entrar no carro de um homem desconhecido
sendo a segunda vez em que o via, mas não pensei no medo na
hora do sexo, então não daria um ataque por conta de um passeio.
Apesar de saber que evitaríamos locais muito cheios e públicos,
também me sentia segura. Ele dirigiu com calma, respeitando a
tranquilidade da região em que estávamos.
Eu passei por ali feito louca, acostumada a andar sozinha e
correr de um compromisso para o outro. Ele tocou minha coxa para
mostrar uns cães pastores correndo no campo e seguiu adiante,
peguei sua mão novamente, beijei e coloquei-a de volta na minha
perna. Passei meu dedo pelo pescoço dele, onde havia marcas da
nossa noite empolgada.

— Uma gata andou me arranhando e deixando alguns
chupões.
— Você não pode falar nada. Bancou o vampiro, meus mamilos
estão batizados.
Ele olhou para o meu decote com um sorriso safado.
— É mesmo? Permita-me conferir de perto?
— Quem sabe mais tarde te dê a oportunidade para tal coisa.
— Fingi abaixar um pouco o vestido, ele tentou dividir a atenção
com a estrada, mas não queria fazê-lo bater.
Cristhian nos levou para um mirante que ficava pouco depois de
uma igreja praticamente abandonada. Era pura rocha, flores que
cresciam entre as pedras e uma visão espetacular dos campos que
permeavam as mansões antigas. Para chegarmos a um pedaço de
grama agradável, passamos por um campo florido que eu tive que
tirar fotos. Ele me fotografou com prazer, aguentando minhas muitas
poses e ainda carregando a cesta de piquenique.
Forrei a grama com o cobertor que, de tão enorme, foi
necessário dobrá-lo um pouco. Cristhian fez outra viagem para o
carro, dizendo que havia feito o trabalho completo trazendo
almofadas. Mesmo curiosa, esperei para abrir a cesta. Tirei meus
sapatos e o chapéu, prendendo o cabelo. Ele arrumou tudo, bati
palmas e abrimos o vinho. O sol levaria um tempo para se pôr
completamente, estava um fim de tarde maravilhoso para aproveitar
o momento.
Com fome, ele me serviu com salada refrescante com frutas e
frango. Estava uma delícia, comi tudo e lambi os dedos. Bebi meu
vinho e olhei para o alto, o céu estava espetacular.

— Tem alguma coisa na minha boca? — Cristhian me chamou e
parei, procurando o que havia de errado.
— Está sentindo algo diferente?
— Acho que estou fraco. Sinto como se o mundo estivesse
distante. — Ele me segurou e observei seu sorriso. O sacana estava
brincando comigo. — Preciso de respiração boca a boca. Por favor,
me beije para que esse mal-estar passe completamente.
Derrubei-o no cobertor e montei em seu colo, ele não
conseguiu bancar o mocinho passando mal por muito tempo.
Beijando-me como se a vida estivesse acabando, logo tudo ficou
quente, meu centro pulsava e a empolgação que quase me deixou
de seios de fora ganhou um freio quando lembramos que estávamos
em público.
— Não tem ninguém aqui. — Olhei ao redor, um pouco
frustrada. Era mais a vontade de transar falando do que qualquer
razão. Eu tive pouco sexo na vida, alguns foram bons, a maioria
foram insatisfatórios e confusos, principalmente nas primeiras
vezes. Com ele, foi incrível, do começo ao fim, sem constrangimento
ou momentos que me fariam querer morrer de vergonha alheia.
— Não faça essa carinha. — Ele me segurou e beijou. —
Minha irmã e cunhado já foram expostos em um momento assim e
eu não quero o mesmo para nós.
— Sério? Seguiram os dois até o meio do nada?
— Essa vida é nova para você, não é? — Cristhian acariciou
meu rosto.
— Agora que estão começando a me fotografar em todo lado.
Peguei uma menina tirando fotos minhas debaixo da mesa, foi muito

esquisito, mas ainda não tem ninguém me perseguindo.
— Ainda. Quando começar a fama mundial de verdade, eles
farão loucuras para ter uma foto exclusiva e isso implica até em
acidentes.
Deitei minha cabeça em seu peito e refleti sobre o preço da
fama. Eu queria o dinheiro, era ambiciosa o suficiente para querer
ser tão rica quanto possível. Não nasci pobre, nunca havia passado
necessidade, mas meus pais economizavam cada centavo para nos
dar uma boa educação, comida na mesa e o material escolar em
dia. Eram médicos e pesquisadores, não ganhavam muito. Teriam
muito mais se fossem atendentes em um hospital, quase ninguém
reconhecia aqueles que buscavam a cura através do estudo.
Nós conversamos baixinho sobre nossas vidas. Cristhian era o
filho mais velho, o herdeiro do trono e só o tom de voz que usava já
mostrava o quanto suas responsabilidades pesavam em todas as
decisões. Ele pensava em tudo, precisava estar sempre correto e
isso fazia com que tivesse fama de chato. Na verdade, não
suportava a ideia de sofrer um escândalo. Naquele momento,
pensei no quanto era uma prisão ter uma vida daquela. Cristhian não
tinha liberdade para ser quem era.
— Ainda assim, ama ser um príncipe?
— Não imagino que possa fazer qualquer coisa além disso. A
coroa tem ônus e bônus. — Esfregou meus braços. — Como
começou a ser modelo?
— Não ria. Meu apelido na escola era patinho feio e eu queria
mostrar para todo mundo que era bonita. Mudei o que eles zoavam,
fiz alguns cursos e minha tia, que é do ramo, me lançou. No fundo,

queria apenas ganhar uma transformação e esfregar no rosto de
todo mundo, mas deu certo e sendo sincera, o dinheiro era
assustadoramente alto — falei baixo, brincando com um botão de
sua camisa. — Caramba, eu pude fazer faculdade sem que meus
pais suassem com isso! Depois, foi simplesmente para continuar
ganhando dinheiro, montando uma estrutura de vida que sendo
jornalista, só se eu me consagrasse como a nova Oprah ou coisa do
tipo.
— Você queria ser jornalista?
— Queria fazer a diferença com a minha voz. Poder ter uma
influência para mudar o mundo, mostrar que existe mais por aí, por
isso sou tão apaixonada pelas causas sociais que trabalho. Quero
que todos entendam e se apaixonem. Ser jornalista seria o meio
ideal, até porque, amo escrever.
— É mesmo? Sou naturalmente inclinado a odiar jornalistas,
principalmente os de fofocas, mas estou louco para ler algo que
escreveu. Tem alguma coisa para me mostrar? — Ele me apertou
em seus braços. — Vai escrever sobre coisas sérias e importantes?
— No futuro. Ainda tenho outros objetivos na frente. — Apoiei
meu queixo em seu peito. — E você? Trabalhar para ser o rei?
— Só serei quando meu pai falecer, o que espero que leve
bastante tempo, ou se abdicar ao meu favor, o que duvido muito que
irá fazer. Também espero que não faça, os motivos para um rei com
saúde fazer isso podem ser bem bizarros. Não acho que minha
família deva passar por isso — falou com tranquilidade e desceu a
mão para a curva do meu bumbum. — O sol está se pondo.

Viramos para o campo, vendo-o sumir entre as árvores e
ficando cada vez mais escuro. Coloquei minha perna em cima de
sua coxa, ele arrastou os dedos por minha pele arrepiada e foi
subindo por dentro da minha saia. Se estivéssemos sendo
observados, só um fotógrafo com lentes de visão noturna poderia
perceber que o príncipe certinho estava com os dedos safados na
minha boceta e a boca me dando beijos realmente pecaminosos.

Continua...

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Beijos💓💓💓💓💓

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